18/04/2024 - Edição 540

Ecologia

Primeiras impressões sobre o Volkswagen Tiguan 1.4 turbo

Publicado em 26/01/2017 12:00 -

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O Volkswagen Tiguan atual, como conhecemos desde 2009, está cumprindo “aviso prévio” no Brasil. A nova geração, apresentada em versão de 7 lugares no Salão de Detroit, deve chegar aqui até o fim do ano, colocando fim ao primeiro capítulo da história do SUV lançado 8 anos atrás.

Mas antes de os "créditos" subirem e o SUV atual sair de cena, a Volkswagen lançou uma nova versão de entrada para tentar alavancar as vendas do crossover.

Chamada 1.4 TSI, ela custa a partir de R$ 128.270 e tem como maior diferença a adoção de um motor menor, mas que ainda "bebe" só gasolina. O 1.4 turbo de 150 cavalos é uma opção ao 2.0 turbo de 200 cv.

Outro diferencial na mecânica é a tração apenas dianteira e o câmbio automatizado de dupla embreagem de 6 marchas – que é até melhor do que a transmissão automática convencional do 2.0 (também de 6 velocidades).

No visual, a única diferença para as versões mais caras é a ausência da inscrição 4Motion, referente a tração integral, na tampa do porta-malas. Já os luxos são cobrados à parte, em 2 opcionais que podem fazer a conta subir para mais de R$ 140 mil.

Anda bem?

Os 50 cv a menos se traduzem em 0,7 segundos a mais na aceleração de 0 a 100 km/h e 12 km/h de diferença na velocidade máxima (195 km/h contra 207 km/h). Porém, considerando que o Tiguan 2.0 custa praticamente R$ 28 mil a mais, o motor 1.4 vale a pena.

A economia que o dono terá ao abastecer (ou não precisar abastecer) também compensa. Segundo números do Inmetro, enquanto o 2.0 tem média urbana de 7 km/l, o 1.4 é capaz de fazer 10,1 km/l. Em ciclo rodoviário, a proporção se mantém, com 8,6 km/l no 2.0 e 11,6 km/l no 1.4.

O tanque de combustível do Tiguan tem capacidade de 63,5 litros, o que garante boa autonomia.

No cotidiano, o desempenho do 1.4 turbo agrada e é mais do que suficiente para o uso urbano – o crossover pesa pouco mais de 1.500 kg.

A experiência ao dirigir o Tiguan 1.4 é boa – assim como era em 2009. Apenas o pedal do acelerador poderia ter uma resposta um pouco mais imediata – há um pequeno intervalo entre a ação do motorista e a reação do veículo.

A direção é precisa, os freios são bem regulados e a suspensão é rígida na dose certa. A unidade avaliada, no entanto, tinha amortecedores um tanto ruidosos.

A ergonomia é típica dos Volkswagen – tudo ao alcance das mãos. É fácil encontrar a posição de dirigir – há ajuste para a lombar do motorista e também encosto de cabeça ativo para motorista e passageiro. Apesar de o volante não ser o mais recente da marca (todos os demais veículos da Volks têm peças mais modernas), a empunhadura é boa.

Sinais do tempo

Não é só o volante que está defasado no crossover médio. O visual do Tiguan, com tema arredondado, não faz mais parte da filosofia de estilo da Volkswagen. Isso inclui faróis, lanternas e retrovisores.

Na cabine, as marcas da idade são mais perceptíveis. O computador de bordo, no quadro de instrumentos, é monocromático, enquanto as saídas de ar redondas (são 8 só na dianteira) estão um tanto quanto ultrapassadas.

Fora isso, apenas elogios para o acabamento. A qualidade dos materiais inclusive supera a de seus concorrentes Jeep Compass e Hyundai ix35 e se assemelha à do Audi Q3. A maior parte do painel é de plástico emborrachado, enquanto a área central traz um tom cinza brilhante sóbrio.

Completo, só com opcionais

O Tiguan avaliado por nós trazia os únicos opcionais oferecidos pela Volkswagen, levando a conta final para R$ 141.332. O enorme teto solar panorâmico "cobra" R$ 7.025.

Já o pacote Elegance custa R$ 6.037 e traz itens considerados indispensáveis nesta faixa de preço. Entre eles, estão o acesso e partida com chave presencial, ar-condicionado digital com controles separados para motorista e passageiro, câmera de ré, retrovisor antiofuscante, sensores de luz e chuva, volante com aletas para trocas de marcha e central multimídia com espelhamento de celular via Android Auto e Apple CarPlay.

Versátil

Fora isso, há outros mimos, como gaveta porta-objetos sob o banco do motorista e mesas dobráveis nos encostos dos bancos dianteiros – itens comuns em minivans. De série, a lista de objetos que agradam aos ocupantes inclui saídas de ar para os passageiros de trás, diversos porta-copos e bancos traseiros que correm sobre trilhos, para aumentar o espaço para as pernas ou a capacidade do porta-malas.

Considerando os itens de série, a lista é bem mais modesta – e tem 6 airbags, controles de tração e estabilidade, direção elétrica, ar-condicionado manual, sensor de ré, controle de velocidade de cruzeiro, rodas de 17 polegadas, central multimídia e volante multifuncional.

Conclusão

A nova versão de entrada, com preço mais baixo, deve fazer com que as vendas sejam melhores do que em 2016 – o Tiguan emplacou menos unidades do que modelos bem mais caros, como Hyundai SantaFe, Land Rover Evoque e Volvo XC60.

Por outro lado, há falhas no pacote de equipamentos. Sem opcionais, o Tiguan é carente de itens. Quando completo, fica caro demais – tanto que é possível comprar um Q3, seu “primo distante” premium por R$ 143.190.

Fora do grupo Volkswagen, há o Jeep Compass Limited, que beira os R$ 145 mil quando equipado com todos os opcionais. Nos dois casos, os concorrentes são mais modernos do que o Volkswagen.

Dito isso, ainda que seja um carro repleto de qualidades, fica difícil defender o Tiguan contra seus rivais. Provavelmente, quando a nova geração chegar ao Brasil, a comparação será mais justa.


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