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Maduro propõe coexistência pacífica com a oposição

Publicado em 11/04/2014 12:00 -

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs que a oposição da Mesa de la Unidad Democrática (mesa da unidade democrática, MUD) e o governo busquem, de forma conjunta, um modelo de coexistência durante o início de um processo de diálogo, que, disse, é um espaço de debate, mas não de "pactos".

"É preciso criar um processo que nos leve à paz e a altíssimos níveis de respeito, coexistência, convivência, sobre a base da tolerância", afirmou Maduro no início dos discursos do diálogo, transmitido em rede nacional de rádio e televisão.

"Debate político, sim, com paixão; crítica entre nós, sim, com paixão; mas busquemos um modelo de coexistência que permita que a democracia venezuelana possa se fortalecer", acrescentou na reunião, da qual também participaram chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e o núncio do Vaticano em Caracas.

O presidente venezuelano responsabilizou alguns setores da oposição de buscar a queda do governo e desarticular a revolução bolivariana.

Maduro reconheceu que existem problemas no país e assegurou que está "aberto para debater todos os problemas". O líder rejeitou o "sofrimento que passaram as comunidades sequestradas pelas 'guarimbas' (barricadas)", e ressaltou que uma coisa é o protesto e outra coisa é a violência. "Para protestar na Venezuela há plenas liberdades e eu disse mil vezes que se a MUD quer protestar todos os dias de todos os anos que estão por vir, podem fazê-lo", acrescentou.

No entanto, Maduro reivindicou "a condenação conjunta da violência como forma de se fazer política", como algo "vital" e "necessário".

Oposição

O líder opositor Henrique Capriles disse por sua vez que a crise no país começou após as eleições presidenciais de 14 de Abril, na qual ele perdeu por uma margem de pouco mais de 200 mil votos, e disse que ou as partes cedem e procuram o diálogo ou o país vai permanecer dividido. "Esta situação, queiramos ou não, nos levou a esta crise política e há uma crise política desde aquele dia (da eleição)", disse Capriles.

O governador Henry Falcón disse que o diálogo não pode falhar pois o fracasso seria atribuído aos dois lados. "Acreditamos que este diálogo seja necessário", disse.

Outro oposicionista, o deputado Andrés Velásquez, disse que os antichavistas não tinham ido à reunião negociar nada ("direitos constitucionais são inegociáveis") e se queixou da ausência de representantes estudantis.

Antes de Maduro falar, o núncio (embaixador do Vaticano) em Caracas, Aldo Giordano, leu uma mensagem do papa Francisco, em que ele condenou a violência e exortou os venezuelanos ao diálogo.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, falou em nome dos chanceleres da Unasul – entre eles o brasileiro Luiz Fernando Figueiredo, presente ao encontro – também pedindo que as mortes cessassem.

O encontro em Miraflores excluiu a ex-deputada oposicionista radical María Corina Machado, cassada em março.

Opositor Preso

A Justiça do país marcou para 8 de maio audiência com o líder opositor e ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, preso desde 18 de fevereiro.

Após a audiência, a juíza Ralenis Tovar deve decidir se López responderá por danos à sede do Ministério Público e pelo incêndio de seis carros de polícia nas manifestações de 12 de fevereiro, primeiro dia dos atos contra Maduro.

Autoridades informaram que um policial foi morto em confronto com manifestantes em Barquisimeto, o que levou a 40 o total de mortos desde o começo dos protestos. O número de feridos é de cerca de 600.


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