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Artigo da Semana

As redes sociais e as eleições que estão chegando

Publicado em 10/04/2014 12:00 -

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As redes sociais novamente são “a bola da vez” para as eleições de 2014. Se nos anos anteriores não deram muito certo, ou alguns políticos não levaram muito a sério, este ano não tem como ignorá-las. De acordo com uma pesquisa nacional feita pelo Brandviewer, somente em 12 dias do mês de março deste ano foi capturado no monitoramento de mídias sociais mais de 300 mil citações sobre política no Brasil. E as pessoas estão muito insatisfeitas. Na pesquisa, os comentários negativos somaram um total de 48,66%, seguido de 29,25% de comentários neutros e 24,51% de positivos.

Todos nós sabemos que as mídias sociais por si só não fazem o candidato ganhar eleição. Ainda mais agora que o Facebook, principal rede social que será utilizada na campanha deste ano, mudou drasticamente sua política de visualização das mensagens. Se até dezembro do ano passado a página tinha um alcance orgânico em torno de 80% da sua base de fãs, hoje caiu para 4% aproximadamente, e continua despencando. Por exemplo, se a página de determinado político tem 10.000 fãs, um post seu aparece apenas para 400 pessoas. Então, quem esperava falar com um grande número de pessoas ao mesmo tempo não vai conseguir, pois não é permitida a publicidade paga nas redes sociais para a campanha política.

Se por um lado as mídias sociais alavancam os candidatos mais antenados, por outro, elas podem prejudicar a ponto de fazê-los até mesmo perder uma eleição. Se mal utilizada, pode ser um grande tiro no pé. As pessoas hoje estão conseguindo mobilizar através das redes sociais um grande número de pessoas, e isso tem sido replicado nas mídias tradicionais com grande impacto. Aí é que mora o perigo. Se um candidato faz algum comentário infeliz e isso toma certa proporção, acaba indo para a televisão, jornais, rádios, e isso pode fazer com que as pessoas mudem de opinião sobre o voto e consequentemente sobre o candidato de forma cada vez mais rápida.

Se por um lado as mídias sociais alavancam os candidatos mais antenados, por outro, elas podem prejudicar a ponto de fazê-los até mesmo perder uma eleição.

Em 2014 vai se sair melhor quem já está acostumado a transitar nas redes sociais. O político que já tem um histórico de relacionamento antigo tem muito mais facilidade em passar credibilidade do que aquele que começa a trabalhar somente nas eleições. Esse foi o caso da nossa presidente Dilma. Ela abandonou sua página no Twitter logo após ganhar as eleições. Agora, entrando no ano eleitoral ela deu as caras novamente, como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse ficado ausente todo este tempo. E está atuando também no Facebook. Que conclusões tiramos disso tudo? Ela não está nem aí para os fãs, os seguidores. Ela só quer fazer campanha. Assim age a maioria dos políticos.

Há mais de um ano à frente do ranking de fan pages, um estudo que é feito mensalmente relacionando o número de fãs das páginas do Facebook em Campo Grande, é possível ver claramente como anda a atuação dos políticos nas redes sociais. Depois de começarmos a fazer o Top 15 no segmento de política, notamos um interesse maior dos políticos e seus assessores em fazer parte de um dos 15 da lista. Mas, analisando alguns perfis e páginas, vemos que ainda poucos políticos estão atuando de forma profissional, interativa e constante. Muitos ainda estão na fase inicial e tem muito a aprender e crescer.

Esperamos que os políticos utilizem as redes sociais não somente para replicar as peças da campanha, ou para fazer propaganda política pura e simples, como grande parte faz. As pessoas não utilizam redes sociais para ver propaganda ou promessas que nunca serão cumpridas. Elas até aceitam seguir uma página política para ver proposta, discutir e debater assuntos que interessam a ela e que podem melhorar a sua vida de alguma forma. E na rede social o internauta não tem receio de criticar, como pessoalmente. Então esperem duras críticas, muitas crises e tentem superar com criatividade e não criando perfis falsos para atacar, administrados por pessoas que não tem habilidade nenhuma, como vimos em campanhas anteriores.

Val Reis – Jornalista, publicitária e analista de mídias sociais na Eros Interativa


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