20/04/2024 - Edição 540

Entrevista

Marcelo Bluma fala de suas propostas para Campo Grande

Publicado em 21/09/2016 12:00 -

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Marcelo Bluma é natural de Corumbá (MS0. Formado em engenharia civil pela UFMS e direito pela Faculdade Estácio de Sá. Desde 1985 atua na construção civil executando obras civis e militares. Em 2000, foi eleito vereador para a Câmara de Vereadores de Campo Grande, sendo reeleito em 2004 e 2008, concluindo seu terceiro mandato em 2012. Bluma é casado e pai de dois filhos. Desde o final de seu terceiro mandato, retornou para as suas atividades na iniciativa privada. Na esfera política, é presidente estadual do Partido Verde no estado de Mato Grosso do Sul, agremiação a qual é filiado desde 2002.

 

Tradicionalmente a Saúde no país tem sido tratada sob a ótica "hospitalocêntrica", com foco nos hospitais, na remediação da doença já instalada, ao invés do modelo que foca a prevenção. Que modelo de Saúde pretende adotar em Campo Grande?

Emergencialmente não há como fugir da ótica “hospitalocêntrica” porque há um déficit muito grande no atendimento da saúde em nossa cidade, fruto da total falta de organização e gerência no setor. Assim, vou enfrentar no curto prazo esse problema reorganizando a administração e as gerências para que se possa melhorar o atendimento à população, coisa que não acontece atualmente.

No médio e longo prazo, é preciso implantar um novo modelo de crescimento na cidade para enfrentar as doenças no município, partindo para a construção de uma cidade que favoreça a saúde das pessoas.

Para exemplificar, como teremos saúde se próximo a nossa casa se encontra um lixão a céu aberto como o lixão do Jardim Noroeste? Como teremos saúde se perto da nossa casa se encontra um córrego poluído onde as pessoas jogam esgoto “in natura”? Como teremos saúde se o trânsito desordenado causa um número elevado de acidentes que levam as pessoas para os hospitais?

Eu poderia passar o dia inteiro citando outros exemplos que mostram que o espaço urbano de Campo Grande não favorece a saúde dos moradores, mas sim produz muitas doenças. Então, esse é o modelo que irei implantar, voltado para a prevenção e não para o tratamento da doença. Vou enfrentar a causa e não a consequência.

Que mudança fundamental pretende adotar na Rede Municipal de Ensino para oferecer uma Educação de qualidade aos jovens da capital?

Eu parto da premissa que educação não é despesa, mas sim investimento. Então, vou remunerar bem os profissionais que atuam na área, garantindo, inclusive, o pagamento do piso nacional, apostar na formação continuada dos professores, e democratizar a gestão das escolas para que a sociedade possa acompanhar junto a construção da educação dos nossos filhos.

O Transporte começa a ser um ponto de estrangulamento em Campo Grande. Que medidas pretende tomar para fazer frente a este desafio?

Campo Grande não vem fazendo a lição de casa a muito tempo. Essas administrações que passaram pela Prefeitura, incluindo a atual, desmontaram o nosso sistema de planejamento urbano e causaram prejuízos irreparáveis para todos nós, que custara muito a ser recuperado.

Vou reorganizar o PLANURB e a AGETRAN para que possamos planejar o crescimento da cidade e desse modo melhorar os problemas do trânsito, e outros que também são decorrentes dessa irresponsabilidade. Sem planejamento nada funciona bem.

Que ações serão efetivadas para a geração de emprego e renda em Campo Grande?

O tarifaço que o governador do estado e o prefeito de Campo Grande aplicaram em todos nós no final de 2015, causou uma retração forte na geração de emprego e renda em nossa cidade e em todo o estado.

Na prefeitura tomarei como primeira medida a criação de um grupo técnico para estudar os tributos municipais e analisar as medidas que precisam ser tomadas para melhorar a justiça tributária, aliviando o bolso dos empresários e trabalhadores da cidade.

Paralelamente a isso, quero investir na economia de baixo carbono, fortalecendo as oportunidades da economia criativa, setor esse que mais cresce na economia mundial e que está inteiramente inserido nos parâmetros atuais da sustentabilidade.        

Em uma cidade de quase um milhão de habitantes é natural que a questão da segurança pública necessite de atenção redobrada. Que medidas pretende tomar nesta área?

Em primeiro lugar, é importante que lembrar que o governo estadual é o responsável principal na garantia da segurança, e por isso, irei até o governador para cobrar medidas efetivas no combate a violência e marginalidade em nossa cidade.

Penso que a partir dessa premissa, o município pode colaborar com ações que auxiliem na segurança pública, aparelhando a guarda municipal para que ela cuide dos próprios municipais, coibindo os roubos, e a violência nas escolas, CEINF´s, praças, postos de saúde, etc.

Pretendo também, estabelecer convênios com o governo estadual para ampliação do monitoramento da cidade com câmeras, uma vez que essa tecnologia está disponível e pode auxiliar muito no combate a violência.

Uma das principais preocupações dos brasileiros na atualidade é a Transparência na gestão e o combate a Corrupção. Como pretende encarar estes aspectos vitais para a administração pública?

A transparência na gestão e o combate a corrupção é uma exigência da sociedade atual e não pode mais retroceder. Vou avançar nessa direção ampliando o detalhamento dos portais da transparência para que o cidadão possa ter acesso a todas as informações e consiga acompanhar as ações da prefeitura de forma clara.

Também no cumprimento da lei de acesso as informações, irei avançar e melhorar os procedimentos, uma vez que atualmente os órgãos públicos municipais resistem a ideia de fornecer as informações solicitadas pelos munícipes. É preciso mudar uma cultura cristalizada na burocracia estatal que trata o cidadão como um ser estranho ao processo e que vê com estranheza o pedido de informações por parte dele, se esquecendo que ali está o legitimo proprietário da coisa pública.

Que peso tem em sua concepção de governo a participação popular na gestão? Que mecanismos práticos pretende adotar para facilitar a participação popular na gestão?

Eu acredito que somente com a participação na gestão poderemos ter uma administração eficiente. Nos últimos anos, Campo Grande caminhou no sentido contrário da participação popular na administração. Basta observar que os Conselhos Municipais estão em marcha lenta e as secretarias que contam com órgão consultivos da sociedade são minoria.

Vou retomar o apoio e o fortalecimento dos Conselhos existentes, criar órgãos consultivos e de escuta da sociedade junto a todas as secretarias municipais, e também implantarei uma plataforma digital para assegurar a participação dos munícipes junto a minha administração.

Vou estimular o uso maciço das mídias sociais no dia a dia da administração municipal, incentivando e promovendo a participação do cidadão com um canal aberto para as críticas, sugestões e indicações de ações a serem realizadas.

Por fim, voltarei a ouvir as entidades da sociedade civil organizada para a nomeação dos cargos de comando na administração municipal, de modo a democratizar o poder com toda a sociedade.


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