18/04/2024 - Edição 540

Especial

O peso do voto jovem

Publicado em 20/09/2016 12:00 -

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Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os jovens entre 16 e 29 anos representam 27% do eleitorado nacional, o que demonstra, para a Justiça Eleitoral, que o voto dessa camada da população deverá ser determinante nas eleições municipais do dia 2 de outubro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que o Brasil tem cerca de 51 milhões de jovens de 15 a 29 anos, correspondendo a um quarto da população do país. Desses, mais de 75% (38.876.290) estão aptos a votar nas eleições deste ano, segundo dados do TSE. Os jovens entre 25 e 29 anos representam 10,83% do eleitorado; de 21 a 24 anos, 8,71% e de 16 a 20 anos, 7,45%.

Para o cientista político Leonardo Barreto, especialista em comportamento eleitoral, o voto dos jovens pode ser determinante nas eleições porque, por terem mais escolaridade que as gerações anteriores, acabam por influenciar o voto das pessoas do seu círculo social, como pais e avós. Segundo Barreto, pesquisas demonstram que a rede de amizades e familiares é o fator que mais influencia na escolha dos candidatos. “Mas o jovem costuma ter um voto crítico”, diz o especialista.

De acordo com a Justiça Eleitoral, 1.638.751 jovens de 16 e 17 anos votaram nas eleições de 2014. Para estas eleições municipais, 2.311.120 adolescentes estão aptos a votar. O jovem nessa faixa etária não é obrigado a participar das eleições, mas já tem o direito garantido pela Constituição.

Eleitorado menor

O tamanho do eleitorado com essa faixa de idade neste ano caiu 20% na comparação com a eleição municipal anterior, em 2012. Eram 2,9 milhões de brasileiros há quatro anos e agora são 2,3 milhões.

Segundo o IBGE, a população do país com essa idade se manteve praticamente estável no período.

Desde 2013, o país assistiu a grandes mobilizações de jovens, como os protestos de junho contra o aumento da tarifa e as ocupações em escolas públicas que começou em São Paulo em 2015 e se espalhou para outros Estados.

Ainda assim, a quantidade de adolescentes com essa idade que irão às urnas caiu para o mesmo patamar de 1992, quando a população do país era bem menor.

A Justiça Eleitoral e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas até tentaram incentivar os jovens dessa idade a fazer o título eleitoral. A entidade estudantil promoveu uma campanha chamada "Se Liga, 16", buscando aumentar a participação de uma faixa da população considerada pouco representada. Mas só um terço dos 6,8 milhões de brasileiros com essa faixa de idade decidiu fazer o título neste ano.

Nos atos que antecederam neste ano o afastamento da presidente Dilma Rousseff, em maio, pesquisas do Datafolha já haviam detectado o distanciamento dos jovens das manifestações contra e a favor do impeachment.

No maior dos protestos contra Dilma em São Paulo, que reuniu 500 mil pessoas em 13 de março, a média de idade dos participantes foi de 45,5 anos. No maior ato a favor da presidente, com 100 mil pessoas naquela mesma semana, a média foi de 38,9 anos.

O professor de ciência política Milton Lahuerta, que coordenou um projeto de Parlamento Jovem na Unesp de Araraquara (SP), diz que o desinteresse do eleitorado com 16 e 17 anos possivelmente reflete um "sentimento antipolítica" que se espalhou por todos os setores da sociedade e que também é expressado nas manifestações.

Em 2014, 20% dos eleitores se abstiveram nas eleições. "A forma como a política profissional está se desenvolvendo não vem atendendo às expectativas da sociedade. E também há uma lógica econômica que faz com que o tempo da política seja visto como algo anacrônico, que não vale a pena", diz.

Menos candidatos

Se as eleições são de fato a “festa da democracia”, os jovens não estão entre os convidados. Os candidatos a prefeito com idade entre 21 e 24 anos não representam nem 1% do total de candidaturas registradas no TSE. Dos 16.389 candidatos que tentam assumir prefeituras, apenas 78 estão nessa faixa etária. Em 2012, 115 disputaram o cargo.

O pesquisador Júlio Aurélio, da Fundação Casa de Rui Barbosa, vê contradição entre o pequeno número de candidatos jovens e o ideal de participação política dessa faixa etária manifestado na Constituição de 1988. Ele destaca que é a primeira eleição municipal após os protestos de junho de 2013, que defendiam, na sua avaliação, o direito à cidade. Para ele, a indignação ética, apesar de mobilizadora, não formulou alternativas.

“A realidade contradiz o próprio ideal normativo da Constituição. Isso mostra que se perdeu, ao menos temporariamente, um fio participativo de junho de 2013. Naquelas mobilizações, havia um componente etário. Era um movimento que exigia a renovação da classe política”, afirma.

Naquele ano, em Araraquara (SP), o hoje candidato a prefeito pelo PSOL, Celio Peliciari, 22 anos, ocupava com outros jovens as ruas da cidade. Se na época ele não tinha a pretensão de concorrer a um cargo político, agora, o estudante de Ciências Sociais tenta se eleger apostando na experiência em mobilizações sociais.

“Os partidos têm dificuldade de se renovar e tentam se reformular. Alguns foram criados, outros mudaram suas plataformas, mas é uma questão latente”, reconhece Peliciari.

Na cidade de Caicó, Rio Grande do Norte, o estudante de Medicina Judas Tadeu Alves (PROS) também disputa pela primeira vez uma eleição. Sua vontade de seguir a carreira política, conta, partiu do contato de seu pai, líder comunitário, com as campanhas do ex-governador Vivaldo Costa (PROS). “Não esperava entrar na política nesse momento caótico que vive o país, mas houve o convite e decidi aceitar. A participação dos jovens ainda é limitada. Na maior parte das vezes, temos uma ditadura dos partidos. Se você não for detentor da sigla, não consegue se lançar. O cenário é hostil.”

Sem Estímulo

Uma entre os 2,3 milhões de adolescentes aptos a votar, a carioca Maria Eduarda Soares conta que foi desestimulada onde menos esperava: na sua zona eleitoral, ao tirar o título de eleitor. A estudante de 16 anos causou estranhamento por decidir votar mesmo sem ser obrigada.

“Eu via a situação do Brasil e sempre quis votar para ter minha participação na mudança”, diz Maria Eduarda, que vê as áreas de mobilidade e educação pública como prioritárias.

A socióloga e professora da PUC-Rio Ângela Paiva acredita que a juventude vive um momento de desencanto, mas encontrou outras formas de participação e atuação política com o apoio da internet: “Há dez anos, havia menos participação, você não tinha muitos canais. As novas mídias trouxeram essas mobilizações, mas são apenas o meio”.

Professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Uerj, Ricardo Ceneviva afirma que no país há uma recorrente crise de legitimidade dos partidos. Ela afeta todo o eleitorado, mas é maior entre os jovens, principalmente na geração nascida na virada do século XXI e que cresceu com o PT no poder. Para ele, a sigla era a única capaz de mobilizar eleitores, antes do escândalo do mensalão ganhar as manchetes dos jornais.

“Como a busca por participação não encontra espaço se tende a encontrar outras formas, como as redes sociais. Não sei se as redes são o meio mais adequado para a manifestação dos mais jovens. Será que isso tem algum impacto político na produção de políticas públicas, participação direta? As redes sociais têm poder muito limitado”, conclui.

Para além dos jovens que foram às ruas em junho de 2013, Júlio Aurélio, da Fundação Casa de Rui Barbosa, aponta a emergência de outro perfil: ele acredita que a ampliação do consumo, um projeto que ganhou força com o governo Lula, entre consequências não previstas, alterou a identidade juvenil.

“A identidade baseada no consumo não é favorável à participação. A tendência é que esse jovem consumista seja mais desinteressado pela política eleitoral. O projeto de Lula, de ampliação do consumo e que respondia a uma necessidade, esgotou-se no mesmo período em que se inicia o declínio participativo dos jovens. Esse esgotamento rebate negativamente na juventude, gera desencanto, desmotivação e desinteresse com o projeto governamental”, afirma.

O que os jovens pensam sobre a política

Para entender melhor a cabeça política da juventude brasileira, quais suas demandas e de que maneira ela pode influenciar na corrida eleitoral, destrinchamos uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular com 3.500 jovens do País. O levantamento revela, entre outros dados interessantes, que essa turma, por ser mais informada do que seus pais e levar dinheiro para dentro de casa, contribuindo para o aumento da renda, forma opinião, influencia no voto da família e pode até decidir a eleição.

Outra recente pesquisa, realizada pelo Instituto da Cidadania, na região metropolitana de São Paulo, com estudantes (a maioria entre 15 e 17 anos) de duas escolas do Ensino Médio (uma da rede pública e outra da rede privada), mostrou que 90% do total pesquisado acompanha os fatos políticos através da mídia. Um ponto interessante levantado pelo estudo mostra que não existe diferença de posição ou opinião entre os estudantes da rede pública e particular em relação às suas prioridades. Ambos apontam educação, emprego, segurança e distribuição de renda como prioritários. A única diferença é que os estudantes da rede privada apontam a segurança em segundo lugar e o emprego em terceiro, ao contrário do que dizem os alunos da rede pública.

A pesquisa do Data Popular não questiona em quem os jovens votariam. Mas mais de 50% deles se encontram entre os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto. O discurso, porém, carrega um viés de oposição. Como na maioria da população brasileira, o desejo de mudança está impregnado em 63% deles, que acreditam que o Brasil não está no rumo certo. Apesar disso, 72% desses brasileiros que têm entre 16 e 33 anos consideram ter melhorado de vida. Mas a juventude indica querer mais. “Eles querem serviços públicos de mais qualidade, maior conectividade, acessos livres a banda larga e a tecnologia de ponta. E não abrem mão da manutenção do poder de compra”, afirma o autor do estudo, o publicitário Renato Meirelles, presidente do Data Popular.

O levantamento embute outros recados importantes à classe política. Ao mesmo tempo que 92% acreditam na própria capacidade de mudar o mundo, 70% botam fé de que o voto possa transformar o País e 80% reconhecem o papel determinante da política no cotidiano brasileiro, fatia expressiva dos jovens do Brasil (59%) acredita que o País estaria melhor se não houvesse partido político. Para os jovens, as agremiações partidárias e os governantes não falam a linguagem deles. “Os políticos são analógicos e a juventude digital”, atesta Renato Meirelles. Observador atento do cenário político e um dos maiores especialistas sobre o comportamento da juventude brasileira, Meirelles foi quem criou o verbete “Geração D” – de digital, numa alusão à juventude conectada.

Peso da opinião

Nascidos totalmente integrados à tecnologia digital, sob os ventos favoráveis da estabilidade econômica, da democracia e com menos privações que a geração anterior, esses jovens foram os grandes protagonistas das manifestações de junho de 2013, quando milhões de pessoas de todo o País foram às ruas para cobrar mudanças na política brasileira. De lá para cá, a onda de indignação, revolta e envolvimento dos jovens na vida política só cresceu. Chamados a dialogar, eles foram instados a ter opiniões. Não existe aí uma novidade. Os jovens sempre tiveram opiniões. Muitas opiniões, diga-se. A diferença crucial agora é que o que eles dizem tem muito mais peso. Eles são ouvidos e exercem influência sobre a família.

“Hoje, as decisões familiares são totalmente compartilhadas. Inclusive as decisões políticas”, afirma a estudante Sâmia Vilela, 27 anos. A história de vida de Sâmia iguala-se à de milhões de jovens brasileiros que na última década deixaram para trás a pobreza, conseguiram estudar e abriram seu próprio negócio.

Filha de uma cobradora de ônibus, que nas horas vagas ainda arrumava tempo para fazer salgados para vender nas ruas de São Paulo, ela foi criada na favela, ficou anos longe do banco escolar, mas hoje estuda marketing e tornou-se uma pequena empreendedora. Criou um blog sobre como organizar festas de casamento com pouco dinheiro, o Casando Sem Grana.

“Hoje, minha página soma 3,5 milhões de pageviews e 40 mil usuários únicos no dia”, comemora. O caso bem-sucedido de Sâmia dá vida a números da pesquisa do Data Popular segundo os quais 85% dos jovens acreditam que só é possível progredir na vida com muito trabalho.

A rede como praça

“A internet ampliou o repertório, as redes de relacionamento e as possibilidades de ascensão social dessa geração”, afirma Meirelles. Não apenas isso. A internet e as redes sociais viraram palco dos novos debates políticos – a maior parte deles travada por jovens. O que rola na rede é disseminado em casa por meio da juventude conectada. Se surge uma informação nova sobre determinado candidato, o assunto logo vira tema de discussão no seio familiar durante cafés da manhã, almoços e jantares, momentos em que normalmente todos estão reunidos em torno da mesa.

“Hoje, sou muito mais escutado em casa, ainda mais quando o assunto é política”, diz Júlio Espósito Fernandes, 25 anos. Estudante de pós-graduação, ele trabalha nas empresas da família. “Cresci ouvindo meu pai dizendo: vote nesse candidato. Ele rouba, mas faz. Hoje, não aceito essa história”, conclui. “Não há como discutir o processo eleitoral sem falar dos jovens – que estão olhando para a frente, não para trás”, diz o autor da pesquisa.

Numa direção oposta a 59% dos jovens que afirmaram que o Brasil estaria melhor se não tivesse nenhum partido político, a produtora de audiovisual Mary Miloch, 23 anos, acredita que o aperfeiçoamento da democracia passa pelo fortalecimento das organizações partidárias. “Não consigo imaginar a política sem partidos”, diz Mary. O problema, segundo ela, é que “algumas legendas têm dificuldade em dialogar com os jovens”. Primeira da família a fazer um curso de nível superior, Mary é estudante de rádio e televisão e cursa universidade com o auxílio de uma bolsa integral do Prouni. Apaixonada pela política, ela esteve nas ruas durante as jornadas de junho do ano passado e integra o grupo de jovens que acreditam na importância do voto para a mudança dos rumos do País. “Eu não só sei, como tenho certeza da nossa capacidade transformadora”, afirma.

Empoderamento

Ao menos em casa, a juventude já ajuda a transformar a vida de seus pais, contribuindo no orçamento doméstico. Hoje, de cada R$ 100 que um pai da classe alta injeta na economia do lar, o filho jovem coloca R$ 57. Na classe C, também a cada R$ 100, o filho investe R$ 96.

O fato de os jovens participarem ativamente no orçamento familiar deu a eles a condição de ser um dos interlocutores da família. Aos 29 anos, a operadora de telemarketing Vivian Silva mora na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, com a mãe, os dois filhos e o marido. Migrante nordestina, Vivian desembarcou na capital paulista em busca de trabalho há três anos. Chegou praticamente só com a roupa no corpo. Dependente dos programas sociais do governo como o Bolsa Família, ela conseguiu trabalho, comprou seu imóvel através do programa Minha Casa Minha Vida e hoje cursa universidade. Ela faz parte dos 92% dos jovens brasileiros que acreditam na capacidade da juventude de mudar o mundo. “Como nos consultam para adquirir ou pesquisar sobre um determinado produto, a família também nos procura para saber de política, economia e outras notícias”, garante Vivian.

Esse empoderamento dos jovens é explicado, segundo Meirelles, por diversos fatores. Além de ter mais acesso à informação (93% dos jovens são conectados), a juventude digital é muito mais escolarizada que os pais. Quando o recorte da pesquisa trata da educação nos lares brasileiros, salta aos olhos a evolução educacional dos filhos da classe C (54% dos brasileiros). Nesse estrato da sociedade, sete em cada dez jovens estudaram mais que seus pais.

É o caso da garçonete Verônica Gonçalves, 30 anos. A mãe era analfabeta até os 30 anos, quando ficou viúva, e foi obrigada a estudar. Diante das necessidades alimentares dos filhos, ela aprendeu a ler. Agora, trabalha e divide com os três filhos as despesas da casa. “Hoje, lá em casa, somos todos internautas e dividimos tudo. Principalmente, as decisões de compra”, diz ela. Indecisa eleitoralmente, apesar das mudanças na vida na última década, Verônica está atenta aos programas eleitorais para definir seu voto. “Precisamos melhorar um pouco mais”, diz ela, que pretende estudar gastronomia no próximo ano.

Posicionamentos

Neste mundo de interatividade, a enorme capacidade da juventude de assimilar as transformações tecnológicas interfere em como esses jovens agem, pensam e levam o seu ritmo de vida. Ao contrário do que muita gente possa pensar, o estudo do Data Popular mostra que os jovens querem um Estado forte, com a eficiência do setor privado e que ofereça serviço público gratuito de qualidade. “Essa juventude quebra a lógica política tradicional, ideológica”, explica Meirelles. “Principalmente porque os jovens dessa geração utilizam-se de uma régua muito mais rigorosa para medir a qualidade do serviço público do que os pais”, explica Meirelles.

Do ponto de vista comportamental, os jovens da geração D são ambiciosos, impulsivos e ousados. Contestadores, eles não querem saber de censura. Impactados pelo sucesso dos programas de distribuição de renda, redução da pobreza e pleno emprego, eles, agora, querem muito mais dos políticos. Na pesquisa do Data Popular, a segurança aparece em primeiro lugar entre os problemas que mais preocupam os jovens, seguido por políticas públicas para a juventude e a inflação do cotidiano.

O jovem Vinícius Andrade Félix, 18 anos, é um dos jovens da periferia que cobram das autoridades uma maior presença do Estado no cotidiano das comunidades, principalmente na questão da segurança. Um dos líderes dos chamados “rolezinhos”, Vinícius diz que a quantidade de brigas nas baladas e em eventos frequentados pelos jovens da periferia está afastando o público jovem do lazer. “A falta de segurança é o nosso principal problema. Rolam muitas brigas nas baladas”, queixa-se.

“O pessoal fica falando da ausência de médico na periferia, mas faltam professores, bolsas de estudo e publicidade para informar a gente sobre os projetos”, critica Vinícius. Para ele, os governos utilizam-se de ferramentas comunicacionais atrasadas, como o rádio, para anunciar projetos. “Será que alguém nas zonas urbanas ainda ouve rádio?”, questiona.

O governo, segundo o lele, pensa o País com a cabeça voltada para o passado. E eles só querem saber do futuro. Os rebeldes de outrora, hoje conectados e formadores de opinião em casa, não deixam de ter muita razão.


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