25/04/2024 - Edição 540

Auau Miau

Como os cachorros encaram a morte

Publicado em 04/08/2016 12:00 -

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O maior medo do homem é também a única certeza que temos: de que um dia vamos todos morrer. Mas será que os cães também têm esta percepção da vida? O especialista em comportamento animal Gustavo Campelo, explica que a morte é encarada pelos cachorros de uma maneira muito mais natural que nós, complexos seres humanos.

Segundo Campelo, os cachorros conseguem sentir que estão fracos e já é hora de arrumar um lugar confortável para descansar. É um comportamento natural presente em várias outras espécies que vivem em bando, como elefantes, por exemplo. A explicação para isso é que um indivíduo debilitado pode colocar todo o grupo em risco.

Relatos dizem que cães quando estão perto de morrer se isolam ou ao contrário, ficam mais “grudentos” do que o normal. Quanto à morte de seu dono ou de um companheiro canino, é comum observar cães ficarem próximos ao corpo ou até mesmo tentar protegê-lo não deixando ninguém se aproximar. “Mas a saudade não acontece”, afirma Campelo.

“O que acontece é que eles percebem alguma coisa diferente na rotina e sentem falta desta coisa, mas não sabem o que está faltando. Então é comum os cães ficarem alguns dias sem saber como se comportar, ficando cabisbaixos e, aparentemente, tristes. No entanto, se pudéssemos perguntar o que está faltando, eles não saberiam responder. O que pode acontecer é que, com a reação dos familiares, abalados ou muito tristes, acabam influenciando os animais. Os cães podem ficar confusos com a reação das pessoas”, diz o especialista.

Como podemos ajudar nossos cães a lidar com a morte de outros bichos e de humanos? Campelo afirma que podemos ajudar os cães aumentando a atividade física e mental, redirecionando a energia e alterando a rotina para situações novas e empolgantes, como passeios e brincadeiras de bolinha ou com outros cães. “De repente, um bom day care ajudaria o cão. Dessa maneira os cachorros rapidamente superarão o estresse de mudança de rotina repentina”, diz.

Reconhecendo os sinais fatais

Perceba sintomas respiratórios. Próximo de sua morte, de alguns dias a algumas horas antes, você perceberá que a respiração do cachorro se tornará curta e com muitos intervalos. O ritmo normal da respiração em repouso é de 22 respirações por minuto, podendo cair para apenas 10 por minuto.

– Imediatamente antes de morrer, seu cachorro irá exalar profundamente. Você poderá sentir seu cachorro esvaziar como um balão à medida que o pulmão dele entra em colapso.

– O ritmo cardíaco do cachorro irá cair dos 100 a 130 batimentos normais por minuto para 60 a 80 batimentos por minuto, com uma pulsação muito fraca.

– Nas últimas horas, você observará que o seu cachorro vai respirar de forma curta e não vai mais se mexer. Na maioria das vezes, seu cachorro vai apenas se deitar no escuro ou se esconder em um canto da casa.

Reconheça os sinais digestivos. Se o seu cachorro estiver morrendo, ele vai demonstrar uma perda clara de apetite. Ele não terá interesse algum em comer ou beber água. À medida que a morte se aproxima, os órgãos dele, como o fígado e os rins, irão parar de funcionar lentamente, dando fim às suas funções digestivas.

– Uma boca seca e desidratada poderá ser observada.

– Vômito também poderá ser observado, e geralmente não conterá nenhuma comida, apenas espuma e às vezes um ácido meio amarelo ou verde, devido à bile. Isso também é um resultado da perda de apetite.

Perceba como os músculos dele funcionam. Torções ou espasmos involuntários dos músculos podem ocorrer à medida que o seu cachorro enfraquece devido à perda de glicose. Também haverá uma perda de reação à dor. Os reflexos do cão irão diminuir bastante.

– Quando seu cachorro tentar ficar em pé ou andar, você perceberá um cambaleio – possivelmente uma incapacidade de andar. O animal perderá a consciência ou entrará em uma espécie de coma antes da morte.

– Cachorros prestes a morrer e com uma doença crônica ou prolongada terão uma aparência muito emaciada. Ele perderá carne e os músculos ficarão atrofiados ou muito pequenos.

Observe como o animal anda defecando e urinando. O animal não terá controle sobre a bexiga ou o esfíncter. Perto da morte, seu cachorro irá urinar e defecar sem controle; mesmo animais disciplinados e treinados não conseguirão se controlar.

– A urinação será incontrolável e com pouco volume.

– Perto da morte, o cachorro terá diarreia líquida geralmente de odor forte e com cor de sangue.

– Depois de morrer, seu cachorro irá urinar e defecar pela última vez por causa da total perda de controle muscular.

Perceba a condição da pele dele. A pele ficará seca e não retornará ao local original quando for puxada – isso é devido à desidratação. As membranas mucosas, como gengivas e lábios, ficarão pálidas; quando pressionadas, elas não irão retornar à sua cor rosada original mesmo depois de um longo tempo (um segundo é o tempo normal para as gengivas retornarem à cor original).


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