08/05/2024 - Edição 540

Legislativo

CPI da Vacina confronta dados e investiga denúncias de funcionários da Sesau

Publicado em 17/06/2016 12:00 -

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Os vereadores membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o desaparecimento de doses de vacina contra a gripe H1N1 da rede pública de saúde de Campo Grande, a chamada CPI da Vacina, se reuniram nesta semana, na Câmara Municipal, para definir os próximos passos das investigações. Segundo o relator do grupo de trabalho, Dr. Lívio (PSDB), estão sendo analisados dados referentes ao quantitativo de doses das vacinas recebidas, relatórios das secretarias Estadual e Municipal de Saúde, que detalham onde e quando as vacinas foram aplicadas, além de denúncias de funcionários da secretaria.

“Temos recebido denúncias sérias de que houve vacinação em desacordo com o que determina o Ministério da Saúde, inclusive com relação ao público que foi vacinado”, explicou Dr. Lívio. Ele informou que acompanhará a sindicância instaurada pela Sesau. A imunização deveria priorizar os chamados grupos de risco – crianças de seis meses a menores de cinco anos, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. “Temos que saber as circunstâncias e quais pessoas foram vacinadas, e porque os funcionários foram orientados a vacinar esse ou aquele”, ponderou.

O relator informou ainda que ouvirá a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, possivelmente já na próxima semana. A oitiva deverá ser realizada por teleconferência. “Pretendemos fazer assim devido à dificuldade de agenda, porque a coordenadora tem compromissos, e também é uma forma de otimizarmos os recursos públicos, evitando deslocamentos”, explicou Dr. Lívio. O Ministério Público Estadual (MPE) também instaurou inquérito para investigar o sumiço das vacinas, após denúncias de que não havia doses nas unidades de saúde da cidade.

As reuniões de trabalho da CPI da Vacina estão sendo realizadas às segundas e quartas-feiras, a partir das 15h, no Plenário Edroim Reverdito, na sede da Casa de Leis. Denúncias podem ser encaminhadas via e-mail.

Falta de remédios

Integrante da Comissão, o vereador Chiquinho Telles (PSD) também recebeu denúncias de falta de medicamentos nos postos de saúde da Capital e até mesmo de reagente para realização de exames.

Em um dos casos, uma farmacêutica denunciou que devido a falta de medicamentos os profissionais médicos que estavam atendendo prescreviam apenas dois medicamentos. “Só prescrevia dipirona e Apracur, e ainda assim, muitos postos não tinham o medicamento, e algumas famílias não conseguem mesmo gastar R$ 5 que seja com um remédio”, denunciou.

Diante do fato, Telles conversou com outros moradores que afirmaram ter encontrado dificuldades para conseguir medicamentos. “Quem não tem como comprar ou fica sem e corre o risco de acontecer algo pior ou recorre a parentes, mas chegamos num ponto que as pessoas que tem o direito a um remédio simples, como é o caso do ibuprofeno precisa sofrer. Sofre duas vezes, um com a doença e outro com a falta do medicamento”, lamenta.

Agora o vereador afirmou que vai cobrar a prefeitura. “Como não recebemos respostas da prefeitura, e o secretário de saúde também acha que não tem que responder nada, vamos ao MPE. O Ministério Público será sempre informado de todos os acontecimentos da cidade”.​


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