24/04/2024 - Edição 540

Poder

Novo ministro da Justiça classifica protestos como crime

Publicado em 13/05/2016 12:00 -

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Recém-empossado como novo ministro da Justiça, o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu nesta semana que a protestos de movimentos sociais sejam reprimidos.

"A partir do momento que seja MTST, ABC, seja ZYH, que deixam o livre direito de se manifestar para queimar pneu, colocar em risco as pessoas, aí são atitudes criminosas que vão ser combatidas, assim como os crimes", disse após participar da cerimônia de posse do ministro Gilmar Mendes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nas últimas semanas, Moraes foi criticado por ter ordenado, sem mandado judicial, a entrada da Polícia Militar no Centro Paula Souza, na região central de São Paulo, então ocupado por estudantes que protestavam por fornecimento de merenda.

Sobre as críticas, Moraes afirmou que não foi questionado pela população, mas apenas por "dois ou três jornalistas".

O novo ministro é uma indicação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (de quem foi secretário de Segurança Pública). Também presente ao evento, o tucano elogiou a atuação de seu ex-secretário. "É um verdadeiro exemplo à lei e à firmeza. O povo brasileiro está cansado de bagunça", disse.

Alexandre Moraes tem ainda no currículo os serviços de advocacia que prestou para uma cooperativa de vans que servia de lavanderia para o PCC, segundo investigações. E antes mesmo de assumir o posto, já dava o tom de sua gestão ao classificar os protestos contra o impeachment como “atos de guerrilha”. 

A detenção pela Polícia Federal por duas horas de 73 mulheres em um voo da Bahia a Brasília, após escracho contra deputados a favor do impeachment, mostra a agenda de criminalização dos movimentos sociais que se dará no governo Temer (infelizmente baseada na lei antiterrorismo, sancionada por Dilma no que talvez tenha sido seu maior erro).

Espera-se repressão violenta a protestos durante as Olimpíadas do Rio, quando os movimentos sociais não vão perder a chance de denunciar as arbitrariedades do impeachment para o resto do mundo.


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