25/04/2024 - Edição 540

Saúde

Governo inicia campanha nacional contra gripe

Publicado em 28/04/2016 12:00 -

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A campanha nacional de vacinação contra a gripe começará neste sábado (30) e se estende até 20 de maio, de acordo com o Ministério da Saúde. A meta é vacinar até esta data 80% do público-alvo, composto por 49,8 milhões de pessoas.

Em meio à preocupação com o aumento de casos de gripe fora de época, ao menos 22 Estados, no entanto, já haviam antecipado a aplicação das vacinas para parte desse grupo ou para alguns municípios, segundo levantamento da pasta.

A partir deste sábado, dia de mobilização nacional contra a gripe, a campanha se estende para todo o país, incluindo os Estados onde não houve antecipação, como Sergipe, Alagoas, Ceará, Maranhão e Mato Grosso. Ao todo, a imunização estará disponível em 65 mil postos de saúde.

Podem receber a vacina na rede pública idosos, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores de saúde, gestantes, mulheres que deram à luz há até 45 dias, povos indígenas, presos, funcionários do sistema prisional e pessoas com doenças crônicas.

A escolha destes grupos, considerados de maior risco de complicações da gripe, segue orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Não há necessidade de pânico, de correria para as unidades. Não vai acabar a vacina para o público-alvo", diz o secretário de vigilância em saúde, Antônio Nardi.

Crianças que nunca se vacinaram contra gripe devem tomar a vacina em duas etapas, com 30 dias de intervalo entre as doses. Para os demais, a vacina é aplicada em apenas uma dose. A vacina é composta por cepas de três tipos de vírus da gripe: H1N1, H3N2 e gripe B.

Avanço de Casos

Neste ano, o vírus da gripe H1N1 responde pela maioria dos casos graves e mortes. De 250 mortes por complicações de gripe, 230 são por H1N1.

O total de casos graves e mortes já ultrapassa o registrado nos últimos dois anos. Situação semelhante, no entanto, havia sido registrada em 2013, quando também houve aumento de casos antes do período esperado – em geral, esse cenário é esperado para o início de maio, com a chegada do inverno.

"Temos que lembrar que influenza é sazonal. Um ano pode circular mais e outro menos, por isso a necessidade de que a população definida como público-alvo seja vacinada, porque não é possível prever qual ano será epidêmico ou não", diz a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues.

Para Antônio Nardi, apesar dos dados das últimas semanas indicarem uma possível estabilização do aumento de casos, ainda é cedo para analisar o cenário.

"O que podemos dizer é que tivemos antecipação dos quadros de incidência da doença. Nesse transcorrer estamos tendo alguma sinalização de diminuição. Mas não podemos dizer que a curva vai se estabilizar", afirmou.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, diz o alto número de mortes por gripe neste ano preocupa o governo.

"Desenvolvemos o mau hábito de não encarar com a devida seriedade essa enfermidade que infelizmente este ano veio mais cedo. Tivemos que antecipar a distribuição das vacinas, e mesmo assim ainda temos número elevado de casos graves e óbitos. Isso está nos preocupando demais", disse o ministro, que deve deixar o cargo ainda nesta quarta-feira em meio à crise política.


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