26/04/2024 - Edição 540

Saúde

Governo anuncia inclusão do teste rápido de tuberculose no SUS

Publicado em 26/03/2014 12:00 -

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No Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, lembrado no último dia 24, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão do teste rápido da doença no Sistema Único de Saúde (SUS). A tecnologia, denominada Gene Xpert, detecta a presença do bacilo causador da tuberculose em duas horas, além de identificar se há resistência ao antibiótico Rifampicina, usado no tratamento da doença.

Ao todo, 50 equipamentos foram distribuídos aos estados do Amazonas, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. De acordo com a pasta, até maio, todos os estados brasileiros terão recebido os equipamentos. Ao todo, 160 máquinas devem entrar em funcionamento, com capacidade para realizar 640 mil testes rápidos.

Até maio, 92 cidades consideradas estratégicas para o controle da doença devem contar com os equipamentos. As localidades concentram 55% dos novos casos de tuberculose registrados no país e englobam todas as capitais e municípios com mais de 130 novos casos da doença.

Até maio, 92 cidades consideradas estratégicas para o controle da doença devem contar com os equipamentos.

De acordo com o ministério, estão sendo investidos R$ 15 milhões na implementação da tecnologia no SUS. Os recursos são destinados à aquisição dos testes, das máquinas (computadores com leitor de código de barras e impressora) e para o treinamento dos profissionais de saúde. A técnica já foi testado em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ).

No exame tradicional para detecção da tuberculose, são necessários 30 dias para realizar o cultivo da micobactéria e outros 30 dias para o diagnóstico de resistência à Rifampicina.

Casos em queda

O Brasil registrou 71.123 novos casos de tuberculose em 2013. A taxa de incidência da doença no país ficou em 35,4 casos para cada 100 mil habitantes, o que indica queda de 20,3% em relação a 2003, quando a taxa era 44,4 casos para cada 100 mil pessoas.

Os dados sobre o número de mortes por tuberculose são referentes a 2012 e indicam um total de 4.406 óbitos provocados pela doença. A taxa de mortalidade no país foi 2,3 óbitos para cada 100 mil habitantes.

Ainda de acordo com o ministério, moradores de rua representam a população mais vulnerável à tuberculose – o risco de infecção é 44 vezes maior que na população geral. Em seguida, estão as pessoas com HIV/aids (risco 35 vezes maior); população carcerária (risco 28 vezes maior) e indígenas (risco três vezes maior).

Moradores de rua representam a população mais vulnerável à tuberculose – o risco de infecção é 44 vezes maior que na população geral.

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráullio Barreira, lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a existência de 9 milhões de casos de tuberculose em todo o mundo, sendo 3 milhões deles não detectados e, portanto, sem tratamento.

O Brasil, segundo ele, se mantém em uma situação “confortável” em relação ao diagnóstico da doença (82%, quando a recomendação da OMS é de, pelo menos, 70%). Atualmente, o país ocupa a 16ª posição entre os 22 com maior carga de tuberculose e a 111ª posição em taxa de incidência.

“Ainda é um desafio. Temos a tuberculose como a quarta causa que mais mata entre doenças infecciosas”, destacou o coordenador. A doença aparece ainda como a primeira causa de morte entre doenças infecciosas em pessoas que vivem com HIV/aids.


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