27/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Prefeitura pede apoio da população contra o mosquito mas reduz coleta de lixo

Publicado em 23/12/2015 12:00 -

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A Prefeitura de Campo Grande decretou nesta semana estado de alerta contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zica vírus e estabeleceu a criação do gabinete sobre a prevenção e controle da transmissão na cidade de Campo Grande.

De acordo com a Sesau, do dia 27 de janeiro a 21 de dezembro foram 10.403 notificações, 4.013 casos confirmados de dengue, cinco com dengue grave e três mortes em decorrência da doença. Com relação à chikungunya, neste mesmo período ocorreram 119 notificações, com dois casos confirmados. Quanto ao zika vírus, o levantamento feito pela Sesau revela 290 casos investigados com suspeita da doença, nenhum caso ainda foi confirmado.

Segundo o decreto, os municípes e os responsáveis pelos estabelecimentos edificados ou não, públicos, privados ou mistos, devem adotar as medidas necessárias à manutenção de suas propriedades, evitando o acúmulo de lixo e de materiais inservíveis, de modo a evitar o surgimento de condições que propiciem a instalação, manutenção e a proliferação do mosquito causador das três doenças.

Mais lixo

Apesar de pedir que a população faça a sua parte, a Prefeitura reduziu a limpeza urbana na região central de Campo Grande em 80% em outubro, poucos meses antes janeiro, quando é esperado o pico dos casos das doenças causadas pelo Aedes aegypti.

De acordo com o superintendente executivo do Consórcio CG Solurb, Elcio Terra, serviços de varrição de ruas, capina e limpeza de boca de lobo foram reduzidos a quatro setores da cidade. Até então, eram executados em 58 áreas.

Ele exemplifica que grandes regiões deixaram de ser atendidas, como Autonomista, Santa Fé, Carandá, Mata do Jacinto, Nova Bahia, Coronel Antonino, Tiradentes, Marcos Roberto, Taveirópólis, Vila Bandeirantes.

“Quando deixa de varrer, acaba ficando copo descartável, tampinha, o que pode acumular água. Acaba contribuindo com o mosquito. Sem a roçada e capina também acumula lixo e água. Acaba sendo insensata essa decisão”, afirma o superintendente.

Elcio afirma que a limpeza de boca de lobo é ação preventiva no combate a enchentes. Mas, com a suspensão, a prefeitura só solicita o serviço quando a chuva forte já provocou alagamento. Como no caso do temporal de 5 de dezembro. “Teve pontos de alagamentos e teve que trabalhar no domingo para atender as demandas. Mas, na verdade, esse é um serviço de prevenção”, diz.

O consórcio, que venceu licitação bilionária para gestão dos resíduos sólidos na Capital, informa que não recebe pelos serviços de limpeza desde junho e o débito da prefeitura chega a R$ 15 milhões, considerando somente varrição, capina e limpeza de boca de lobo.

Com a restrição dos serviços, a empresa não descarta demissões. “Se for mantido, provavelmente vai haver 150 demissões”, afirma Elcio. A coleta do lixo domiciliar não sofreu alterações.

Decreto

O decreto da Prefeitura cria também o Gabinete Interinstitucional de Saúde, composto por representantes da Secretaria municipal de Saúde, Secretaria municipal de Segurança Pública, Secretaria de Infraestrutura, Transporte, Habitação, Secretaria Municipal de Administração e Secretaria municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. A “Sala de Situação” do Gabinete Interinstitucional de Saúde ficará localizada na Rua João Rosa Pires, 1001,1° andar , no bairro Amambaí, onde será centralizado as reuniões tomadas de decisões e realizará o monitoramento em geral, enquanto o município estiver em alerta.

De acordo com o decreto, a população poderá fazer contato com a prefeitura para fazer denúncias de foco de criadores do mosquito por meio do telefone 3314-9955 ou via email [email protected] As secretarias envolvidas deverão dar prioridade absoluta ao trabalho de fiscalização, prevenção e combate ao mosquito.


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