28/03/2024 - Edição 540

Poder

Nelson Barbosa substitui Levy e é o novo ministro da Fazenda

Publicado em 18/12/2015 12:00 -

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Nelson Barbosa, que estava na pasta do Planejamento, substitui Joaquim Levy e é o novo ministro da Fazenda. A decisão foi apressada após Levy fazer um discurso de despedida em reunião interna no Ministério da Fazenda. Ele já havia combinado a saída com a presidente da República, mas ficaria de confirmar sua exoneração no início de janeiro.

A decisão pelo nome de Barbosa surgiu depois de várias consultas feitas pela presidente Dilma. A escolha foi uma solução caseira. Isso porque, apesar de terem sido especulados nomes do mercado, o governo estava com dificuldades de achar alguém que aceitasse a missão.

Barbosa é um nome que teve o aval do ex-presidente Lula, o que sinaliza para uma inflexão na política econômica. Dilma estava sendo pressionada a fazer um aceno a sua base e havia uma torcida no Palácio do Planalto pela saída de Joaquim Levy.

Visto como um obstáculo à mudança da política econômica, Levy passou a ser atacado por ministros mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lógica para esses ataques é pragmática: num momento de grave crise política, é preciso flexibilizar o rumo da economia como uma sinalização aos seguimentos sociais que apoiam o governo Dilma.

Fiz o que pude

Levy divulgou nota afirmando que ele e a equipe fizeram o que foi proposto em janeiro, quando assumiu o cargo, pelo menos naquilo que dependia deles.

No documento apresentado como balanço de fim de ano, em clima de despedida do governo, o ministro disse que chegou ao fim de 2015 preocupado com a situação do país, particularmente com a da economia. Além disso, os reflexos negativos da crise na atividade econômica e na geração de empregos poderão se estender por 2016.

Ao falar sobre seu legado, disse que "o tempo saberá mostrar os resultados que se colherão de tudo que foi feito até agora" e responsabilizou a turbulência política pela maior parte da crise.

"Seria uma injustiça comigo, com minha equipe e com a presidente Dilma Rousseff achar que o país enfrenta uma recessão pelo fato de termos proposto e, em alguma medida, já implementado um ajuste fiscal. Um ajuste pelo qual ela tem se empenhado", afirmou o ministro.

"Boa parte da queda do PIB decorre de processos políticos, que tiveram importante impacto na economia, criando incerteza e multiplicidade de cenários que levaram à retração da atividade de empresas e indivíduos."

Disse ainda que ninguém quer o impeachment como primeira opção, "especialmente se o governo mostrar como serão as políticas econômicas nos próximos três anos."

Levy afirmou que, ao contrário do que é muitas vezes sugerido, a agenda do ministério sempre foi muito além do ajuste fiscal, que não será suficiente para superar a crise atual, e que são necessárias reformas como a da Previdência Social. E defendeu que o governo deve seguir esse caminho e não o de relaxamento de restrições orçamentárias para tentar socorrer alguns setores econômicos.

Por fim, repetiu a frase dita pela manhã em café com jornalistas de que "o país não pode ficar parado, porque, hoje, ficar parado é andar para trás."


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