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Obama ameaça China com sanções por espionagem

Publicado em 25/09/2015 12:00 -

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a ameaçar a China nesta sexta-feira (25) com sanções por espionagem cibernética minutos após fechar um acordo sobre o assunto com o mandatário chinês, Xi Jinping.

O roubo de segredos industriais e propriedade intelectual pelas redes é um dos temas de maior atrito entre os países. Obama ainda criticou o avanço militar de Pequim, que ameaça aliados como Japão, Coreia do Sul e Filipinas.

Na Casa Branca, o americano disse ter expressado ao colega chinês "sérias preocupações" com as ameaças. "Disse que isso deve parar. Este é um progresso, mas insisto que nosso trabalho ainda não está totalmente feito."

Ele voltou a afirmar que poderá punir os chineses envolvidos nas invasões cibernéticas e pediu uma ação maior do governo chinês. "A questão agora é se as palavras vão seguidas de ações, e observaremos atentamente."

Antes da entrevista, os dois dirigentes concordaram em criar um grupo de para discutir questões cibernéticas e outra comissão para combater os crimes de informática, a se encontrar duas vezes por ano.

Pelo documento, os presidentes se comprometeram a não conduzir ou apoiar abertamente o roubo de propriedade intelectual. As autoridades chinesas são apontadas pelos EUA como responsáveis por financiar estas atividades.

Segundo o FBI, as invasões a sistemas cresceram 53% no ano passado em relação a 2013. Xi prometeu cumprir as normas acertadas no acordo. "Enfrentamento e atrito nunca são a melhor escolha para os dois lados."

Além da espionagem, os dois ainda conversaram sobre as disputas territoriais na Ásia. Na entrevista, Obama disse ter tido discussões sinceras com Xi sobre o assunto e defendeu uma solução entre os chineses e os vizinhos.

"Referi ao presidente Xi nossas preocupações significativas com as disputas, as construções e a militarização das áreas disputadas, o que torna mais difícil para os países resolverem suas discordâncias de forma pacífica."

Em resposta, o chinês defendeu-se, dizendo que a construção de ilhas artificiais no mar do Sul da China não ameaça nenhum país. O empreendimento é alvo de reclamações das autoridades das Filipinas.

"As ilhas do mar do Sul da China são chinesas desde tempos antigos. Temos o direito de defender nossa soberania territorial, nossos direitos marítimos legais e legítimos e nossos interesses."

Acordo climático

A confirmação do acordo climático foi ponto de concordância deste encontro entre Obama e Xi. Em novembro, os dois países já haviam anunciado metas conjuntas para a redução das emissões de gases poluentes.

A China anunciou que destinará US$ 3,1 bilhões ao fundo da ONU para países em desenvolvimento reduzirem as emissões de carbono. Os Estados Unidos haviam doado US$ 3 bilhões para o mesmo fundo.

Dentre as medidas, está a instalação na China de um sistema nacional de trocas de carbono em 2017 para tentar conter as emissões do país. Hoje, as tocas estão em vigor entre sete províncias do país.

O programa funciona de forma similar aos créditos de carbono entre empresas. Isso permite que uma região menos poluente venda parte de sua cota para outra, com maior emissão de gases.

Por ser um país em desenvolvimento, a China não tem obrigação de reduzir as emissões de gases poluentes, o que é criticado pelos americanos e outros países industrializados.

Com o acordo, afirma Obama, os duas maiores economias do mundo poderiam promover um acordo climático global mais forte na Conferência do Clima de Paris, em dezembro.


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