18/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Campanha combate violência contra mulher e ajuda a desconstruir cultura do machismo

Publicado em 21/08/2015 12:00 -

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande aderiu oficialmente à campanha nacional “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”. A iniciativa, realizada em parceria entre quatro pastas do administrativo, busca atender jovens e crianças expostos à violência doméstica e familiar, com o objetivo de orientá-los sobre como enfrentar este problema. Na oportunidade também foi lançado o projeto “Ciclo de Alfabetização e Letramento para Empoderamento de Mulheres”.

A campanha é promovida na Capital pela Secretaria Municipal de Políticas Para as Mulheres (Semmu), com apoio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Secretaria Municipal de Ação Social (SAS) e da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh). Os trabalhos têm início a partir de setembro, com a capacitação dos servidores por meio dos materiais didáticos a serem apresentados ao público alvo.

O atendimento abrange usuários da Rede Municipal de Ensino (Reme) e de entidades assistencialistas como Centro de Referência e Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas), Casas de Acolhimento, Medidas Sócio-Educativas, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), entre outras.

O foco é orientar jovens e crianças expostos a um ambiente familiar marcado pela violência contra a mulher, dando-lhes a educação correta para que aprendam a enfrentar a situação sem medo, criando mais consciência sobre o direito feminino de uma vida sem agressões e submissão. O abraço sugerido como tema principal simboliza a proximidade e o afeto com a qual devem ser preenchidas as relações interpessoais.

“É momento de comemorar mais este trabalho que preza pela não-violência contra as mulheres. A partir desta iniciativa, esperamos contribuir ainda mais para a desconstrução da cultura do machismo que é hoje, sem dúvidas, a maior responsável pelos casos de agressão. Alguns homens ainda veem as mulheres como suas propriedades e como seres inferiores”, afirmou a secretária Liz Derzi de Matos, titular da Semmu, durante o evento realizado no auditório da Semmed.

Ação

Segundo Flávia Pieretti, representando a coordenação da campanha, o projeto utiliza recursos que “falam” a língua do público alvo. “Trazemos materiais diferenciados, como gibis, clipes musicais, informações, jogos e atividades lúdicas que permitirão meninos e meninas interagir de modo a compreender melhor o mundo que os cerca. Todos juntos, abraçados”, detalha.

A titular da SAS, Janete Belini, lembra que nenhuma criança ficará desamparada. “Unimos forças para levar a todas as crianças e jovens as informações necessárias para uma vida de qualidade. Sabemos que sem o acompanhamento adequado, podem acumular traumas que atrapalham seu desenvolvimento social e escolar. Por esta razão, não só as crianças, mas todas as pessoas envolvidas no Serviço de Conciliação e Fortalecimento Familiar serão atendidas”, detalhou.

O secretário municipal de educação Marcelo Salomão celebra a iniciativa e afirma que o projeto será incorporado a Reme, por meio de atividades extracurriculares. “Toda mobilização que visa o bem-estar emocional da comunidade é bem-vinda. Precisamos de mais sensibilidade, mais amor e mais objetividade em nossas interações. Acredito que isso poderá ser encontrado durante esta campanha. Nossa secretaria é uma facilitadora da proposta sugerida pela Semmu”, afirmou.

Alfabetização

Durante o evento a secretária Liz Derzi de Matos ainda lançou o projeto “Ciclo de Alfabetização e Letramento para Empoderamento de Mulheres”. Segundo ela, a proposta é reduzir cada vez mais a desigualdade entre gêneros através da alfabetização de mulheres em situação de vulnerabilidade. Serão atendidas negras, indígenas, moradoras do campo e da floresta, lésbicas, bissexuais e transexuais (LBT), e com deficiência. A alfabetização se dará através de aulas de cidadania.

“Queremos dar mais liberdade e independência às mulheres que, por inúmeras razões, são reprimidas e impedidas de terem acesso a conhecimento digno. Não é apenas ensiná-las a ler e a escrever, mas levar informações que as tornem mais autoconfiantes e conhecedoras de seus direitos. O quanto antes vamos visitar aldeias, zonas rurais e áreas carentes para darmos início ao trabalho”, concluiu a secretária.


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