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Ninguém vai nos apagar do mapa, afirma Maduro

Publicado em 17/07/2015 12:00 -

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Em seu discurso na cúpula do Mercosul, em Brasília, o presidente Nicolás Maduro lembrou a figura do ex-presidente Hugo Chávez e ponderou que, "há aqueles (…) em alguns dos nossos países ou fora dos nossos países" que tentam "forçar a história e a realidade".

"Nós existimos, estamos vivos, de pé. Ninguém vai nos apagar do mapa, com campanhas midiáticas, com pressão política", afirmou o venezuelano, nesta sexta-feira (17). O governo de Maduro, que enfrenta grave crise política, foi alvo de crítica da oposição brasileira.

No mês passado, senadores foram a Caracas e, na saída do aeroporto Simón Bolívar, foram cercados por grupo partidário ao governo, que gritava: "[Hugo] Chávez não morreu, multiplicou-se".

A exemplo de outros presidentes do bloco, Maduro defendeu uma maior integração regional e ponderou que "há muita coisa a ser feita".

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, entoou o discurso de que ainda há muito a fazer nas relações comerciais do Mercosul que, segundo ela, não são exploradas "de forma satisfatória". "Temos de aprofundar as integrações em termos reais", reforçou.

Fazendo referência aos 40 anos da Operação Condor — aliança político-militar entre as ditaduras da América do Sul—, Cristina afirmou que é necessário "fortalecer mais do que nunca as nossas democracias" porque, segundo ela, "talvez, em algum lugar, haja um novo plano, que não seja Condor, que não terá intervenção de Forças Armadas, mas que seja mais sutil e sofisticado".

O presidente Horácio Cartes foi mais incisivo: "O Paraguai tem insistido que o Mercosul deve contribuir de fato para a superação das assimetrias existentes entre as nossas nações", afirmou. Ele cobrou maior atenção às "economias menores e mais vulneráveis" para se obter um "verdadeiro processo de integração".

Guiana

Como previsto, Guiana e Venezuela citaram a crise diplomática que envolve os países: o motivo agora é a descoberta de jazidas de petróleo no território de Esequibo, na região fronteiriça.

Em maio, Nicolás Maduro assinou um decreto no qual definiu, de forma unilateral, a soberania da Venezuela sobre as águas do Esequibo, onde, semanas antes, as reservas de petróleo haviam sido descobertas.

"Fazemos um apelo ao Mercosul para continuarmos vigilantes e para garantir a soberania dos pequenos países do continente. Violações de fronteiras podem ser levadas a conflitos e podem deteriorar a integração. Portanto esse continente deve ser um continente de paz para que haja progresso econômico", disse o presidente da Guiana, David Granger.

Diante do atraso no cronograma das atividades da cúpula, a declaração à imprensa foi adiada para o fim da tarde desta sexta-feira, após encontro entre Dilma e Cristina Kirchner, no Palácio da Alvorada.

Bolívia

Chanceleres dos países-membros do Mercosul assinaram acordos de adesão da Bolívia ao bloco, como integrante pleno do Mercosul, e de Suriname e Guiana, como associados.

Agora, para a confirmação dos bolivianos, é preciso o aval dos parlamentos do Brasil e do Paraguai. Como os Legislativos da Argentina, do Uruguai e da Venezuela já haviam aprovado a inclusão do país no bloco, não é preciso nova ratificação.

A entrada da Bolívia já havia sido acordada no passado, num momento em que o Paraguai estava suspenso. Por isso, acredita-se que, com o retorno ao bloco, será mais fácil ter o apoio político para a conclusão do processo.

Com a incorporação da Bolívia, o bloco fica com seis membros fixos, além do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Para que qualquer país seja aceito no bloco é necessária aprovação de todos os demais.


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