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Publicado em 05/06/2015 12:00 -
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A Polícia do Paquistão confirmou nesta sexta (5) que oito dos dez responsáveis pelo ataque a garota Malala Yousafzai foram inocentados em abril –na ocasião, o promotor anunciou que todos eles tinham sido condenados a prisão perpétua.
O anúncio da liberação foi feito inicialmente por Azad Khan, chefe de polícia do país. Ele não deu explicações de porque a informação não tinha sido corrigida antes. Antes da confirmação oficial, a liberação dos acusados já tinha sido informada pela BBC.
"Eu só posso confirmar que a corte antiterrorismo de abril inocentou oito dos dez homens acusados de atacar Malala", ele disse para a agência de notícias Associated Press.
Ele disse que não sabia as razões do caso não ter sido esclarecido antes.
Em abril o promotor Sayed Naeem disse que os dez militantes acusados do ataque tinham sido condenados por uma corte especial contra o terrorismo e sentenciados à prisão perpétua. Na ocasião, ele afirmou que o julgamento foi feito de forma secreta por questões de segurança.
Nesta sexta, Naeem afirmou que os repórteres compreenderam errado. Ele disse que apenas dois dos dez homens receberam a pena de prisão perpétua e o restante foi liberado por falta de provas.
O promotor se recusou a discutir o caso e afirmou que entrou com um recurso contra a liberação dos homens.
Os assessores de Malala não quiseram comentar o caso.
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Ela foi baleada na cabeça aos 14 anos por militantes do Taleban enquanto saía de sua escola no vale do Swat. Ela havia defendido em um blog o direito das mulheres à educação.
A ativista recebeu reconhecimento mundial após o ataque e se tornou um símbolo na luta contra o Taleban, grupo radical islâmico que controla áreas do Paquistão. Em 2014, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz
Os militantes condenados haviam sido detidos pelo Exército paquistanês em 2014. No entanto, o líder taleban que ordenou o ataque, Mullah Fazlullah, continua foragido.
Ameaçada de morte pelo grupo, Malala hoje vive com a sua família no Reino Unido.
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