29/03/2024 - Edição 540

Brasil

Confiança no país cai com crise econômica e política

Publicado em 05/02/2015 12:00 -

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O escândalo de corrupção envolvendo políticos, empresas e a Petrobras, a crise hídrica e a deterioração do cenário econômico arranharam a confiança do brasileiro em suas instituições. É o que mostra a 15ª edição do "Trust Barometer" (Barômetro da Confiança, em uma tradução livre), um levantamento feito em 27 países pela multinacional de relações públicas Edelman.

A pesquisa traz um índice da descrença do brasileiro no governo, empresas, mídia e organizações não governamentais (ONGs). Dentre os entrevistados, só 37% disseram confiar no governo federal, índice que foi de 85% na pesquisa de 2011, primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff e, em 2014, foi de 34%.

No âmbito empresarial, o porte das companhias influenciou na confiança –71% disseram ter credibilidade em grandes empresas. Já estatais, como a Petrobras, foram desacreditadas (46% de confiança). Em 2014, elas contaram com a confiança de 56% dos entrevistados.

A mídia também sofreu arranhões, mas teve a aprovação da maioria (56%) contra 63%, em 2014. O jornalista apareceu como uma das fontes mais confiáveis de informação para 68% dos entrevistados. Representantes do governo ou políticos foram os menos confiáveis.

Apesar disso, o Brasil não acompanhou o mau humor global. Em uma escala de zero a cem, dois terços dos 27 países envolvidos tiveram índice de confiança inferior a 49. A nota do Brasil foi 50, considerada neutra.

No mundo, essa nota foi 46, afetada por episódios como a intensificação dos conflitos no Oriente Médio e a tensão na Ucrânia, pela epidemia do ebola na África que quase se espalhou, por ataques terroristas e o clima de insegurança de dados pessoais após os ataques cibernéticos contra Apple e Sony.

Cenário empresarial

A imagem das empresas brasileiras no exterior também foi afetada. Do total de entrevistados, 38% disseram-se desconfiados em relação às empresas nacionais.

Nesse quesito, o Brasil ficou na 13ª posição, à frente somente da China (36%), Rússia (35%), Índia (34%) –integrantes do grupo dos países em desenvolvimento (Brics)– e do México (31%). Não houve mudança em relação ao ano passado.

Companhias de economias consolidadas, como a dos EUA e de grande parte da Europa, foram preferidas. Lideraram a lista as empresas suecas (76%), canadenses (75%) e alemãs (75%).

O clima positivo para empresas de países em desenvolvimento como o Brasil só foi encontrado nos próprios países em desenvolvimento. Nesses locais, a confiança nas múltis foi de 57%. Nos países desenvolvidos, ela foi de 22%.

Por outro lado, as nações em desenvolvimento têm 77% de confiança em companhias de países desenvolvidos.

Divulgada neste quinta, a pesquisa contou com 33 mil entrevistados, todos com acesso à internet. A amostra média por país foi de 1.000 pessoas e 18% tinham nível superior e renda acima da média. Todos responderam a um questionaram on-line.


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