27/04/2024 - Edição 540

Saúde

Estoque de vacinas contra a Covid-19 só dá para iniciar mais 2 milhões de imunizações no país

Publicado em 12/02/2021 12:00 -

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Caso não receba novos imunizantes contra a Covid, algumas cidades brasileiras devem interromper neste sábado (13) a aplicação das primeiras doses da vacina. No país, só há produto disponível para começar a imunizar mais 2 milhões de pessoas, e a situação não deve mudar até o fim deste mês.

De acordo com dados reportados pelas secretarias estaduais de Saúde, ainda há 6,53 milhões de doses prontas para uso, mas 70% delas precisam ser aplicadas em quem já tomou a primeira dose.

Se mantido o ritmo atual, com cerca de 250 mil doses de vacinas sendo aplicadas ao dia no Brasil, em oito dias se esgotaria o estoque para novos vacinados. Assim, o país passaria seis dias aplicando o produto só em quem já tomou a primeira dose, até a chegada de novos lotes.

O ritmo de vacinação poderia ser retomado e ampliado em 25 de fevereiro, uma vez que o Instituto Butantan coloque mais 8,6 milhões de doses previstas da vacina CoronaVac no sistema. A produção da Fiocruz, que distribuirá o imunizante de Oxford, só deve ficar pronta em meados de março.

Estados questionam critérios e cobram mais doses de vacinas

O total de doses e os critérios usados pelo Ministério da Saúde para distribuir as vacinas contra a Covid-19 são alvos de críticas de estados. Enquanto a vacinação avança em ritmo considerado lento pelos especialistas, unidades da federação questionam a diferença na quantidade de doses já enviadas e pedem mais lotes dos imunizantes.

Representantes de ao menos quatro estados – Pará, Santa Catarina, Tocantins e Espírito Santo – estão entre as unidades da federação que fazem críticas ao governo. Além deles, há estados que buscam caminhos para comprar suas próprias doses, como é o caso da Bahia com a vacina Sputnik V.

O Ministério da Saúde afirmou inicialmente que "as doses são enviadas às UF, conforme disponibilidade, para grupos previamente definidos e estimados, acordados em decisão tripartite – governos federal, estaduais e municipais” (veja íntegra da nota ao fim da reportagem).

Em uma segunda nota, o ministério ainda informou que a distribuição das doses seguem os seguintes critérios técnicos: "riscos de agravamento e óbito pela Covid-19, visando a redução da morbimortalidade causada pelo coronavírus, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais."

Pazuello no Senado

Em audiência no Senado, o ministro Eduardo Pazuello foi cobrado por senadores do Pará sobre o fato de o estado ser o último no total de doses distribuídas, apesar da circulação de uma das novas variantes do Sars-Cov-2 e da proximidade do Amazonas. Em resposta, o ministro disse que critério para entrega é a quantidade de pessoas que formam os grupos prioritários em cada estado e não a população total.

Pazuello também foi cobrado durante a sessão por representante do Tocantins sobre as doses. Nos dois casos, o ministro disse que enviaria aos senadores o detalhamento de quantas doses foram enviadas aos estados e o total dos grupos prioritários.

Doses enviadas ao Pará

Após a ida de Pazuello ao Senado, o ministério que o estado do Para recebeu 315.840 doses da vacina, "suficientes para a vacinação de 173.734 pessoas, o que representa 80% da população total dos grupos prioritários".

Segundo o ministério, o total é suficiente para atender 73% dos trabalhadores de saúde, 100% das pessoas de 60 ou mais institucionalizados, 100% das pessoas com deficiência institucionalizados, 100% dos povos indígenas e 100% das pessoas com 90 anos ou mais.

Segundo a pasta, o Pará recebeu 6.825 doses oriundas do fundo estratégico que reservou 5% das doses do país para estados da região Norte. "Esse envio possibilitou a vacinação de 3.250 pessoas de 85 à 89 anos (11%), além do quantitativo enviado de forma igualitária às 27 unidades federadas nessa pauta."

O Ministério da Saúde não divulgou os mesmos dados para todos os estados e o Distrito Federal.

Pelo país

Conforme dados do levantamento do consórcio de veículos de imprensa atualizados nesta quinta-feira, o Pará era o estado do país com a terceira pior proporção de vacinas recebidas em relação à população (uma dose para cada 27,5 habitantes). Na ponta oposta estão Roraima (6,6), Amazonas (7,6) e Mato Grosso do Sul (12,6).

Não foi possível realizar a conta da proporção de vacinas em relação ao público-alvo da campanha em cada estado, já que o Ministério da Saúde não informou a quantidade de pessoas que devem ser vacinadas em cada unidade da federação com as vacinas já enviadas.

Situação no Pará

No começo da semana, o Governo do Pará alega que o estado é o que recebeu, em proporção ao total da população, a menor quantidade de vacinas contra Covid-19 no país. Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, um ofício foi enviado ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, solicitando informações sobre os critérios utilizados na divisão dos lotes de vacinas do Fundo Estratégico para alguns estados do Norte do País.

Situação no Espírito Santo

No Espírito Santo, o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, disse, ainda no fim de janeiro, que houve “frustração” na disponibilização das vacinas por parte do Ministério da Saúde para o Espírito Santo e que, diante da demora na disponibilização das doses, o Estado iria buscar a compra das doses diretamente com a indústria.

“Todo atraso na disponibilidade de doses para a população brasileira poderá comprometer resultados observados para o primeiro semestre ainda deste ano. No primeiro cenário, com disponibilidade de vacinação da Fiocruz e Butantan, já tivemos frustração, e temos que estar preparados. O Espírito Santo já negocia com a indústria a aquisição de vacinas para complementar o plano de vacinação”, afirmou Nésio.

Situação em Santa Catarina

Na quarta-feira (10), o secretário de estado da Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, declarou durante sessão especial da Assembleia Legislativa (Alesc) que estava em Brasília para "cobrar do ministério algumas discrepâncias de quantitativo de doses".

“A velocidade da vacinação é dependente do fornecimento de vacinas, estou em busca de respostas, tenho agenda com o Ministério da Saúde para discutir o quantitativo para o estado, novas remessas, temos de acelerar, senão levaremos alguns meses para cumprir as fases iniciais”, reconheceu Ribeiro, que lamentou não ter “respostas sobre vacinas que estão para chegar”.

Posicionamentos do Ministério da Saúde

Veja abaixo nota enviada pela pasta na quarta-feira (10):

""O Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19 estabelece a ordem de vacinação para os grupos prioritários, o que pode ser observado no Quadro 2 do referido plano – que está disponível no link: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/janeiro/29/planovacinacaocovid_v2_29jan21_nucom.pdf

A definição dos grupos e sua priorização foi realizada no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis (Portaria GAB/SVS n° 28 de 03 de setembro de 2020), composta por representantes deste ministério e de outros órgãos governamentais e não governamentais, assim como Sociedades Cientificas, Conselhos de Classe, especialistas com expertise na área, Organização Pan-Americanada Saúde (OPAS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A decisão foi pautada também nas recomendações do SAGE – Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (em inglês, Strategic Advisor Group of Experts on Immunization), da Organização Mundial da Saúde.

É importante ressaltar que a priorização de grupos populacionais para a vacinação foi necessária diante do contexto de não disponibilidade imediata de vacina para todos os grupos suscetíveis à doença, de forma que estão sendo priorizados primeiramente os grupos de maior risco para agravamento pela doença caso venham a se infectar. Além disso, é necessário preservar a força de trabalho para manutenção dos serviços de saúde. E, em seguimento, vacinação das populações de maior vulnerabilidade exposição aos impactos da pandemia e dos trabalhadores dos serviços essenciais.

No atual cenário, está sendo utilizada a estratégia de etapas dentre os grupos prioritários estabelecidos pelo Plano de Imunização com base na quantidade de doses entregues pelos laboratórios produtores. As doses são enviadas às UF, conforme disponibilidade, para grupos previamente definidos e estimados, acordados em decisão tripartite – governos federal, estaduais e municipais

Orientações referentes para cada etapa são realizadas por meio de informes técnicos e notas informativas, com as definições referentes aos grupos que deverão serem atendidos com o quantitativo de doses enviado naquela etapa. Esses informes podem ser acessados no link: https://www.gov.br/saude/pt-br/Coronavirus/vacinas/plano-nacional-de-operacionalizacao-da-vacina-contra-a-covid-19

Conforme ofício encaminhado no dia 08 de fevereiro de 2021 aos secretários estaduais de Saúde, CNS, Conass e Conasems, o PNI alerta que não seguir a ordem priorizada pelo programa pode acarretar na falta de vacinas para os grupos de maior risco de adoecimento e óbito pela covid-19. E, uma vez que nas primeiras etapas da campanha nacional de vacinação não foi possível cobrir 100% dos trabalhadores da saúde, o PNI orientou vacinar primeiramente os trabalhadores que estiverem em unidades de atendimento à Covid-19, porém, ficou facultado às UF definirem em esfera bipartite (estado e município) essa estratificação – de acordo com suas respectivas realidades locais.

Até o momento, foram enviadas aos estados 11,1 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. Cabe esclarecer que a pasta distribui as doses aos estados – que são responsáveis pelo envio aos municípios, de acordo com necessidades e planejamentos locais. Atualmente, o Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas, para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses)."

Veja abaixo nota enviada pela pasta na quinta-feira (11):

"O Ministério da Saúde esclarece que a distribuição das doses da vacina contra a Covid-19 adquiridas seguem critérios técnicos previamente estabelecidos no Plano Nacional para Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19: riscos de agravamento e óbito pela Covid-19, visando a redução da morbimortalidade causada pelo coronavírus, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais. Conforme ofício encaminhado no dia 8 de fevereiro de 2021 aos estados e municípios, o PNI alerta que não seguir a ordem priorizada pelo programa pode acarretar na falta de vacinas para os grupos de maior risco de adoecimento e óbito pela Covid-19.

Orientações referentes para cada etapa são realizadas por meio de informes técnicos, com as definições referentes aos grupos que deverão ser atendidos com o quantitativo de doses enviado por etapa. Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde distribui as doses aos estados, que são responsáveis pelo envio aos municípios, de acordo com necessidades e planejamentos locais.

Sobre o estado do Para, até o momento, foram enviadas 315.840 doses da vacina contra a Covid-19, suficientes para a vacinação de 173.734 pessoas, o que representa 80% da população total dos grupos prioritários do estado previstos pelo Ministério da Saúde até o momento, a saber:

– 73% dos trabalhadores de saúde;

– 100% das pessoas de 60 ou mais institucionalizados;

– 100% das pessoas com deficiência institucionalizados;

– 100% dos povos indígenas e

– 100% das pessoas com 90 anos ou mais

Devido ao cenário epidemiológico atual, de criticidade na região Norte do país, a partir da 2° pauta de distribuição das vacinas contra a Covid-19 foi definido o fundo estratégico (5%) destinado aos estados da região, em que o Pará se beneficiou na terceira pauta de distribuição de um total de 6.825 doses desse Fundo estratégico. Esse envio possibilitou a vacinação de 3.250 pessoas de 85 à 89 anos (11%), além do quantitativo enviado de forma igualitária às 27 unidades federadas nessa pauta. A medida reforça as ações gradativas do Ministério da Saúde para atendimento dos estados da região Norte, para minimizar os impactos decorrentes da Covid-19.

Cabe esclarecer que a distribuição de doses para os estados foi realizada de acordo com os critérios epidemiológicos atualizados e denominadores populacionais referentes aos grupos prioritários, preservando a distribuição proporcional e igualitária em todo o país, bem como o quantitativo referente ao fundo estratégico (5%) para os estados da região Norte."

Sem vacinas, país vai encarar mais variantes em 2021, diz brasileira na OMS

Se o governo brasileiro não sair imediatamente atrás de vacinas adicionais para compor o portfólio de vacinas contra covid-19 no Brasil, o país corre o risco de ver apenas uma parcela da população imunizada contra a covid-19 e enfrentará a ameaça de ter de lidar com novas variantes do vírus a partir do segundo semestre do ano.

O alerta é da professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, Cristiana Toscano, única brasileira membro do Grupo Estratégico Internacional de Experts em Vacinas e Vacinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu Grupo de Trabalho de Vacinas para COVID-19.

Cristiana Toscano, que nesta semana esteve diretamente envolvida no aval da OMS para a vacina da AstraZeneca, também indica que, por conta da falta de dados e de coordenação do governo brasileiro no que se refere ao mapeamento, comunicação e uso de informações sobre novas variantes, o Brasil passou a ser alvo de "chacota" nas reuniões internacionais.

Seu alerta vem num momento em que a OMS aponta para o fato de que as mutações do vírus se transformaram na maior ameaça para frear a pandemia. Em seu último informe semanal, a agência internacional indicou como, em Manaus, a variante do vírus já passou a ser predominante.

Entre uma reunião da agência internacional da saúde e outra, a brasileira concedeu entrevista à coluna e faz uma avaliação sombria sobre a situação do país. "Manaus tem o potencial para se tornar um risco global, além de estar enfrentando uma situação epidemiológica que representa um fiasco das ações de saúde pública local e nacional", alertou a especialista.

Ela lembra como países europeus e outros pelo mundo passaram a frear a circulação de brasileiros e exigir testes para diminuir a velocidade de propagação da nova variante brasileira em seus continentes e territórios. O mesmo, porém, não aconteceu internamente no Brasil diante da identificação da mutação.

"No Brasil, não há vacinação intensificada em Manaus, não houve restrição de circulação de pessoas em Manaus ou nenhuma outra ação de saúde pública objetivando a contenção da nova variante. Nada. Então as pessoas entram e saem de Manaus e estão circulando no Brasil inteiro. A vacinação chegou a ser suspensa. Tudo o que não deveria ocorrer está ocorrendo", advertiu.

Nesta semana, entre os vários encontros, ela ainda participou da reunião promovida pela OMS para discutir como melhorar globalmente o monitoramento de novas variantes e avaliação de eficácia de vacinas.

Vacinação rápida para coibir novas variantes

Para ela, a vacinação deve ocorrer de forma "rápida e eficiente, e não arrastada." O argumento é claro: uma imunização lenta abre novas possibilidades para a evolução do vírus e o surgimento de novas variantes.

Nesse aspecto, o Brasil vive uma ameaça. De acordo com a especialista, a melhor forma de coibir o surgimento de variantes é reduzir a transmissão viral através de distanciamento social e a vacinação. Mas se o vírus continuar a circular em uma população parcialmente imune, trata-se de um "estímulo para o aparecimento de novas variantes".

"A demora na vacinação no Brasil e o vírus circulando é a pior situação que pode haver para prevenir novas variantes", alertou. "Sabemos vacinar. Mas precisamos de mais doses, de coordenação nacional, de sistemas de informação e monitoramento funcionantes. É só fazer a matemática: teremos vacinas para os grupos de risco para o primeiro semestre", disse. "Mas isso é apenas um terço para da população. Ou o Brasil vai atrás já por mais vacinas para o restante da população, ou vamos chegar em agosto com o grupo prioritário vacinado lentamente e o resto da população sem nada. O resultado poder ser o enfrentamento de mais uma nova variante e perspectivas mais longínquas para a superação da pandemia", alertou.

Toscano é explícita em apontar que a busca por novas vacinas não pode esperar. "Se não correr por vacinas agora, não vai ter", apontou. "Só temos hoje as vacinas por conta de ações institucionais bem sucedidas da Fiocruz e Instituto Butantan que, em agosto de 2020, iniciaram a busca. Isso precisa ser reconhecido", disse.

Motivo de chacota internacional por apagão de dados

Outro problema destacado pela especialista é o "apagão" no Brasil de dados de sequenciamento dos vírus circulantes, que permite a identificação de mutações e novas variantes virais. "O país, apesar de limitações no investimento em pesquisa e sistemas de vigilância, tem inúmeros grupos de pesquisa e laboratórios de saúde pública que têm a capacidade de fazer sequenciamento. Mas isso tem sido feito em quantidade e velocidade insuficiente, e os dados disponíveis não têm sido divulgados sistematicamente", diz.

"Em reuniões internacionais, o sentimento é de surpresa, dizem que não sabem o que está ocorrendo no Brasil pois há uma grande escassez de dados", relata.

De acordo com a especialista, no palco internacional, há um reconhecimento de que os dados sobre a situação no Brasil não estão sendo divulgados de forma sistemática e nem em quantidade. "Há um apagão da África e da América do Sul", disse.

Na avaliação da especialista brasileira, é urgente que país amplie a forma pela qual monitora o surgimento de novas variantes. "Existem grupos de pesquisas e redes de pesquisadores. Mas a coordenação das redes e do sistema de informação genômica, além do uso da informação para a tomada de decisão não existe", alertou. "E isso é grave", disse.

"Uma coisa é termos grupos de pesquisas. O que falta é coordenação e o uso da informação em tempo real para saúde pública", alertou. Ela lembra que, hoje, não existem boletins públicos do Ministério da Saúde sobre a questão de onde estão as variantes do vírus pelo país.

"Essa é uma falha de coordenação e de capacidade de estruturar o monitoramento para garantir o uso em tempo real da informação sobre as variantes", insistiu.

Segundo ela, grupos de pesquisa no país mapeiam a presença do vírus e o Ministério da Saúde é informado. "Mas quem deve pegar essas informações e usá-las na saúde pública é o Ministério da Saúde e eu não vejo isso acontecer de maneira oportuna, articulada e coordenada", disse.

"Hoje, não temos coordenação para buscar novas vacinas, para coordenar as ações de imunização e nem para promover sistemas de vigilância e usar as informações e evidências geradas por estes sistemas para tomar decisões de saúde pública. Isso é inexistente", lamentou a pesquisadora.

"O mundo sabe que temos capacidade técnica e científica. Mas, por falta total de liderança, coordenação e transparência, o processo está em risco. O Brasil está deixando um vácuo, nacional e internacional. E isso é vergonhoso. E a situação epidemiológica da pandemia no Brasil é o retrato de tudo isso", completou.


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