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Possíveis presidenciáveis já aparecem nos EUA

Publicado em 07/11/2014 12:00 -

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Antes mesmo de ficarem claros os resultados finais das eleições parlamentares americanas será dado o tiro extraoficial de largada da campanha de 2016, garantindo que esta será uma das corridas presidenciais mais longas e, evidentemente, mais caras da história dos Estados Unidos.

Apesar de os eleitores se dizerem fartos de política e manterem distância dos políticos eleitos, isso não vai impedir os interessados de iniciar sua jornada para tentar tomar o lugar do presidente Barack Obama.

A seguir, os oito candidatos prováveis e uma avaliação de suas perspectivas.

Ex-secretária de Estado Hillary Rodham Clinton, Nova York (Partido Democrata)

Possivelmente a mais forte candidata a participar de uma primária em mais de meio século quando não está no exercício de nenhum cargo no momento, Clinton, 67 anos, é altamente popular entre os democratas e encerra a promessa de fazer história como a primeira mulher a ocupar a Presidência dos EUA. Sua decisão de candidatar-se ou não vai depender não tanto em ela acreditar ou não em suas chances de conquistar a indicação do Partido Democrata, mas em se, depois de uma tentativa fracassada de chegar à Casa Branca e décadas na luta política, ela quer voltar à vida pública ou não. Mas a política e o governo são há muito tempo forças que animam as vidas de Hillary Clinton e do ex-presidente Bill Clinton.

Governador Martin O'Malley, Maryland (Partido Democrata)

Em termos de viagens e de levantamento de fundos, nenhum outro potencial candidato democrata vem deixando mais claro seu interesse em candidatar-se que O'Malley, 51, que foi um dos partidários mais leais de Clinton em 2008. Mas ele é praticamente o único democrata a manifestar interesse em desafiar Clinton. O'Malley se aferra a algumas posições liberais centrais e pode atrair votos de setores que simplesmente procuram uma alternativa. Estes podem não ser suficientes para lhe dar vitória, mas podem elevar seu perfil. Se Hillary Clinton não se candidatar, O'Malley estará na dianteira.

Ex-governador Jeb Bush, Flórida (Partido Republicano)

Jeb Bush é o que os republicanos tem que mais se aproxima de uma Hillary Clinton, mas existem dúvidas entre os republicanos quanto às chances de ele se candidatar de fato. Ele disse que a decisão vai depender em grande parte do impacto sobre sua família, mas Bush, 61 anos, que não é candidato numa eleição desde 2002, também pode hesitar em participar de uma primária que ele tem chances de perder. Seu apoio a uma reforma da imigração e à iniciativa educacional Common Core destoa da posição da ala republicana mais conservadora. E há a questão de se os republicanos vão querer indicar um terceiro Bush para a Presidência.

Governador Chris Christie, Nova Jersey (Partido Republicano)

As perspectivas de Christie podem depender em parte de Bush decidir-se a ser candidato. Cada um dos dois teria o apoio de um bloco semelhantes de eleitores e doadores de campanha alinhados com o establishment. Christie, 52 anos, foi reeleito no ano passado com apoio importante de minorias e vai tentar conquistar o apoio de seu partido com base em sua elegibilidade. Embora talvez possua as habilidades políticas maiores de qualquer lado, há questões ideológicas, regionais e éticas que pairam sobre sua candidatura. E há a saúde fiscal de seu próprio Estado: a classificação de crédito de Nova Jersey foi rebaixada várias vezes durante seu governo.

Senador Marco Rubio, Flórida (Partido Republicano)

Rubio, 43, foi impelido à fama por ativistas do Tea Party e desde então se desviou para a ala mais convencional do partido. Como tal, ele vai se posicionar como o candidato que será capaz de aproximar as alas conservadora e tradicional do partido. Mas, ao fazê-lo, terá que convencer doadores e outras figuras republicanas que possui o peso e reconhecimento necessários para ser presidente, ao mesmo tempo defendendo-se de ataques da direita devido ao papel chave que exerceu numa revisão da política de imigração. Outro problema pequeno em seus cálculos políticos: ele será candidato à reeleição e terá que decidir para qual cargo tentará se fazer eleger.

Governador Rick Perry, Texas (Partido Republicano)

Sua campanha presidencial de 2012 se resumiu à frase final de uma piada, mas Perry, 64 anos, não esconde seu interesse em candidatar-se novamente, e alguns em seu partido acham que ele teria mais chances desta vez. Poucos possíveis candidatos republicanos têm experiência executiva comparável à dele -mais de 14 anos como governador–, mas os desafios que ele enfrenta não se limitam a simplesmente apagar seu momento "oops" num debate. Depois de deixar o governo do Texas em janeiro, ele não contará mais com a plataforma texana de levantamento de fundos da qual se beneficiou em sua disputa mais recente. E provavelmente teria um rival em seu próprio Estado, o senador Ted Cruz.

Senador Rand Paul, Kentucky (Partido Republicano)

Nenhum republicano conta com uma base de apoio tão sólida quanto Rand Paul. Mas a dúvida principal relativa à sua candidatura é se conseguirá construir uma coalizão grande, que transcenda seus partidários de viés libertário e o exército de pequenos doadores formado por seu pai, o ex-deputado Ron Paul. Seu desafio será convencer os republicanos tradicionais que ele é suficientemente mainstream para representar o partido. Mas Paul, 51 anos, tem outra complicação, uma que compartilha com Cruz e Rubio: na esteira da Presidência de Obama, será que os republicanos vão querer indicar um senador júnior?

Ex-governador Mike Huckabee, Arkansas (Partido Republicano)

O vencedor dos caucus do Iowa em 2008 cogitou em tentar novamente na eleição presidencial passada, mas optou por continuar como apresentador da Fox News. Mas, graças a sua plataforma na TV a cabo e a seus livros frequentes, ele continua popular entre muitos conservadores cristãos, sua base principal de apoio em sua campanha passada. Levantar fundos foi um problema para Huckabee em 2008 e pode sê-lo novamente. Mas a dúvida principal é se ele, que tem 59 anos e hoje vive numa casa de praia na Costa do Golfo, na Flórida, vai de fato querer participar da corrida.


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