25/04/2024 - Edição 540

Ecologia

Híbridos começam a chegar ao Brasil

Publicado em 07/11/2014 12:00 -

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Mesmo com um incentivo para venda de carros híbridos (aqueles que contam com um motor a combustão e outro elétrico) que deixa de fora a maior parte dos veículos “limpos”, algumas montadoras dão sinais de que este segmento do mercado deve crescer no país, com mais lançamentos. E o Salão do Automóvel tem papel fundamental para medir a aceitação deste tipo de tecnologia para o público.

Atualmente, o mercado brasileiro possui apenas 5 modelos de carros "verdes" à venda. O incentivo divulgado recentemente pelo governo federal, de redução do imposto de importação de 35% para entre 0% e 7%, de acordo com o consumo energético dos veículos abrange somente os híbridos com motor a combustão de cilindrada não superior a 3 litros e sem a possibilidade de recarga na tomada (plug-in).

Entram nesta lista o Toyota Prius e o Lexus CT 200h. Mas modelos com motor a combustão superior a 3 litros, híbridos plug-in e os "puramente" elétricos ainda não receberam qualquer incentivo. É o caso de BMW i3 e i8.

Para mostrar que, apesar de limitações nos benefícios fiscais, o objetivo é aumentar o número de opções ao consumidor, as montadoras trouxeram para o Anhembi modelos híbridos ou elétricos já à venda, confirmados ou com intenção de comercializá-los no país, mesmo que sem isenções fiscais. Conheça abaixo os principais veículos do tipo na feira.

Audi

A Audi apresentou para o público brasileiro o A3 e-tron. Ele é a versão híbrida do hatch A3, e traz dois motores, um a combustão, 1.4 turbo de 150 cavalos e outro elétrico, de 102 cv. Combinados, produzem até 204 cv e 35,7 kgfm de torque.

De acordo com a Audi, a autonomia do veículo, contando com os 50 km do modo elétrico é de até 940 km. Se a carga da bateria estiver no fim, é possível usar o motor a gasolina para recarregar ou plugar o carro em uma tomada convencional. Por ser plug-in, ele não recebe qualquer incentivo fiscal.

O modelo já foi confirmado para o Brasil, e deve chegar no segundo semestre de 2015. “Acreditamos que até o lançamento, o governo aprove incentivos para este tipo de veículo. De toda forma, precisamos estar preparados, já que existe potencial para esses carros no Brasil”, afirmou Herlander Zola, diretor de marketing da Audi no Brasil.

BMW

Para ajudar a recarregar a bateria, que tem autonomia máxima de 160 km, um motor bicilíndrico de 650 cm³, que eleva a capacidade de rodar para até 300 km.

Já o i8 é um cupê esportivo. Ele custa R$ 799.950, e seu motor a combustão é somado ao elétrico para tracionar o veículo e gerar até 362 cv. O propulsor a gasolina é um três cilindros 1.5 turbo, de 231 cv. Já o movido a eletricidade desenvolve 131 cv. De acordo com a marca, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 4,4 segundos. As vendas são apenas sob encomenda.

De acordo com Carlos Cortes, gerente sênior da BMW i, já foram vendidas 30 unidades do i3 e há encomenda para 5 unidades do i8. “As vendas estão dentro do previsto. Os carros que chegam já vão sendo vendidos, as vezes não chegam nem a ir para o showroom”, afirma.

Mas, mesmo com os bons números nas vendas, o discurso é crescer no país de forma ordenada. “Queremos consolidar a marca i no país. O público precisa conhecer a tecnologia, e quem comprou, utilizar a estrutura existente de pós-vendas. Só aí pensamos em expandir a rede e aumentar o volume”, completa Cortes.

Kia

Na montadora coreana, o discurso não é tão otimista. De acordo com Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas da marca, a Kia depende de mais incentivos para conseguir vender seus híbridos e elétricos com preços competitivos.

“Com a tributação atual, conseguimos a isenção para o Optima, mas não escapamos dos 30 pontos adicionais de IPI por trazermos o carro da Coreia. Nesse ponto, ficaríamos bem mais caro do que concorrentes vindos do México”, afirmou, citando indiretamente o Ford Fusion Hybrid, atualmente vendido por R$ 133,9 mil. O modelo em questão, o Optima híbrido, tem um motor 2.4 a gasolina de 159 cv, além de um elétrico, de 47 cv. Combinados, a potência total é de 199 cv.

Já o Soul EV tem um motor elétrico que gera até 109 cv, com autonomia de 150 km. Nos Estados Unidos, tem como principal concorrente o Nissan Leaf. Se fosse vendido no Brasil, além dos 30 pontos a mais de IPI, pagaria a importação de 35% como os demais veículos da marca, já que é elétrico.

Mercedes-Benz

Durante a apresentação dos modelos no Anhembi, a Mercedes apresentou a versão elétrica do Fortwo, modelo da Smart, marca que pertence ao grupo Daimler. O carrinho não foi confirmado para o mercado brasileiro, mas a marca trouxe o compacto para o Brasil para um período de testes. Se as negociações fluírem dentro do esperado, ele deve ser vendido por aqui.

Lá fora, a versão a combustão do Fortwo acaba de ganhar nova geração, porém, o modelo movido a eletricidade continua sendo vendido. Ele possui motor de 75 cv, que empurra o veículo aos 125 km/h. A autonomia é de 145 km, o que faz dele um veículo genuinamente urbano.

Mitsubishi

Já confirmado para o Brasil a partir de janeiro, com preço estimado em R$ 190 mil, o Outlander PHEV é a aposta da Mitsubishi para o segmento de carros híbridos. Será o primeiro SUV híbrido e também o primeiro 4×4 com este tipo de propulsão. Ele também promete ser um dos mais eficientes.

Seu motor 2.0 a gasolina só traciona as rodas em uma condição muito específica, tanto que não há uma transmissão convencional, com marchas. Na grande maioria das ocasiões, o modelo é empurrado pelos dois motores elétricos, um em cada eixo.

De acordo com a marca, é possível rodar até 52 km sem gastar uma gota de combustível. Se a carga das baterias estiver no fim, basta acionar o modo de recarga. Nesse caso, são utilizados 3 litros de gasolina, e o motor se transforma em gerador.

Segundo a Mit, a expectativa é comercializar 15 unidades do Outlander PHEV por mês. No Salão, a marca expôs o modelo, além de um modelo “cortado” ao meio, para demonstrar a tecnologia ao público.

Toyota/Lexus

A Toyota acaba de baixar o preço do Prius, já que é uma das poucas que recebe o incentivo do governo. A redução da carga de até 35 pontos percentuais do imposto de importação refletiu em preço 8,2% menor. O modelo, que antes era vendido por R$ 120.830, passa a custar R$ 111 mil na linha 2015.

Já a “versão de luxo” do Prius, o Lexus CT 200h não sofreu redução. De acordo com o vice-presidente da marca no Brasil, Luiz Carlos Andrade Junior, o modelo só será reajustado quando a linha 2015 chegar aos concessionários. “Não tem como antecipar o novo valor, após a isenção de impostos. Isso porque o dólar está flutuante, e isso interfere no preço para o consumidor. O que posso garantir é que haverá redução”, diz.

Hoje, o CT 200h custa R$ 134 mil na versão Eco e R$ 154 mil na opção Luxury. Nos dois casos, ele tem um motor 1.8 de 99 cv a gasolina e outro elétrico, de 82 cv, que, somados, resultam em 134 cv.


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