26/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Prefeitura proíbe consumo de álcool em locais públicos para evitar aglomerações

Publicado em 14/08/2020 12:00 -

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O infectologista Júlio Croda apontou a estabilização no número da média móvel de casos e a diminuição da ocupação dos leitos de UTI como cruciais no combate ao novo coronavírus em Mato Grosso do Sul. O pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) comentou sobre o novo decreto proibindo consumo de álcool em locais públicos na capital.

Croda disse que o decreto é uma tentativa da prefeitura de diminuir leitos de UTI por outras causas, como acidentes automobilísticos e brigas. "Temos ocupação hoje de 85% de UTIs em Campo Grande, sendo 45% de Covid-19 e 40% de outros casos. A tentativa é válida pois diminuindo a porcentagem de ocupação por outras causas, pode ser que sobrem leitos para pacientes de Covid", afirmou.

De acordo com o infectologista, o número da média móvel de casos e óbitos no estado continua em ascensão, sem nenhum sinal de estabilização, e continua sendo motivo de muita preocupação de especialistas. "Com os números se mantendo, precisaremos de mais leitos de UTI e a nova medida da prefeitura pode ajudar nesse sentido. Estamos num limite muito crítico, acima dos 80%, que os especialistas recomendam para medidas mais restritivas", reforçou Croda.

O especialista ainda afirmou que o padrão do aumento de casos em Campo Grande continua sendo crítico. "Precisamos observar se nas próximas semanas terá uma estabilização ou continuar essa tendência de casos, muito próxima do limite de leitos, e que exigiria novas medidas", finalizou.

De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Campo Grande havia registrado 13.940 casos e 204 óbitos por Covid-19 até esta quarta. No estado de Mato Grosso do Sul, são 33.509 casos do novo coronavírus e 558 mortes pela doença.

Novo decreto

A prefeitura de Campo Grande publicou, no último dia 11, mais um decreto trazendo nova medida restritiva para tentar evitar a proliferação do novo coronavírus. A legislação proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e de acesso ao público, como bares e restaurantes. A determinação vale até domingo (16).

A medida ocorre após acordo judicial entre Defensoria Pública e prefeitura de Campo Grande. No dia 4 de agosto, com o agravamento da pandemia na cidade e logo após a prefeitura flexibilizar algumas medidas restritivas, a Defensoria Pública do estado entrou com uma ação na Justiça pedindo que o município adotasse um lockdown para evitar que a situação ficasse mais crítica.

Após algumas reuniões mediadas pela Justiça, foi formalizado um acordo. Além da proibição ao consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, foi definida a continuidade do toque de recolher das 21h às 5h (que vinha sendo praticado desde o dia 1º de agosto, em razão de um decreto anterior) e ainda a realização de blitze pela cidade.

De acordo com a prefeitura, o objetivo ao proibir o consumo de álcool e aumentar o número de blitze é evitar a combinação entre a "bebida e a direção", que é apontada como uma das principais causas de acidentes.

Ao diminuir o número de acidentes, o município projeta uma redução da ocupação de leitos de terapia intensiva (UTI's) voltados para atender vítimas de traumas, evitando assim, uma sobrecarga ao sistema público de saúde.

Confira quais horários de funcionamento das diversas atividades em Campo Grande:

– Funcionamento do varejo, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h; Sábado e domingo das 9h às 16h – antes era das 9h às 17h.

– Shoppings, todos os dias das 11h e fechamento às 20h.

– Academias de ginástica, de segunda a sexta-feira, das 5h às 21h; Sábado das 5h às 16 e domingo fechado.

– Salões de beleza, de segunda a sexta-feira, das 5h às 21h; Sábado das 9h às 18h e domingo fechado.

– Restaurantes, de segunda a segunda, das 5h às 21h.

– Supermercados, de segunda a segunda, das 5h às 21h.

– Serviços essenciais (farmácias, hospitais, unidades de pronto atendimento, deliverys, farmácias, etc), 24 horas, de segunda a segunda.


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