19/04/2024 - Edição 540

Saúde

Cloroquina: maior estudo brasileiro reforça evidências mundiais de que medicamento é ineficaz contra a Covid

Publicado em 24/07/2020 12:00 -

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Um amplo estudo liderado pelos principais hospitais privados do Brasil apontou que a hidroxicloroquina não tem eficácia no tratamento de pacientes internados com quadros leves ou moderados de covid-19. As conclusões foram publicadas na quinta-feira (23) no The New England Journal of Medicine.

Segundo o estudo, a administração da hidroxicloroquina, combinada ou não com o antibiótico azitromicina, não melhorou as condições de pacientes com coronavírus.

Os autores ainda verificaram que os pacientes que utilizaram os medicamentos tinham uma tendência maior a apresentar alterações nos exames de eletrocardiograma, apontando arritmia, e de sangue, indicando o risco de lesão hepática.

O estudo analisou 667 pacientes com quadros leves ou moderados em 55 hospitais brasileiros. O estudo foi coordenado por oito instituições: Hospital Albert Einstein, Sírio-Libanês, HCor, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, além do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).

Esse é o maior estudo com a hidroxicloroquina feito até agora no Brasil.

Os participantes do estudo tinham cerca de 50 anos e foram selecionados no máximo dois dias antes do início da pesquisa. Destes, 58% eram do sexo masculino. Entre os avaliados, 40% eram hipertensos; 21%, diabéticos, e 17%, obesos.

Os 667 foram divididos em três grupos, por meio de sorteio. Destes, 271 receberam uma combinação de hidroxicloroquina e azitromicina. Outros 221 receberam apenas hidroxicloroquina. Os últimos 227 pacientes foram selecionados como grupo controle, não recebendo nenhum dos medicamentos, apenas atendimento clínico. 

Segundo o estudo, os pacientes receberam as medicações por sete dias e foram acompanhados por duas semanas. Ao final, 665 pacientes tiveram seus casos analisados pelo estudo (dois foram excluídos).

De acordo com o estudo, no grupo tratado com hidroxicloroquina combinada com azitromicina, 69% dos pacientes haviam recebido alta e estavam em casa sem sequelas ao final das duas semanas. 

Já no grupo que não usou nenhuma das medicações, o índice foi de 68%. Entre aqueles que tomaram apenas hidroxicloroquina, 64% receberam alta nesse período de duas semanas.  O número de óbitos também foi parecido nos três grupos: cerca de 3%.

"Não observamos diferenças na evolução dos pacientes dos três grupos. Neste perfil de paciente, portanto, a utilização da hidroxicloroquina não promove uma melhora no estado clínico", explicou ao jornal O Estado de S.Paulo a cardiologista Viviane C.Veiga, coordenadora de UTI da Beneficência Portuguesa de São Paulo e uma das pesquisadoras do estudo.

Mais avisos

No último dia 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirmou que “a hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da covid-19”. Em nota, a entidade destacou que dois estudos internacionais comprovaram que não há nenhum benefício clínico do medicamento para combater a doença causada pelo coronavírus.

Na avaliação da SBI, a substância não é eficaz nem na prevenção nem na cura da covid-19. Um dos estudos citados avaliou pacientes em 40 estados do Estados Unidos e três províncias do Canadá. O grupo que recebeu hidroxicloroquina, em comparação aos pacientes que receberam placebo, não teve redução nos sintomas. Mais da metade deles recebeu a substância um dia depois de sentir mal-estar. Cerca de 43% tiveram efeitos colaterais como dores abdominais, diarreia e vômitos.

Outro estudo não detectou nenhum avanço clínico ou virológico entre aqueles que tomaram hidroxicloroquina e receberam placebo. A pesquisa foi realizada na Espanha, com 293 pacientes e publicada no periódico científico Clinical Infectious Diseases. Após 28 dias de uso do medicamento, 25,7% dos pacientes morreram, ante 23,5% dos que receberam outro tratamento. 

“Com essas evidências científicas, a SBI acompanha a orientação que está sendo dada por todas as sociedades médicas científicas dos países desenvolvidos e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a hidroxicloroquina deve ser abandonada em qualquer fase do tratamento da covid-19”, diz a nota da SBI.

A entidade também pede que os órgãos públicos reavaliem orientações de uso de medicamentos comprovadamente sem efeito e que os recursos públicos sejam usados em anestésicos, bloqueadores neuromusculares e aparelhos para o tratamento da doença, em falta na rede pública. 

‘Kit Covid’ não tem eficácia e pode prejudicar o paciente

Em debate realizado no último0 dia 22, especialistas criticaram hospitais privados e planos de saúde que têm ministrado o chamdo “kit covid” para tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. A receita inclui medicamentos como cloroquina (e seu composto, a hidroxicloroquina), ivermectina e azitromicina, e tem sido aplicada em casos suspeitos ou confirmados de covid-19. Sem eficácia comprovada, os remédios podem causar efeitos colaterais graves aos pacientes.

O debate sobre a eficácia do coquetel de medicamentos foi realizado pela Ciência USP. Frederico Fernandes, doutor em pneumologia e médico assistente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explicou que a criação sobre o “kit covid” é mais político do que técnico.

O especialista é defensor da autonomia dos profissionais da saúde, mas explica que as entidades médicas precisam apresentar aos seus integrantes notas técnicas sobre a não eficácia daqueles medicamentos contra a covid-19.

“A Associação Médica Brasileira soltou um comunicado absolutamente político acusando os médicos de ‘torcerem pelo vírus’. Eles disseram defender a autonomia do médico, mas não é verdade. Quando estou informado sobre risco-benefício e sei que o risco é maior, o que eu faço é imprudência. Então, erro médico não é autonomia”, afirmou

No último dia 20, a AMB defendeu, por meio de uma nota oficial, a autonomia do médico em relação à prescrição da hidroxicloroquina como forma de combate à covid-19. A associação ainda pediu o fim do que chamou de “politização sobre o medicamento”, que não tem eficácia comprovada para o combate do novo coronavírus.

Frederico explica que o kit é composto por medicamentos indicados para outras doenças, o que significa que pode não ser seguro para o tratamento da covid-19. Ele relata diversos casos de pacientes com quadros graves de arritmia cardíaca após tomarem a hidroxicloroquina.

“O paciente com covid mais idoso pode ter problema cardiovascular e, com uma infecção viral aguda, tudo isso pode levar à arritmia. A gente desconhece a segurança no contexto da covid. Esses kits têm estimulado também o uso precoce de corticoides, o que pode levar à replicação viral”, afirmou.

Izabella Pena, pesquisadora no Whitehead Institute, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, criticou especialmente a presença da ivermectina no “kit covid”. Segundo ela, o uso do medicamento é baseado num estudo australiano que não passou do teste pré-clínico.

“É uma evidencia in vitro, ou seja, fora dos seres vivos. Além disso, foi feita com uma dosagem impossível de circular no sangue do ser humano. Já tem estudos mostrando efeitos colaterais dessa dosagem da ivermectina, como a morte de células. A cloroquina tem mais de 200 testes e a maioria são fúteis, com ensaios científicos sem controles e inúteis. Portanto, você vê vários compostos sendo testados com baixa capacidade de funcionar”, aponta.

Negacionismo?

O kit tem sido distribuído por diversos hospitais privados e planos de saúde do país. No começo de julho, a Prevent Senior, por exemplo, enviou aos pacientes com suspeita de coronavírus um “kit covid” com hidroxicloroquina e azitromicina, mesmo sem que o paciente tivesse testado positivo para a infecção.

O pneumologista do Hospital das Clínicas acrescentou que houve casos de pessoas que, apesar de terem tomado os remédios do “kit”, tiveram o quadro de covid-19 agravado. Alguns faleceram. A única medida com percentual de eficácia aceitável, segundo ele, é o acesso à unidade de terapia intensiva (UTI) feita de forma adequada.

“Quando insistimos no isolamento e máscara, é para evitar o excesso de casos e superlotar a UTI, que é o único recurso que salva vidas. Há o uso político desse kit para (o governo) não (investir em) ampliar o número de leitos ou desvalorizar o distanciamento social. Apontar para uma cura fácil tem o objetivo de intervir menos politicamente, o que vai levar mais pessoas à morte”, afirmou Frederico.

Já Luis Claudio Correia, diretor do Centro de Medicina Baseada em Evidências da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Bahiana), afirmou que a prescrição desses medicamentos sem eficácia comprovada é apenas um reflexo da sociedade.

“A decisão baseada em crença faz parte da sociedade. O pensamento baseado no ceticismo, que é um pilar da ciência, não é habitual. Não vai existir medicina baseada em evidência enquanto não houver a sociedade baseada nisso”, disse.

A "cura” promovida por Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro vem defendendo insistentemente a hidroxicloroquina para combater a pandemia do coronavírus, mesmo sem comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. Em maio, o Ministério da Saúde, por pressão de Bolsonaro, chegou a publicar um novo protocolo para ampliar o seu uso também em casos leves da doença.

Bolsonaro abraçou a hidroxicloroquina após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter propagandeado inicialmente a droga como um tratamento potencial eficaz contra a covid-19. Trump fez a primeira menção à hidroxicloroquina em 21 de março, após o suposto potencial da droga ter sido propagado em círculos de extrema direita na internet que promovem teorias conspiratórias e desconfiança contra o establishment científico. À época, o remédio também ganhou espaço na rede de TV populista Fox News.

Tudo começou com um anúncio do controverso pesquisador francês Didier Raoult, que no dia 17 de março divulgou um estudo preliminar em 24 pacientes apontando que a hidroxicloroquina havia sido eficaz no tratamento da covid-19. No entanto, o estudo de Raoult foi criticado em círculos científicos por causa da sua amostra limitada.   

Em 23 de março, dois dias depois de Trump mencionar o remédio, foi a  vez de Bolsonaro seguir o exemplo do americano e passar a sistematicamente promover o fármaco, mesmo sem estudos amplos que comprovassem sua eficácia. 

A partir do final de abril, no entanto, Trump deixou de mencionar a droga, após estudos apontarem seus riscos e falta de eficácia, deixando Bolsonaro temporariamente sozinho na defesa. Mas, em maio, Trump voltou a promover o remédio. 

No entanto, mais recentemente, Trump tem voltado seu interesse para vacinas, especialmente após os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Instituto Nacional de Saúde do país terem retirado o medicamento, originalmente desenvolvido para combater malária, do coquetel de drogas recomendadas contra a covid-19.

O entusiasmo de Bolsonaro com a droga acabou causando ou alimentando a queda de dois ministros da Saúde no Brasil em menos de um mês.

No Brasil, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que se opôs a uma adoção generalizada da cloroquina no SUS, apontou que o entusiasmo de Bolsonaro pelo remédio se encaixa na estratégia do governo brasileiro de tentar forçar uma reabertura da economia, mesmo com a ausência de embasamento científico.

"Ele quer um medicamento para que as pessoas sintam confiança, para retomar a economia. E a pessoa fica na sua tranquilidade achando que o medicamento resolve o problema", disse Mandetta.

Bolsonaro chegou a se referir ao medicamente como "cura" e passou a usá-lo como arma política. Ele usou um pronunciamento em cadeia nacional para promover a droga e ordenou que os laboratórios das Forças Armadas passassem a produzi-la em larga escala.

No último dia 19, ele levantou uma caixa do fármaco como se fosse uma espécie de relíquia para um grupo de apoiadores que se aglomerou em frente ao Palácio da Alvorada. O presidente, que disse estar com covid-19, também tem propagandeado que vem se tratando com o remédio.

Nas redes sociais, membros do seu círculo radical e apoiadores têm atacado figuras que pedem cautela na adoção generalizada, afirmando que eles "torcem pelo vírus". Alguns apoiadores chegaram a usar a hashtag #RemédiodoBolsonaro. No meio dessa discussão, temas como falta de respiradores, leitos de UTI e medidas de isolamento social parecem ter ficado em segundo plano nas prioridades do presidente brasileiro.

Análise

A primeira referência que nos vem à cabeça com a imagem de Jair Bolsonaro erguendo uma caixa de cloroquina para o delírio de seus seguidores aglomerados em frente ao Palácio do Alvorada, no último dia 19, foi Rafiki apresentando Simba aos súditos de Musafa em Rei Leão. A segunda, ancorada na realidade e mais preocupante, foi a lembrança das formas de propaganda descritas pela filósofa alemã Hanna Arendt no clássico "Origens do Totalitarismo".

Bolsonaro tem feito intensa publicidade da cloroquina para o tratamento da covid-19, mesmo que a maioria esmagadora de médicos e cientistas aponte tanto para a ineficácia do produto quanto para os graves efeitos colaterais. Mas é a primeira vez que ele o coloca no centro de uma aclamação quase religiosa.

A existência de um "elixir mágico" para combater o coronavírus é pertinente ao comportamento do presidente, que variou entre o negacionismo e a omissão deliberada, com o intuito de empurrar os brasileiros de volta à rua – mesmo colocando nossa vida em risco. Afinal, quarentena é bobagem se há um remédio que resolve tudo.

E contra convicções, comprovações tornam-se meramente acessórias. Ao defender o uso da cloroquina na live que havia realizado na noite do último dia 16, o presidente afirmou que não importa que o produto não tenha passado pelo crivo de testes, uma vez que "vai ter a comprovação científica, mais cedo ou mais tarde".

Para Hanna Arendt, cuja obra analisou o nazismo e outros movimentos ainda na década de 1940, "a propaganda totalitária aperfeiçoou o cientificismo ideológico e a técnica de afirmações proféticas a um ponto antes ignorado de eficiência metódica e absurdo de conteúdo porque, do ponto de vista demagógico, a melhor maneira de evitar discussão é tornar o argumento independente de verificação no presente e afirmar que só o futuro lhe revelará os métodos". 

Bolsonaro, criticando prefeitos e governadores contrários à ampla distribuição do medicamento, questiona a partir de um futuro que só ele viu e profetiza "quantas mortes podiam ser evitadas". Ignora, contudo, o outro lado da moeda: quantas mortes podem ser evitadas se adotarmos máscaras e distanciamento social ao invés de distribuirmos cloroquina?

É irrelevante se o presidente acredita ou não nos efeitos terapêuticos da droga. Tem acesso aos melhores médicos e hospitais que nosso dinheiro pode lhe pagar e sua saúde é tutelada por adultos responsáveis. O importante é que ele a usa para seus fins políticos. E, nesse contexto, a cloroquina se tornou símbolo da resistência bolsonarista e elemento para a propaganda de seus ideais.

Já seus seguidores absorvem a cloroquina como uma cura que, na visão deles, vem sendo escondida por uma conspiração da imprensa, de comunistas e de chineses a fim de manter a população com medo e deprimir a economia através de bloqueios desnecessários. Mas também ela é a representação palpável da negação ao conhecimento e a todos os que usam a ciência para lhes dizer o que é melhor para suas vidas. Com isso, o apoio à cloroquina torna-se um repúdio a cientistas e intelectuais que impõem regras de isolamento, mas são incapazes de explicar suas dúvidas, resolver suas inseguranças e acabar com suas angústias.

É compreensível que a pandemia gere um sentimento de impotência na população diante da falta de informação sobre os efeitos e o tratamento da covid-19, uma doença nova e que ainda está em estudo. Isso abre espaço para que líderes demagógicos preencham as lacunas, mesmo com mentiras, e apontem soluções que não resolvem. Parte da população abraça essas soluções em busca de alguma coerência para suas vidas.

Bolsonaro diz que, depois que tomou a cloroquina, os sintomas se foram. Mesmo que acreditemos no que ele diz, não é porque "A" acontece depois de "B" que "B" acontece por causa de "A". A imensa maioria das pessoas é curada da covid-19 graças ao próprio sistema imunológico. O presidente quer creditar, portanto, a vitória a ele e a seus remédios sem efeito. Perceba-se que ele pouco ou nada fala sobre o apoio a uma vacina, que proteja a população.

"O que convence as massas não são os fatos, mesmo que sejam inventados, mas apenas a coerência com o sistema do qual esses fatos fazem parte", afirma Hanna Arendt. "A propaganda totalitária prospera nesse clima de fuga da realidade para a ficção, da coincidência para a coerência."

Aliás, a fuga da realidade é, como diz a autora, um veredito contra um mundo no qual o acaso é o senhor supremo e no qual os seres humanos precisam se adaptar constantemente. Diante da arbitrariedade da vida, muitos acabam por curvar-se à coerência fictícia de uma ideologia não porque são estúpidas ou perversas, mas porque essa fuga é uma questão de sobrevivência pessoal. É difícil assumir que estamos à deriva.

"A propaganda totalitária cria um mundo fictício capaz de competir com o mundo real, cuja principal desvantagem é não ser lógico, coerente e organizado", diz ela. "A coerência da ficção e o rigor organizacional permitem que a generalização sobreviva ao desmascaramento de certas mentiras mais específicas."

Os apoiadores fanáticos de Bolsonaro acreditam na infalibilidade de seu líder, mesmo que não tenha reconhecido que errou ao tratar uma pandemia que já matou mais de 79 mil pessoas no Brasil como "fantasia", "histeria", "gripezinha", "resfriadinho". A pressuposição da infalibilidade não se baseia na inteligência superior, mas – segundo Hanna Arendt – na crença de que ele atue como tradutor das forças histórica e naturais. 

O bolsonarismo tem um componente revolucionário, subvertendo as instituições e falando diretamente com a sua massa, e tomaria de assalto a democracia se pudesse, colocando uma coisa feia no lugar. Apesar disso, não estou comparando-o ao nazismo e a outros movimentos totalitários. Mas cabe a analogia sobre suas práticas – menos por desejo de quem analisa do que pelo comportamento do próprio Bolsonaro.

A boa notícia da releitura de Hanna Arendt, se é que há uma, é que quando o movimento totalitário cai, os fanáticos podem mudar. Ou seja, há luz no fim do mandato.

"Os membros dos movimentos totalitários, inteiramente fanáticos, enquanto o movimento existe, não seguem o exemplo dos fanáticos religiosos morrendo como mártires, embora estivessem antes dispostos a morrer como robôs, mas abandonam calmamente o movimento como algo que não deu certo e procuram em torno de si outra ficção promissora, ou esperam até que a velha ficção recupere força."


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