29/03/2024 - Edição 540

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Estudo identifica raças de cachorro que mais sofrem com calor excessivo

Publicado em 30/06/2020 12:00 -

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Após analisar os registros clínicos de mais de 900 mil cães em todo o Reino Unido, pesquisadores da Universidade Trent de Nottingham e da Royal Veterinary College, ambas na Inglaterra, notaram que mais de 1.200 cachorros receberam tratamento hipertermia (o superaquecimento do corpo) durante o estudo, com quase 400 afetados em um único ano.

A pesquisa, publicada no último dia 18 de junho na revista Scientific Reports, mostra que o calor excessivo pode ter efeitos muito graves em cães, em especial aqueles que têm o focinho "achatado". Raças como pug, buldogue e chow chow possuem o chamado crânio braquicefálico, caracterizado por cabeça encurtada, face plana e nariz curto.

Neste estudo, o labrador retriever, cão mais popular do Reino Unido, foi usado como "base" para comparar e identificar raças com maior risco de sofrer com calor intenso. O buldogue inglês, por exemplo, demonstrou um risco 14 vezes maior de ter um quadro de hiperteria do que um labrador.

De acordo com a pesquisa, as raças com maior risco para o problema são: chow chow (x17), buldogue (x14); buldogue francês (x6); dogue de Bordeaux (x5); galgo (x4); cavalier king charles spaniel (x3); pug (x3); golden retriever (x3) e springer spaniel (x3).

"É provável que os cães braquicefálicos superaqueçam devido a seus mecanismos de resfriamento intrinsecamente ineficazes", disse Emily Hall, pesquisadora principal e cirurgiã veterinária da Escola de Ciências Animais, Rurais e Ambientais da Universidade Trent de Nottingham, em nota.

Segundo os pesquisadores, a crescente popularidade dessas raças é preocupante, principalmente porque as mudanças climáticas aumentam a gravidade e a frequência das ondas de calor.

O estudo também identificou outros fatores que contribuem para a hipertermia em cães, como excesso de peso e ter mais de 2 anos de idade. Cachorros grandes para sua raça — seja porque estão obesos, seja porque têm porte maior — apresentam probabilidade 1,5 vez maior de ter o problema do que aqueles que estão dentro do padrão.

 “A boa notícia é que há muitas coisas que podemos fazer para garantir que nossos cães fiquem felizes e saudáveis ​​com o calor. Certifique-se de que eles tenham muita sombra e água”, recomenda Paula Boyden, diretora veterinária da Dogs Trust, que apoiou a pesquisa. O estudo também sugere aos futuros donos de cachorros que pesquisem sobre raças antes de adquiri-las.


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