27/04/2024 - Edição 540

Saúde

Um milhão de infectados e 50 mil mortos no Brasil

Publicado em 19/06/2020 12:00 -

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O Brasil tem 47.897 mortes e 984.315 casos de Covid-19, aponta o levantamento realizado com dados das secretarias estaduais de Saúde, obtidos por um consórcio de veículos de imprensa, formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, e compilados em um boletim fechado às 8h desta sexta-feira (19). São 28 novas mortes e 956 casos em relação ao último informe do consórcio, publicado às 20h de quinta-feira (18).

A marca de um milhão de infectados deve ser atingida ainda nesta sexta-feira. Em todo o mundo, apenas os Estados Unidos têm mais pessoas infectadas pelo vírus, com mais de 2 milhões de diagnósticos confirmados.

De quarta para quinta, foram 1.204 mortes e 23.050 novos casos confirmados.

Subnotificação

Pelo menos três estados informaram que os números divulgados na quinta-feira apresentam algum grau de subnotificação por conta de uma instabilidade na plataforma e-SUS, do Ministério da Saúde, que realiza o levantamento e catalogação dos casos ambulatoriais de Covid-19 no Brasil. Nele, os municípios registram os casos confirmados da doença. Este problema causou uma queda nas notificações oficiais do novo coronavírus em diferentes estados.

"Nesta quinta-feira, 18 de junho, foram atualizados apenas os casos registrados no SIVEP e número de óbitos, uma vez que por indisponibilidade do sistema, não foi possível fazer a exportação da base de dados do eSUS VE, que representam 95% do total de casos do Estado. Por isso, a Paraíba registra hoje, 48 novos casos de Covid-19 e 13 óbitos confirmados desde a última atualização", informou a Secretaria estadual de Saúde da Paraíba.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que "o processo de notificação de casos suspeitos de Covid-19 está ocorrendo normalmente e a base de dados está totalmente preservada."

Segundo a pasta, há duas formas de exportação de dados do sistema e-SUS Notifica: diretamente do aplicativo ou por meio de uma aplicação (API).

"Este último utiliza tecnologia mais leve e é indicado para grandes volumes de dados, caso de secretarias estaduais de saúde e de grandes municípios. Ocorre que algumas unidades da federação utilizaram o aplicativo para exportação de dados, o que não é recomendado", diz o comunicado.

O Ministério da Saúde afirmou ainda já ter orientado os estados a usar somente a tecnologia API.

"Em todo caso, o Departamento de Informática do SUS (Datasus) trabalha para oferecer esta mesma tecnologia (aplicativo) para os municípios que tenham um grande volume de dados."

OMS espera por milhões de doses da vacina ainda este ano

A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que centenas de milhões de doses da vacina contra o coronavírus possam ser produzidas ainda este ano e outras 2 bilhões de doses até o final de 2021, afirmou nesta quinta-feira a cientista-chefe da organização Soumya Swaminathan. Otimista, a OMS também está elaborando diretrizes para ajudar a decidir quem deve receber as primeiras doses assim que a vacina for aprovada.

A farmacêutica britânica AstraZeneca já iniciou os testes em humanos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. Cerca de 2 mil voluntários brasileiros, no Rio e em São Paulo, irão receber ainda este mês a dose da vacina experimental contra a Covid-19.

No Rio, os testes ficarão a cargo do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino e da Rede D'Or, que vai cobrir os custos da primeira fase da pesquisa. Em São Paulo, os estudos serão liderados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A infraestrutura médica e de equipamentos será financiada pela Fundação Lemann.

Números do Governo

O Ministério da Saúde divulgou na quinta-feira os dados da Covid-19 atualizados até as 17h30. De acordo com o órgão, o Brasil tem 978.142 casos confirmados da doença com 47.748 mortes. Nas últimas 24 horas, foram registrados 22.765 casos da doença e 1.238 mortes.

Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas três semanas epidemiológicas, o Brasil foi o país do mundo que mais registrou casos da doença.

O secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, e o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, expressaram preocupação com um eventual aumento no número de casos nas regiões Sul e Sudeste por conta da chegada do inverno nessas áreas. Segundo Medeiros, os dados indicam que, no Brasil como um todo, o país apresenta uma tendência de que atingiu um “platô” no número de casos novos diagnosticados, mas a chegada do inverno inspira cuidados.

“Estamos bastante preocupados e atentos com o que poderá acontecer nas regiões Sul e Sudeste, particularmente com a região Sul, onde temos um inverno mais rigoroso, e isso faz com que a gente tenha que ficar atentos para avaliarmos essas medidas dia a dia”, disse Medeiros.

Franco disse que as orientações para retomada de atividades no país que deverão ser divulgadas entre hoje e amanhã pelo Ministério da Saúde não são de cumprimento obrigatório por estados e municípios, mas deverão ajudar os gestores locais a tomarem medidas para flexibilizar o fechamento da economia.

Franco disse que a portaria traz uma série de recomendações relativas à higiene pessoal e de estabelecimentos públicos e orienta os gestores locais a avaliarem a adoção de medidas de reabertura levando em consideração a capacidade instalada das suas redes de saúde para um eventual aumento no número de casos.

Esse tipo de abordagem relacionando a abertura com a infraestrutura da rede hospitalar já havia sido feita e publicada durante a gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

Medeiros também disse que, na semana que vem, o governo federal pretende anunciar um programa nacional de testagem que, segundo ele, já foi pactuado com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Medeiros disse ainda que o novo programa será mais “ousado” que o atual, mas não deu detalhes sobre quando e como ele será implementado.


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