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Publicado em 17/10/2014 12:00 -
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A fórmula parece ser universal: manifestações populares, quando enfrentadas pelas forças de segurança com violência, tendem a se tornar mais graves. Assim, vimos nesta semana protestos em Hong Kong serem cobertos pela névoa do gás lacrimogêneo do governo – apenas para reforçar a mensagem de que suas reivindicações são urgentes. Mas quais? Abaixo, algumas perguntas e respostas sobre a crise hongkonguense.
Que direitos democráticos os habitantes de Hong Kong almejam?
A China anunciou, recentemente, que a próxima eleição para um líder do Executivo em Hong Kong será realizada, em 2017, por sufrágio universal. Mas o governo central chinês avisou, também, que os candidatos ao cargo devem ser antes aprovados por um comitê leal a Pequim – o que ativistas de Hong Kong consideram inaceitável.
O que a China tem a ver com isso?
Hong Kong pode ser um território com diversas liberdades políticas. Ali, a liberdade de expressão e de manifestação existe, ao contrário do que ocorre no restante do território chinês. Mas Hong Kong ainda está sob o poder da China, e assim os seus cursos permanecem atrelados.
Mas por quê?
O Reino Unido devolveu Hong Kong à China em 1997, depois de 150 anos de governo. O território era a última de suas possessões imperiais. A China prometeu, então, manter as liberdades existentes em Hong Kong a partir do acordo que passou a ser conhecido como “um país, dois sistemas”. Desde então vigora a ideia de que, em 2017, Hong Kong poderá eleger livremente o chefe de seu Executivo. Por isso a constatação de que os candidatos terão de ser aprovados pela China desagradou os ativistas.
É razão para ir às ruas?
Para esses moradores, sim. A China tem dado sinais políticos que incluem afirmações de que a autonomia de Hong Kong não é um poder inerente, e sim emana somente da autorização da liderança central. Assim, manifestantes têm entendido que a liberdade excepcional com que vivem ali não está garantida.
É só disso que eles têm a reclamar?
Não exatamente. A economia de Hong Kong, outrora símbolo modernidade, pode estar fadada a uma recessão. Além da desaceleração da economia, Hong Kong é vítima do declínio do mercado de luxo, que foi um de seus principais motores.
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