19/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Exportações de celulose, soja e carne de aves crescem e superávit de MS atinge US$ 979 milhões

Publicado em 13/05/2020 12:00 -

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De janeiro a abril de 2020, os dados do comércio exterior de Mato Grosso do Sul apontam um superávit acumulado de US$ 979 milhões, impulsionados pelos principais produtos da pauta de exportações do Estado como a celulose, soja em grão, carne bovina e pelo bom resultado do setor de carne de aves. Os dados são da Carta de Conjuntura do Setor Externo, divulgada no último dia 8 pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Veja o documento aqui.

O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destaca que o bom desempenho das exportações sul-mato-grossenses tem influência positiva da variação cambial. As cotações do dólar no mês de abril em relação a março deste ano apresentaram valorização da moeda, chegando a taxa média de abril ficar em R$ 5,32, cerca de 9,05% acima da taxa média de março.

“A variação cambial tem sido o principal propulsor da venda de produtos brasileiros. Ela tem favorecido os preços em reais e proporciona uma boa lucratividade para o exportador, daí a importância desse segmento para a manutenção dos níveis de atividade econômica e de emprego, durante e principalmente no pós-pandemia”, afirma Jaime Verruck.

Com relação aos principais produtos, a Celulose segue em primeiro lugar na pauta de exportações, representando 33,99% do total exportado pelo Estado, em termos do valor, com aumento de 3,70% em relação ao volume e diminuição de 15,52%. Já a soja em grão, que registrou nova safra recorde no Estado, representa 30,29% da pauta, com queda em termos de valor de 0,36% em relação a jan-abr de 2019. Em termos de volume, houve aumento de 5,53%, sugerindo que a queda de 0,36% foi devido principalmente ao queda de preço, comparado a jan-abr de 2019.

O secretário Jaime Verruck também destaca o bom desempenho das exportações de carne de aves, que aumentaram 35,47% em relação a janeiro-abril do ano passado. “Tivemos uma recomposição no abate de aves e a reabilitação do frigorifico da BRF em Dourados. Isso possibilitou uma participação mais efetiva desse setor no mercado internacional e Dourados foi o segundo maior município exportador, atrás de Três Lagoas”, afirma o titular da Semagro. Outros produtos com desempenho crescente foram o minério de ferro, que aumentou 8,63% e o açúcar, com alta de 175,19% nas vendas externas.

A China segue como principal destino das exportações, representando 47,73% das vendas externas de Mato Grosso do Sul. Os países com maior aumento na participação foram: Coréia do Sul (215,13%) e Uruguai (45,78%). A maior queda foi registrada para os Estados Unidos, com recuo 37,03% nas exportações. “Os números reforçam a importância da China para os nossos produtos. Devido às restrições do coronavírus, houve queda nas vendas para o Chile e Argentina, mas ainda temos espaço para as nossas commodities”, diz o secretário.

Os terminais portuários de Porto Murtinho movimentaram 143 mil toneladas de janeiro a abril de 2020, 35 mil toneladas a mais em relação às 108 mil toneladas comercializadas no mesmo período do ano passado. Em termo de valores, a alta foi de 19,40%. “Esse já é um desempenho que leva em conta o início das operações de mais um porto no município. E esse crescimento ocorre mesmo com a dificuldade de calado no Rio Paraguai, devido à estiagem. As chatas estão seguindo com meia carga, mas os números já sinalizam a consolidação de uma rota logística importante, viabilizada pelo Governo do Estado”, finaliza Jaime Verruck.

Abre e fecha

Seguindo a tendência de queda na atividade comercial devido a pandemia de coronavírus, Mato Grosso do Sul registrou a abertura de 450 empresas e fechamento de 270 negócios em abril.  Os dados são da Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Apesar da queda no número de abertura de empresas em abril frente ao mesmo período de 2019 (600 empresas) e 2018 (579 empresas), o acumulado do mês ainda é maior que o registrado em abril de 2017, quando foram abertos 425 novos negócios.  O primeiro quadrimestre do ano também apresenta o melhor resultado dos últimos sete anos, com 2.361 aberturas de empresas.

Jaime Verruck afirma que os números refletem a queda na atividade econômica devido ao coronavírus. “Tínhamos a previsão inicial de 2020 ser o melhor ano de abertura de empresas dos últimos nove anos, o que vinha se confirmando até março, mas que houve uma substancial mudança devido a pandemia”, afirmou o secretário.

Em relação ao fechamento de empresas, o número de abril é o menor registrado em 2020, mas o maior da série histórica para o mês. Importante destacar que o aumento expressivo na extinção de empresas em 2020 se deve em grande parte a decisão do Governo Federal em outubro de 2019, que extinguiu a taxa paga por empresários para fechar a empresa, facilitando o processo.

Entre as empresas fechadas, 50% são do setor de comércio, sendo este o segmento mais impactado pelas condições econômicas atuais. Comércio varejista de vestuário, acessórios, produtos alimentícios, bebidas, doces, mercadorias em geral, gás liquefeito e restaurantes são os principais CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) extintos em abril.

Presidente da Jucems, Augusto César Ferreira de Castro, explica que desde o início da pandemia a Junta Comercial está trabalhando no sistema de teletrabalho adotado pelo Governo do Estado. “O sistema da Jucems é totalmente digital, sem necessidade de trabalho presencial, por isso continuamos atuando normalmente, obedecendo as normas vigentes”, destaca.


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