29/03/2024 - Edição 540

Legislativo

Vereadores cobram explicações e criticam Solurb por demissão de 200 trabalhadores

Publicado em 24/04/2020 12:00 -

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Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram requerimento à CG Solurb, concessionária responsável pela limpeza urbana no Município, cobrando explicações sobre a demissão de 200 funcionários na quarta-feira (22). Eles cobram explicações se houve redução de repasse mensal feito pela administração municipal e criticam a medida em meio à pandemia de coronavírus. 

O requerimento é de autoria do vereador Valdir Gomes e foi aprovado pelos vereadores na sessão desta quinta-feira. O documento cita a urgência de explicações sobre demissões “uma vez que não há previsão de redução de repasse mensal da Prefeitura que hoje é de R$ 7.202 milhões por mês, totalizando quase R$ 86.500 milhões anuais”. Reitera ainda a imensa dificuldade que será enfrentada pelos trabalhadores para serem reinseridos no mercado de trabalho neste momento de crise econômica e social em decorrência do coronavírus. 

“Queria pedir que a Mesa Diretora chamasse a direção da Solurb porque tenho visto o prefeito trabalhando e, mesmo com as dificuldades, até agora não demitiu ninguém. Em relação à Solurb, pessoas estão me procurando, idosos, sem qualificação, com 8 a 10 anos de casa e foram mandados embora. São pessoas que ganham salário mínimo, para pagar água, comida e luz. São 200 pessoas e dobra esse número porque tem família. Qual a justificativa para a demissão? Essa Casa não pode se omitir”, disse o vereador Valdir Gomes.  

A Solurb encaminhou a alguns vereadores, pelo celular, mensagem com sua justificativa da demissão, argumentando que atendeu a prefeitura quanto à diminuição na área de abrangência e frequência dos serviços de varrição, conservação e manutenção de avenidas, áreas verdes, praça e parques, aliada à falta de previsão de retomada das atividades, levando à dispensa de mais de 200 colaboradores lotados em tais atividades. “É um jogo de empurra. O requerimento veio na hora certa para obtermos explicações justas e imediatas sobre o que está acontecendo”, afirmou o vereador Pastor Jeremias Flores, que leu a nota na sessão. Antes ele já tinha criticado a decisão da Solurb em Plenário, falando que o “serviço é essencial, não sendo moral essa demissão em massa. A Solurb não demonstrou medida para manter estes postos de trabalho”, acrescentou. 

O vereador Fritz acrescentou sobre a incoerência da justificativa, pois não se fala em redução de repasse. “Está dispensando e tentanto jogar a culpa na prefeitura”, criticou. 

 O vereador Papy afirmou que há uma série de serviços incluídos e destituídos de pagamento de acordo com o que for executado e, caso reduza o serviço, a prefeitura vai pagar menos. “Causa estranheza é que a empresa justifica que a solicitação parte da prefeitura na redução dos serviços, precisamos saber o que está gerando, saber da prefeitura porque esses serviços não são importantes neste momento”, afirmou. 

O vereador Ayrton Araújo do PT classificou como lamentável “ver como tem empresas oportunistas neste momento complicado que o País passa com o coronavírus e empresários do tamanho dessa empresa que cuida da limpeza mandar embora 200 trabalhadores. Imagine quantos dependem desse salário? Isso se chama oportunismo. Acredito que esse contrato que a Solurb tem que ser revisto”, disse, citando até mesmo a possibilidade de CPI. 

A falta de clareza e preocupação com a demissão também foram salientadas pelo vereador Eduardo Romero. “Estamos falando de serviço essencial, em que há um contrato com regras a serem cumpridas. Queremos esclarecimentos para saber se não houve desrespeito ao contrato ou lei de licitação”, afirmou. 

O vereador Junior Longo enfatizou o papel fiscalizador dos vereadores para saber como será o repasse e se terá diminuição do pagamento, classificando como absurda a decisão de demissão. O vereador André Salineiro também destacou a necessidade de aumentar a fiscalização nos trabalhos executados pela Solurb. “Precisamos ver se o contrato será reduzido, se o poder público vai pagar menos à empresa. Vamos tomar as atitudes necessárias”, disse.


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