16/04/2024 - Edição 540

Comportamento

Uma em cada quatro mulheres no mundo não é livre para dizer não ao sexo

Publicado em 14/04/2020 12:00 -

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Apenas metade das mulheres do mundo pode tomar suas próprias decisões sobre consentimento sexual e assistência à saúde, afirmou pesquisa divulgada pela ONU, que faz um alerta de que estes direitos sejam garantidos.

Uma em cada quatro mulheres não é livre para dizer não ao sexo não consentido, e uma proporção maior não consegue tomar suas próprias decisões sobre cuidados de saúde, de acordo com um estudo do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) que também constatou que os direitos das mulheres estão em declínio em alguns países.

Sendo assim, segundo a UNFPA, há um número impressionante de mulheres incapazes de tomar decisões sobre seus próprios corpos em todo o mundo. 

Este tópico, ligado à autonomia das mulheres, está entre um dos objetivos globais da ONU para atingir a igualdade de gênero até 2030 em todo o mundo, estipulado aos países em 2015 – mas ainda há muito o que fazer, diz estudo.

“A capacidade das mulheres de tomar decisões sobre saúde reprodutiva, uso de contraceptivos e relações sexuais é essencial para a igualdade de gênero e o acesso universal à saúde e direitos sexuais e reprodutivos”, diz o UNFPA. 

O órgão analisou o acesso das mulheres aos cuidados de saúde e se elas poderiam tomar suas próprias decisões sobre contracepção e dizer não ao sexo, disse Emilie Filmer-Wilson, consultora de direitos humanos da sigla.

Apenas 55% das mulheres foram capazes de dizer sim às três perguntas, de acordo com dados da pesquisa coletados em 57 países. “Se ela pode tomar essas decisões nas três áreas, essa mulher é vista como empoderada”, disse ela à Thomson Reuters Foundation.

Em um em cada 10 países, as mulheres devem ser casadas para obter assistência médica à maternidade, e mais de 25% dos países têm restrições de idade para acesso à contracepção e exigem que as mulheres casadas obtenham o consentimento do marido para o aborto, segundo a pesquisa.

Os fatores que afetam a capacidade das mulheres de tomar sua própria decisão incluem seus níveis de escolaridade, a idade com que se casaram e a opinião de seus maridos, disse Filmer-Wilson.

“Para o público em geral, acho que é um alerta”, disse ela. “Temos mais trabalho a fazer em termos de empoderamento das mulheres”.

A pesquisa também descobriu que três quartos dos países estudados possuíam leis para garantir os direitos das mulheres, mas essas leis podem existir em países com costumes e práticas culturais ou religiosas que restringem seus direitos.


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