19/03/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Com todo o respeito aos palhaços…

Publicado em 04/03/2020 12:00 - Victor Barone

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Na quarta-feira (4), Bolsonaro usou um humorista vestido de presidente da República e distribuindo bananas aos repórteres para não responder a perguntas sobre o crescimento pífio do Produto Interno Bruto (PIB). Mandou falar com o "Posto Ipiranga", ou seja, Paulo Guedes, ministro da Economia e crítico de empregadas domésticas na Disney. "PIB? O que é PIB?", perguntou de volta aos repórteres. Significa "Política Inepta de Bolsonaro", composta de baixo crescimento, desemprego ainda alto e falta de apreço pela democracia. Tratar um assunto grave desse jeito, mesmo que para desviar a atenção do seu próprio fracasso, é brincar com o sofrimento de quem nele confiou para melhorar as finanças do país. O presidente não precisava ter usado um comediante para tratar com os jornalistas. Já existe ele que, diariamente, faz esse serviço.

Por Leonardo Sakamoto

Jair Bolsonaro demora a aprender a diferença entre jornalismo e entretenimento. No dia seguinte a palhaçada de quarta-feira, irritou-se com as notícias que informaram que o chefe da nação tratou um flagelo econômico como piada. Eis o que disse Bolsonaro aos repórteres: "Quando vocês aprenderem a fazer jornalismo, eu converso com vocês. Se vocês sofrem ataque todo dia, o que vocês estão fazendo aqui? O espaço é público, mas o que vocês estão fazendo aqui? O dia que vocês se conscientizarem de que vocês são importantes fazendo matérias verdadeiras, o Brasil muda".

Alguém poderia ter respondido: "Os repórteres comparecem aos portões do Alvorada porque há no trono um presidente sui generis. Quando esse presidente aprender a presidir, os jornalistas não precisarão mais dar as caras no picadeiro. Comparecerão a entrevistas organizadas, no auditório do Planalto. No dia em que um Bolsonaro improvável se conscientizar da importância de prestar contas educadamente das ações do seu governo, o Brasil muda."

Hoje, o que há no Planalto é um presidente que trata repórteres na base do pontapé sem se dar conta de que ofende não a imprensa, mas a liturgia do cargo que ocupa. Um presidente não é apenas uma pose. É preciso que por trás da faixa presidencial exista uma noção qualquer de responsabilidade.  Como não consegue presidir adequadamente, Bolsonaro parece tentar a sorte em outra carreira, a de humorista. O problema é que, quando um presidente piadista faz troça com um 1,1%, pibinho de piada sobre coisa séria, o humor adquire vida própria, escapa do controle dos profissionais, e se torna negro.

Por Josias de Souza

A “performance” que o humorista Márvio Lúcio, conhecido como Carioca, fez na quarta-feira para abafar o parco crescimento de 1,1% do PIB brasileiro, com uso de espaço e carro oficiais do governo, serviu para promover o novo programa da Record no qual ele vai estrear no domingo. “Grande dia. Não percam…”, anunciou o humorista, acrescentando que o entrevistado do début será o presidente Jair Bolsonaro. Carioca ofereceu banana aos jornalistas que trabalham na porta do Palácio do Alvorada.

Como cereja de bolo, o presidente afirmou em sua live de quinta-feira (5) que o baixo resultado do PIB de 2019 é culpa da imprensa. "Se a imprensa produzisse notícia verdadeira, certamente o resultado seria melhor", afirmou.

MITOMANOS

Um requerimento do deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), com base em depoimento da deputada Joice Hasselmann à CPMI das Fake News, rendeu um relatório feito pelo Facebook e obtido pelo UOL com informação que relaciona o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) a um site de ataques virtuais a adversários do então candidato Jair Bolsonaro. As informações foram reunidas a partir de um pedido de quebra de sigilo referente a contas no Instagram feito pela comissão. A página Bolsofeios foi registrada a partir de um telefone utilizado pelo secretário parlamentar do filho do presidente, Eduardo Guimarães, cujo email era utilizado por Eduardo para compra de passagens e reserva de hotéis. A conta ligada ao site foi criada no IP de um computador localizado dentro na Câmara. Atualmente, o cardápio da página oferece ataques contra jornalistas, STF, Rodrigo Maia e adversários políticos da família.

Acossado, Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo nas suas redes sociais dizendo que não vai demitir Eduardo Guimarães. “O e-mail utilizado é pessoal dele. Mas, vamos dar uma olhadinha no tipo de postagem que sai no ‘Bolsofeios’? Porque, a propósito, Bolsofeios é uma espécie de humor conosco, com nossa figura. Então, as postagens ali, em sua esmagadoríssima maioria, são fotos nossas antigas, coisas relacionadas a nossa infância, nossa adolescência”, diz biroliro.

Após a revelação, o 01 não apenas minimizou a denúncia, como garantiu que o trabalho continuará a ser feito e que não pode ser punido por isso. “Esse tipo de atividade não é novidade em lugar nenhum. Na Câmara todo mundo tem um assessor de internet. É tudo narrativa. Meu assessor segue comigo, continuará trabalhando comigo. Eu não dou ordens em relação ao perfil que ele tem e não dá para dizer que isso é crime”, disse em vídeo divulgado em suas redes sociais.

PROLE NERVOSA

Flávio Bolsonaro, o Zero Um, senador sem partido, entrou na Justiça com o nono recurso para tentar suspender as investigações sobre o esquema de rachadinha que havia em seu gabinete de deputado estadual. Queiroz, o asilado em seu próprio país, empregava funcionários fantasmas no gabinete que devolviam parte dos seus salários. Em alguns casos, devolviam tudo.

Eduardo Bolsonaro, o Zero Três, deputado, foi removido da função de líder do PSL na Câmara. A CPI das Fakenews descobriu que uma página nas redes sociais de ataques a políticos adversários do governo foi criada pelo chefe de gabinete de Eduardo. Em breve, ele poderá responder a mais um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.

Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, atravessa um período de relativa calmaria. É uma espécie de Voz do Brasil nas redes sociais a divulgar as realizações do governo. Vez por outra, irrita-se com a imprensa por ela não fazer o mesmo que ele faz. Não tem se negado a atender aos telefonemas do seu pai. Ainda não desistiu do sonho de comandar a área de comunicação do governo.

Por Ricardo Noblat

Falando em Flávio Bolsonaro, o senador apresentou recurso nesta semana solicitando a anulação da quebra dos seus sigilos bancário e fiscal, informa o Estadão. A investigação sobre as contas do filho do presidente foram autorizadas no ano passado pelo juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, a pedido do Ministério Público do Rio. Flávio está sob suspeita de participar de esquema de ‘rachadinha’ (repasses de partes ou íntegra de salário) entre funcionários de seu gabinete enquanto era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. Em novembro, a Promotoria fluminense apontou que o ex-assessor-parlamentar Fabrício Queiroz teria recebido R$ 2 milhões repassados por servidores de Flávio, e que parte do dinheiro desviado teria sido lavado na loja de chocolates do 01, a Bolsotini.

Falando em Eduardo Bolsonaro, o biroliro, em entrevista para Thais Bilenky, na edição de março da revista Piauí, abriu seu álbum de fotos de quando tentou carreira de modelo, quando era jovem, e contou sobre supostos assédios que sofreu. “Não me chama de homofóbico, mas nessa época sempre tinham uns caras que queriam ou me comer ou dar para mim”, disse o filho de Jair Bolsonaro. Heloísa Wolf Bolsonaro, esposa de Eduardo, no entanto, não gosta nem de ver as fotos que remontam ao passado do marido. “Ai, meu Deus! Eu escondo esse álbum dele! Deus me livre!”, disse quando o deputado pegou o álbum de fotos.

HETERO

Na sua live de quinta (5), Jair Bolsonaro disse ter se encontrado com um empresário que lhe fez diversos elogios, mas o mesmo não havia falado sobre ser hétero, o que para o presidente da República, é uma qualidade. "Um empresário começou a falar das qualidades do presidente, né? 'Honesto, trabalhador' – faltou falar hétero -, aí eu falei: 'hétero', ser hétero agora é uma qualidade, né?", disse. Para Bolsonaro, ter que pensar no que vai dizer para não ofender as pessoas é sinal de que o país tá chato. "Você tem que pensar em tudo que vai falar agora, tem que pensar: será que vou ofender o gordinho? É gordofóbico. Será que vou ofender os carecas? Carecofóbico", declarou.

ESPECIALISTAS EM FORJA

Um alteração no perfil da jornalista Vera Magalhães na Wikipédia incluiu o termo “de esquerda” na biografia da comunicadora. Rastreando o IPI do computador que fez a alteração foi possível identificar que a mudança foi feita no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), um órgão do governo. O perfil Brasil WikiEdits foi quem “denunciou” a alteração no início da tarde desta segunda-feira. “‘Vera Magalhães’ editada a partir da rede do Serpro”, tuitou. A jornalista logo viu a mudança e expôs em suas redes a inclusão do termo “de esquerda” na biografia. “E aqui está a alteração que havia sido feita”, escreveu, compartilhando print de tela. Tal alteração já foi revertida, segundo ela, porque a mudança não foi confirmada. Vera Magalhães entrou na mira da milícias virtuais do bolsonarismo após divulgar que o presidente Jair Bolsonaro estava

CARRO ALEGÓRICO

A divulgação de um passeio do ministro da Justiça, Sergio Moro, em um blindado do Exército nos arredores do presídio da Papuda, em Brasília, No último dia 26, mesmo dia em que Jair Bolsonaro convocou apoiadores para o ato do dia 15 de março – que prega um novo AI-5, com fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) – foi vista como um recado pelos governadores. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Segundo a jornalista, nos últimos dias, os governadores chegaram a pensar em um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, caso ele se negasse a prorrogar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que disponibilizou tropas federais durante o motim no Ceará. Camilo Santanna (PT), governador do Ceará, pediu a prorrogação por mais um mês. Após impasse, Bolsonaro resolveu liberar por mais uma semana a GLO no Estado. Ao retirar as tropas do estado, o presidente estaria ameaçando a ordem pública em uma unidade federada, pela qual tem o dever constitucional de velar. A maioria dos governadores, no entanto, preferiu não endossar a proposta de Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, para pedir o processo de impedimento do presidente.

PAU NO CEARÁ

O ministro – e advogado dos Bolsonaro – Sergio Moro comemorou o fim da “greve dos policiais no Ceará” e alfinetou os irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT-CE), senador que foi atingido por tiros de PM ao tentar acabar com um motim em um quartel em Sobral usando uma retroescavadeira. “Prevaleceu o bom senso, sem radicalismos”, escreveu Moro.

Na sequência, Ciro chamou Moro de “capanga” do presidente Jair Bolsonaro. “Aprende, Bolsonaro e seu capanga Moro: no Ceará está o seu pior pesadelo! Generais, aqui manda a Lei!”.

O titular da Justiça revidou, dizendo que a crise na segurança no Estado “só foi resolvida” após participação do governo federal, que relutou em renovar o decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e pisando no calo dos Gomes ao se colocar ao lado dos amotinados.

Os policiais cearenses amotinados acabaram com a revolta, mas sem o que as forças de segurança mais reivindicavam: a anistia, um ponto inegociável pelo governador Camilo Santana (PT), especialmente após o senador Cid Gomes quase morrer em razão de dois tiros disparados pelos policiais contra ele quando tentava entrar na arena de protestos com uma retroescavadeira.

Por onde esteve Augusto Aras? Não se ouviu uma palavra do procurador-geral da República a respeito do motim, como tal ilegal, dos policiais militares no Ceará.

FANATISMO BOLSONARISTA

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), sua filha de 14 anos e o ex-senador Lindbergh Farias foram hostilizados no último dia 29 ao sair de um hotel no Rio de Janeiro. Eles deixavam o lugar quando um grupo de pessoas começou a mandá-los para Cuba. No vídeo que circula nas redes sociais neste final de semana, Gleisi aparece com uma mala na saída do hotel, quando um homem, que não aparece na gravação, grita "vai para Cuba". A presidente do Partido dos Trabalhadores, então, manda o homem para o inferno. “Bolsonaristas ensandecidos parece pleonasmo. Mas bolsonaristas ‘de raiz’ são todos ensandecidos, não são pessoas de normalidade de comportamento. Perderam a noção da civilidade”, afirmou Gleisi mais tarde.

Gleisi protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) representações criminais contra Carla Zambelli e também contra Bia Kicis (PSL-DF), por incitação e apologia ao crime, tipificados no Código Penal. Ambas compartilharam em suas redes sociais o vídeo acima.

O ASNO E O GÊNIO

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a atacar o educador brasileiro Paulo Freire. Em uma entrevista concedida ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), divulgada em seu canal do Youtube neste domingo 1, o ministro disse que Freire é “feio, fraco e não tem resultado positivo”.

Um ex-deputado, que trabalha para o governo Jair Bolsonaro, sondou, há poucos dias, o reitor de uma universidade federal de Minas Gerais sobre uma possível visita àquela instituição de ensino do ministro Abraham Weintraub, da Educação. Ouviu do reitor: “Detesto essa pessoa. E se ele fosse lá, poderia não sair vivo.”

Por Ricardo Noblat

Abraham Weintraub foi às redes sociais na quinta-feira (5) para mais uma vez criticar o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, e repecurtir a fake news do “kit gay”. Na publicação, o ministro aproveitou para fazer propaganda de seu novo secretário de Alfabetização, o olavista Carlos Nadalim. Nadalim assumiu a secretaria de Weintraub em janeiro deste ano. Ele é coordenador pedagógico na escola Mundo do Balão Mágico, em Londrina, e responsável por ensinar 1.630 pais pela internet a alfabetizarem seus filhos. Seu objetivo é “libertar mentes escravas das ideias de dominação socialista” e “preparar cidadãos para o mercado de trabalho”. O novo secretário é defensor da educação em casa – um conceito difundido como Homeschooling, especialmente nos Estados Unidos -, e diz que a “letargia do Estado” está levando muitos pais a educar os próprios filhos.

DEPUTADO MOTO SERRA

O deputado estadual Jeferson Alves usou motosserra e um alicate para arrancar barreira que bloqueia acesso rodovia que corta terra indígena Waimiri Atroari, do povo Kinja, em Roraima. As correntes estavam ali desde 1960 para proteção dos animais e nativos.

Alves teve um aumento inexplicável de patrimônio de 450% em dois anos. Candidato a prefeito de Boa Vista pelo PDT em 2016, declarou patrimônio de R$ 300 mil. Em 2018 ele foi eleito deputado estadual pelo PTB. E sua declaração de bens registrou R$ 1,6 milhão. Somente em cabeças de gado ele passou a deter o equivalente a R$ 625 mil. Os dados constam da declaração de bens feita pelo deputado motosserra ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As informações são da página Do Olho nos Ruralistas.

OLAVETES X DOIDA DA CULTURA

A semana que passou foi de más notícias para a chamada "ala ideológica" do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Oficializada na chefia da Secretaria de Cultura, a atriz Regina Duarte destituiu ao menos seis pessoas do comando da pasta — alguns dos demitidos se identificavam como "bolsonaristas" ou eram alunos de Olavo de Carvalho.

Nos últimos dias, o polemista Olavo de Carvalho tem usado sua conta no Facebook para reclamar da nomeação de Regina Duarte. A atriz, escreveu Olavo na noite do dia 5, "não tem a menor ideia do que está fazendo". "Peço ao presidente da República que me perdoe por ter endossado o nome dessa senhora para um cargo que está infinitamente acima da capacidade dela", escreveu.

CORNO

O ex-ministro da Cidadania deputado Osmar Terra (MDB-RS) respondeu por meio do Twitter às insinuações feitas por uma coluna da revista Isto É, sobre um possível caso extraconjugal com a primeira dama Michele Bolsonaro. Há duas semanas, no dia 21 de fevereiro, a revista publicou uma nota sugerindo que a primeira dama Michele Bolsonaro estivesse demonstrando desconforto no casamento e sugeriu que ela tem um caso o ex-ministro Osmar Terra. O assunto esteve entre os assuntos mais comentados no Twitter durante este final de semana e na manhã do último dia 2. O ex-ministro Osmar Terra respondeu na sua conta no Twitter criticando a imprensa. Segundo ele, esta é mais uma tentativa de opositores afetarem a imagem do presidente e de sua família.

MAIS UM EMPURRÃO

Aconteceu em plena terça-feira de carnaval mas o assunto vem à tona hoje no Intercept, em reportagem de Rafael Neves e Leonardo Fuhrmann: a pedido de duas associações de madeireiros, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, assinou um documento acabando com a necessidade de que o órgão de fiscalização autorize a exportação de cargas de madeira retiradas das florestas do Brasil. Em outras palavras: afrouxando a fiscalização sobre quem derruba madeira para exportação.

A canetada eliminou uma barreira legal que existia há oito anos e deixou perplexos os servidores do Ibama, já que a fiscalização costuma flagrar grandes quantidades de madeira extraída ilegalmente da floresta. “Essa medida prejudica o nosso controle sobre as cargas que são exportadas, que é quando verificamos se elas têm origem legal. Com isso aumentam as chances de quem vende madeira ilegal sair impune”, explica um deles.

A partir de uma série de documentos obtidos com a Lei de Acesso à Informação, o texto narra como a coisa se desenrolou. E o pedido foi, em princípio, negado por técnicos do Ibama antes que Eduardo Bim atendesse aos desejos dos madeireiros. A partir de sua decisão, a autorização passa a ser exigida só para exportação de madeira de espécies ameaçadas de extinção ou em condições especiais.

DRAUZIO 2022?

A colunista Monica Bergamo entrevistou o médico Drauzio Varella, que comentou a grande repercussão de uma reportagem sobre a vida das mulheres trans nos presídios do Brasil feita pelo Fantástico. Após ouvir de uma entrevistada que há oito anos ela não recebia visitas, o médico a abraçou. O gesto teve grande repercussão e, nas redes sociais, há uma campanha para que ele seja nomeado ministro da Saúde do governo Bolsonaro – ou, o que faria mais sentido, entre na política. Há quem sugira que concorra à Presidência. Mas Drauzio parece não se empolgar com a ideia: “Nós vivemos procurando por um salvador da pátria. Esse é o drama do país. A gente se decepciona com um e corre atrás de outro que seja o oposto. Vamos ficar assim até quando?”, disse. 

Drauzio criticou o movimento. “Esse mundo tá louco”, diz Drauzio. “Nós vivemos procurando por um salvador da pátria. Esse é o drama do país. A gente se decepciona com um e corre atrás de outro que seja o oposto. Vamos ficar assim até quando?”, questionou.

PIADA PRONTA

Ronaldinho Gaúcho foi nomeado no ano passado como embaixador do turismo pelo presidente Jair Bolsonaro. Nesta semana foi detido no Paraguai usando um passaporte falso.

FRASES DA SEMANA

“Se a imprensa diz que eu ofendo todo dia, o que estão fazendo todo dia ali [Alvorada]? Enquanto não começar a divulgar a verdade, não vamos mais falar com a imprensa, pode esquecer”. (Jair Bolsonaro, presidente da República)

“Temos de tirar essa raça de lá. Fui quatro anos deputado e não tem jeito: quando eles falam não, é não e assim eles mandam no país. Nós temos que salvar o nosso país dessa raça que não merece estar onde está”. (Sérgio Reis, cantor, em apoio à manifestação do dia 15.) 

“Você pode criticar uma produção de alguma instituição. O que não se pode defender é o ataque às instituições. Quando você ataca as instituições, você ataca a democracia”. (Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal) 

“Não tenho o hábito de aplaudir atitudes de intimidação frente a pessoas, principalmente quando estão em menor quantidade. Mas nesse caso bato palmas para os cidadãos. É a tal da lei do retorno”. (Carla Zambelli, deputada, sobre a agressão a Gleisi Hoffmann, presidente do PT)v 

“Resta saber se toda essa movimentação, aparentemente ilógica, decorre de burrice, ou de excesso de esperteza. Quando a irracionalidade é demais, pode haver uma racionalidade por trás.” (Janaína Paschoal, deputada do PSL-SP, ao criticar Bolsonaro por dividir seus seguidores)

“A não ser que ele [Bolsonaro] cometa um ato de insanidade, cometa um crime de responsabilidade, a gente então possa fazer o impeachment dele, mas se não fizer isso, nós não podemos achar que nós podemos derrubar um presidente porque não gostamos dele.” (Lula

Com informações de Leonardo Sakamoto, Josias de Souza, Ricardo Noblçat, Reinaldo Azavedo, Carta Capital, Outra Saúde, Sul 21, o Globo, BR-18, Folha de SP, Fórum, Veja, Dora Kramer, BRPolítico, Vera Magalhães, Marcelo de Moraes e Radar

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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