26/04/2024 - Edição 540

Viver Bem

Comer muita carne faz mal ao coração – e apostar em plantas faz bem

Publicado em 25/02/2020 12:00 -

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Duas pesquisas norte-americanas publicadas recentemente levantaram novos dados sobre a relação entre a nossa alimentação e o desenvolvimento de doenças cardíacas. Um estudo feito pelas universiades Northwestern e Cornell, dos Estados Unidos, vincula o consumo de carne vermelha e processada a um risco maior de doenças do coração.

Complementando os estudos sobre o assunto, um artigo da Universidade Estadual da Pensilvânia sugere que uma alimentação rica em legumes, frutas e verduras possui menos aminoácidos sulfurados e, portanto, reduz os riscos de ter tais doenças. Confira os resultados:

Menos carne

Segundo a pesquisa da Northwestern e Cornell, comer duas porções de carne vemelha, carne processada — exceto peixes — ou de aves por semana aumenta o risco de doenças do coração entre 3 a 7%.

Publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, o artigo reúne dados de 29.682 participantes com uma média de idade de 53,7 anos. "É uma pequena diferença, mas vale a pena tentar reduzir a carne vermelha e processada, como calabresa e mortadela", disse a autora Norrina Allen, da Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern.

"A modificação da ingestão desses alimentos de proteína animal pode ser uma estratégia importante para ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e morte prematura em nível populacional", afirma o pesquisador Victor Zhong, professor-assistente de Ciências Nutricionais na Universidade Cornell.

Mais verde

Outra pesquisa, liderada por cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, também nos Estados Unidos, concluiu que dietas que contém poucos aminoácidos sulfurados — presentes em alimentos ricos em proteínas, como carnes, laticínios, nozes e soja — estão associadas a um risco menor de doenças no coração. Isso quer dizer que uma dieta baseada em vegetais pode ser a chave para diminuir as chances de ter complicações cardíacas.

"Esta pesquisa fornece a primeira evidência de que a ingestão excessiva de aminoácidos sulfurados na dieta pode estar relacionada a resultados de doenças crônicas em humanos", disse John Richie, professor de ciências da saúde pública da Escola Estadual de Medicina Penn.

Os aminoácidos são como "tijolos" que constroem as proteínas, são suas unidades fundamentais, e desempenham vários papéis no metabolismo e na saúde — podendo afetá-las quando consumido em excesso. De acordo com o Conselho de Alimento e Nutrição da Academia Americana de Medicina, é recomendada a ingestão de 15 miligramas de aminoácidos sulfurados por quilo diariamente, mas, de acordo com o novo estudo, norte-americanos consomem 2,5 vezes mais do que o indicado. 

"Carnes e outros alimentos ricos em proteínas são geralmente mais ricos em aminoácidos sulfurados", alerta Zhen Dong, principal autor do estudo. Por isso, sugerem os cientistas, as pessoas que comem muitos produtos à base de plantas, como frutas e legumes, consomem quantidades menores de aminoácidos sulfurados — e consequentemente tem uma saúde melhor.


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