18/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Escorpiões e mosquitos: como evitar essas e outras pragas urbanas que aparecem no verão

Publicado em 29/01/2020 12:00 -

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O verão é a estação onde as pragas urbanas parecem se multiplicar. Isso acontece, porque o clima quente e úmido favorece a reprodução e a rápida proliferação de insetos e pequenos animais, que aparecem nas cidades oferecendo riscos à saúde humana, como é o caso de baratas, formigas, aranhas, moscas, cobras, escorpiões e mosquitos.

O aparecimento deles nas residências também pode contaminar e destruir alimentos, espalhar doenças, e até mesmo atrair outras pragas que se alimentam umas das outras, como é o caso dos escorpiões que se alimentam de baratas. 

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que em 2019 foram registrados em Mato Grosso do Sul, 3.748 casos de acidentes com animais peçonhentos. Foram 2.308 casos de acidentes por escorpião, seguido de 507 casos por serpente, 385 casos de abelhas, 207 aranhas, 192 casos por outros animais e 41 ignorados/ branco.

A principal medida ainda é a prevenção, esclarece o médico responsável clínico do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Sandro Benites. “Uma cidade limpa evita uma série de doenças. Um mutirão contra a sujeira pode evitar a praga do escorpião, e ajuda a evitar também o mosquito transmissor da dengue, chikungunya, e a leishomaniose”, destaca o toxicologista.

Medidas simples de prevenção podem ajudar a manter as pragas longe das residências, evitando as visitas indesejáveis e reduzindo o numero de acidentes com crianças e adultos. 

Lixo

Manter a limpeza e higiene é um dos fatores principais. Evitar acumulo de entulhos, caixas de papelão, telhas, galhos e tudo que possa servir de esconderijo ou criadouro. É importante armazenar o lixo em local adequado, preferencialmente em recipientes bem fechados. Ao menos uma vez por semana lavar e desinfetar o ambientes e latas em que o lixo é jogado. Manter as caixas d’água com a limpeza em dia e sempre bem fechadas. Também é importante manter fechados os ralos da residência.

Dentro de casa

Sempre inspecione roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de utilizá-los. Afaste camas e berços das paredes, e evite pendurar roupas fora dos armários. Cuide para que lençóis ou cobertores encostem no chão. Outra medida necessária é impedir o acesso das visitas indesejadas para o interior dos ambientes. Isso pode ser feito utilizando ralos abre e fecha, mantendo todas as frestas de portas e janelas isoladas, ficar de olho em rejuntes quebrados. Nivele as frestas de calçadas, pisos, paredes e portas.

Quintais

Para a área externa são os mesmos cuidados, com adicional de manter a grama aparada, não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, ou em locais que contenham lenhas ou pedras. Caso seja necessário mexer nestes locais, recomenda-se o uso de um pedaço de madeira ou enxada.

O Civitox é um dos centros pioneiros na área da toxicologia clínica, no Brasil. O Centro faz parte da Secretaria Estadual de Saúde (SES), e atua com foco em orientar, informar, e sugerir conduta para os casos de envenenamentos em humanos e animais, além de promover palestras, e ações de vigilância, assessoria, notificação e investigação toxicológica.

Todo acidente por animal peçonhento deve ter atendimento realizado em uma unidade de saúde, para assistência médica emergencial e avaliação clínica do envenenamento. Ligue para o Civitox para suporte técnico-científico, orientação, conduta, em toxicologia clínica, e notificação, pelos telefones 0800 722 6001, (67) 3386-8655 ou 150.

Dengue

Com o período de alta incidência do mosquito Aedes Aegytpi, o Governo do Estado por meio da SES, distribuiu 9.600 litros de inseticida Malathion e 100 kg de larvicida pyriproxefen para as prefeituras dos municípios. A quantidade que cada cidade irá receber será baseada no número de notificações no Sistema de Agravo de Notificações (Sinan).

As ações de combate no estado, também incluem a distribuição de 4,5 mil uniformes, 2,6 mil bolsas de lonas totalmente equipadas, 880 máscaras, 620 macacões, 2 mil luvas ecológicas, 1 mil botinas, 4,5 mil filtros, 170 bonés, 1 milhão de sacos de lixos, 630 óculos de proteção, 1 milhão de folders, 700 faixas, 20 mil cartazes, 1,6 mil banners. 

CCZ e Escorpiões

Somente nos primeiro 28 dias deste ano, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recebeu mais de 500 pedidos para exterminar infestações de escorpiões em imóveis de Campo Grande. Até agora, desse total, somente 20% das solicitações se enquadraram nos requisitos para a realização de desinsetização, e, na maioria das demais, a instalação de barreiras já foi suficiente para acabar com o aparecimento de novos espécimes.

Quando encontrado um escorpião na residência, o medo de algum acidente toma conta dos moradores e, a primeira reação que parte da população é acionar o CCZ para realizar um pedido de desinsetização do local. Nesse momento, quando não há caso de incidente escorpiônico, o morador é orientado sobre quais as medidas devem ser tomadas para evitar novos aparecimentos.

“É fundamental a colocação de barreiras físicas para evitar o aparecimento de escorpiões, fechar ralos, colocar telas em caixas de gordura e de escoamento de água, além de realizar, cotidianamente, a limpeza dos terrenos”, explica a veterinária Juliana Resende, coordenadora do setor de controle de roedores, animais peçonhentos e sinantrópricos. Segundo ela, na maioria dos casos, essa é a medida necessária para evitar a maioria dos acidentes e o melhor método de controle dos escorpiões.

Se tomadas essas precauções e ainda houver aparecimento desses artrópodes, ou em casos de acidentes, o morador deve solicitar uma visita para realizar a desinsetização da residência, que, das 543 solicitações feitas somente nesse ano, foi necessária em somente 113 casos, o que corresponde a 20,8% dos pedidos.

“Há vezes que orientamos os moradores, eles solicitam a visita logo em seguida, mas quando chegamos lá, sequer encontramos uma das barreiras que foi recomendada fazer, então, é claro que os escorpiões vão continuar invadindo a residência” complementa a gerente-técnica do setor de controle de roedores, animais peçonhentos e sinantrópricos, Christianne Brandão.

Essa visita pode ser solicitada através dos telefones 3313-5000 ou 2020-1796. “Temos recebido muitas reclamações, inclusive gente que chega aqui acusando que deixamos o telefone fora do gancho para não tocar, mas é que o número de ligações tem sido tão grande, que a população não consegue falar conosco mesmo”, explica a veterinária.

Ela ainda ressalta que é necessário ter paciência para o agendamento, já que houve um aumento muito grande, em relação aos pedidos feitos no ano passado. Em 2019 o CCZ registrou 825 pedidos de desinsetização, sendo que, somente neste mês de janeiro os registros já ultrapassam 65% de todo o ano passado.


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