26/04/2024 - Edição 540

Saúde

OMS declara emergência de saúde global por coronavírus

Publicado em 28/01/2020 12:00 -

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto do novo coronavírus é uma emergência de saúde global. A doença surgida na cidade chinesa de Wuhan já deixou 213 mortos, e mais de 9,6 mil infecções foram registradas.

"Quero deixar claro que essa declaração não é um voto de desconfiança à China. Nossa grande preocupação é o potencial de o vírus se espalhar por países com sistemas de saúde fracos", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao anunciar a decisão após a reunião Comitê de Emergência, um painel independente de especialistas ligado à organização.

Ghebreyesus elogiou ainda a resposta da China ao surto. A grande maioria dos casos foi registrada neste país. As primeiras infecções do vírus, batizado de 2019-nCoV, foram detectadas em Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado. O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.

A declaração de emergência global desencadeia uma série de recomendações a todos os países, destinadas a prevenir ou reduzir propagação transfronteiriça de doenças. Ela abrange recomendações para autoridades de saúde de todo o mundo que incluem intensificar medidas de monitoramento, prontidão e contenção.

Para declarar emergência, a OMS considera três critérios: uma situação extraordinária, o risco de rápida expansão para outros países e a necessidade de uma resposta internacional coordenada.

Esta é a sexta vez que a OMS declara este tipo de emergência global. A primeira foi na pandemia de H1N1 em 2009, e as demais foram os surtos de ebola na África Ocidental (2014) e na República Democrática do Congo (2019), o de pólio em alguns países de Ásia Central, Oriente Médio e África Central (2014) e a epidemia de zika (2015 e 2016).

Nos últimos dias, a doença tem se propagado rapidamente pelo mundo. Quase 100 infecções pelo coronavírus já foram identificadas em ao menos 18 países além da China, incluindo Alemanha, Japão e Vietnã, onde casos de transmissão de pessoa para pessoa foram confirmados. Os EUA, o Reino Unido e a Alemanha, entre outros países, desaconselharam seus cidadãos a viajar à China.

Nesta quinta-feira, os Estados Unidos foram o quinto país a reportar um caso de transmissão de pessoa para pessoa fora da China. Especialistas afirmam que esse tipo de propagação fora do território chinês sugere o grande potencial do vírus para se espalhar rapidamente.

Diversas companhias aéreas suspenderam voos com procedência e destino chineses. A Rússia anunciou o fechamento de sua fronteira com o país para evitar a propagação do vírus.

Iniciado em dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

No Brasil

O Ministério da Saúde afirmou que nove casos suspeitos do novo coronavírus estão sendo investigados no país. Três suspeitas foram registradas em São Paulo, duas em Santa Catarina e uma em cada um dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Ceará.

Os pacientes estão aguardando o resultado de exames que indicam infecções de influenza ou de outra gripe. Casos os exames deem negativo, será feito o teste para o coronavírus, que no Brasil é realizado somente pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Atualmente, apenas o caso de Minas Gerais está sendo testado para o coronavírus e a previsão que esse teste seja concluído até sexta-feira.

"Não temos neste momento nenhum caso confirmado de coronavírus no Brasil", afirmou o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, durante uma coletiva de imprensa.

Todos os pacientes estiveram na China nos últimos 14 dias e apresentaram sintomas da doença. A primeira suspeita foi registrada em Belo Horizonte, Minas Gerais. A estudante de 22 anos esteve em Wuhan, o epicentro do surto, e voltou ao Brasil em 24 de janeiro. Ela contou que não esteve no mercado onde teria começado a epidemia e também não teve contato com doentes em sua passagem pela China.

O ministério disse ainda que outros quatro casos contabilizados como suspeitos foram descartados, entre eles um notificado no Paraná e o outro no Rio Grande do Sul.

As autoridades também estão entrando em contato com passageiros dos voos nos quais estavam os pacientes de casos suspeitos e recomendando que procurem a rede de saúde se apresentarem sintomas como febre e cansaço, acompanhados de tosse seca ou dificuldades respiratórias.

O ministério também voltou a recomendar que brasileiros evitem viagens à China neste momento.

 

 

 


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