25/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Força-tarefa vai apurar se 15 execuções ‘sem mandantes’ tem envolvimento da milícia em MS

Publicado em 06/11/2019 12:00 -

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A força-tarefa, criada há 1 ano com a intenção de apurar execuções em Campo Grande, vai investigar o possível envolvimento da milícia chefiada por Jamil Name nestes crimes. Um dos delegados da Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), disse que cerca de 15 inquéritos serão estudados.

"Os inquéritos não serão reabertos. Eles serão estudados pela força-tarefa para analisarmos prescrição, diligências que deixaram de ser realizadas e os que vislumbramos possibilidades de chegarmos nos executores e/ou mandantes, iremos solicitar o desarquivamento", afirmou o delegado.

Ainda conforme a polícia, a análise em conjunto envolve 5 delegados, com dedicação de, no mínimo, 90 dias, para constatar se houve diligências que eram essenciais e não foram feitas.

Entre os casos, está o emblemático crime que ficou conhecido como Caso Motel, além do assassinato de Andrey Galileu Cunha, 31 anos, em fevereiro de 2012, e o do jornalista Eduardo Carvalho, conhecido como Carvalhinho, morto com três tiros no dia 21 de novembro do mesmo ano, na Vila Giocondo Orsi, em Campo Grande.

Os dois líderes da suposta organização, Jamil Name e Jamil Name Filho – e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo – foram transferidos para o presídio federal de Mossoró (RN). O primeiro foi no último dia 30 e os outros dois na manhã do último dia 5.

O advogado de defesa de Jamil Name Filho, Fábio Gregório, disse que foi surpreendido com a transferência do seu cliente de Campo Grande para o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ele disse ainda que tinha uma visita agendada para quinta-feira para uma primeira conversa com Jamil Name Filho e que agora vai se inteirar da situação para falar sobre o caso.

Já o advogado José Belga Trad, que representa Vladenilson entende que a transferência foi desnecessária e ilegal, porque ele já estava em uma penitenciária federal e em regime disciplinar diferenciado.

A transferência deles, do também policial civil, Márcio Cavalcanti, e de Jamil Name, está autorizada pela Justiça Federal desde 14 de outubro. Jamil Name foi transferido dia 30 de outubro e Márcio ainda continua em Campo Grande.

A investigação

Jamil Name e Jamil Name Filho são suspeitos de chefiarem a milícia que, segundo investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Garras, teriam executado ao menos três pessoas em Campo Grande e estariam planejando "a maior matança da história de Mato Grosso do Sul".

O Gaeco e o Garras chegaram até o grupo em investigação de força-tarefa montada após a morte do estudante Matheus Xavier, em 9 de abril. Ele foi morto por engano. O alvo seria o pai dele, capitão da Polícia Militar aposentado, que já havia trabalhado para os Name.

Após a morte do rapaz, o clima ficou tenso no grupo por causa do erro. Dez dias depois, a polícia apreendeu um arsenal com um ex-guarda municipal que seria o responsável por organizar as execuções a mando de Jamil Name pai e filho.

O grupo foi preso em 27 de setembro. Desde então, os apontados pela polícia como os principais integrantes continuam na cadeia. Ele também teriam tramado um atentando contra a vida do delegado do Garras, Fábio Peró.


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