25/04/2024 - Edição 540

Saúde

Câncer de mama poderia ser detectado 5 anos antes em novo exame de sangue

Publicado em 05/11/2019 12:00 -

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Um exame de sangue promete detectar o câncer de mama cinco anos antes que os sinais clínicos apareçam. O procedimento – desenvolvido por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Nottingham, na Inglaterra – identifica as respostas imunes do corpo a células tumorais. O resultado foi apresentado em uma conferência sobre câncer em Glasgow, na Escócia.

Para criar o exame, os pesquisadores estudaram os antígenos, substâncias químicas que são produzidas por células cancerígenas e desencadeiam uma resposta imune no organismo. O objetivo era detectar a presença de anticorpos específicos nos pacientes e mostrar se eles foram desencadeados por antígenos das células tumorais.

Para isso, a equipe coletou amostras de sangue de 90 pacientes recém-diagnosticados com câncer de mama e fizeram uma comparação com amostras colhidas em um grupo controle de 90 pacientes sem a doença.

Com o novo exame, foi possível diagnosticar corretamente o câncer de mama em 37% das amostras de sangue colhidas nos pacientes afetados. O procedimento também acertou que não havia câncer em 79% das amostras do grupo controle.

Os resultados são considerados altamente encorajadores pelo grupo, pois poderá ajudar a detectar o câncer de mama precocemente.

"Os resultados de nosso estudo mostram que o câncer de mama induz autoanticorpos contra antígenos específicos associados a tumores", disse Daniyah Alfattani, uma das integrantes da equipe em comunicado. “Conseguimos detectar o câncer com razoável precisão, identificando esses autoanticorpos no sangue. Depois de melhorarmos a precisão do teste, abre-se a possibilidade de usar um simples exame de sangue para melhorar a detecção precoce da doença.”

A pesquisadora explica que utilizar o exame de sangue para detecção precoce do câncer de mama seria muito econômico, algo importante em países de baixa e média renda. "Seria também um método de triagem mais fácil de implementar em comparação com os métodos atuais, como a mamografia”, afirma. 

Os cientistas britânicos agora estão testando amostras de 800 pacientes e esperam que a precisão do teste melhore com esses números maiores. Os pesquisadores estimam que, com ajuda de um programa de financiamento, o teste poderá se tornar disponível para o público em até cinco anos.


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