25/04/2024 - Edição 540

Mundo

Na contramão de Bolsonaro, governo Trump diz que ‘está pronto para trabalhar’ com novo presidente argentino

Publicado em 29/10/2019 12:00 -

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Na contramão de Jair Bolsonaro, o governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, não só parabenizou a Argentina pela eleição de Alberto Fernández, como destacou a importância dos “valores e prioridades democráticas compartilhadas" entre os dois países. 

O comunicado assinado pelo secretário de Estado americano, Mark Pompeo, no último dia 28, diz que os EUA “estão prontos para trabalhar com Alberto Fernández como novo presidente da Argentina”. O documento também afirma que os “Estados Unidos e a Argentina desfrutam de uma parceria de longa data e de respeito mútuo, que beneficiou ambas as nações”.

A postura foi bem diferente do governo brasileiro. No último dia 27, ao saber da eleição, Bolsonaro não quis enviar seus cumprimentos ao presidente eleito na Argentina e lamentou sua vitória. No dia 28, o presidente disse que o gesto de Fernández de “apoio ao movimento Lula Livre é “uma afronta à democracia brasileira”.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, seguiu a linha de Bolsonaro e publicou mensagens no Twitter em que afirmou que “as forças do mal estão celebrando" a eleição do argentino.

Nesta semana, Bolsonaro piorou ainda mais o clima ao dizer que não irá à posse de Fernández, marcada para o próximo dia 10 de dezembro. Disse tamnbém que não vai impor retaliações ao país vizinho e que espera do novo governo a continuidade na política com o Brasil.

Dando errado

De um lado "eu te amo". Do outro "ele é um bom homem". A troca de afagos pública entre os dois atuais presidentes de Brasil e Estados Unidos, Jair Bolsonaro e Donald Trump, é considerada sem precedentes por estudiosos da relação entre os dois países.

Bolsonaro e Trump partilham o posicionamento ideológico de direita, o conservadorismo nos costumes e o estilo populista e online de fazer política. A promessa da política internacional bolsonarista é que esse bom relacionamento ultrapasse o escopo pessoal e se converta em investimentos americanos no país e no aumento do volume de negócios de parte a parte.

"Qualquer país no mundo que queira ser próspero tem que ter uma relação privilegiada com os Estados Unidos", defendeu o secretário especial de comércio exterior Marcos Troyjo em conversa com investidores americanos e brasileiros em Washington D.C. há duas semanas.

Apesar da retórica, no entanto, até agora, abraços e apertos de mão não se converteram em aumento de investimentos ou negócios dos EUA no Brasil.

É o que mostram os dados de investimentos anunciados dos Estados Unidos no Brasil entre janeiro e agosto de 2019, em relação ao mesmo período dos três anos anteriores.

Em 2019, o valor foi de US$ 2,2 bilhões, menor que o de 2017, quando o montante correspondeu a US$ 2,9 bilhões e ligeiramente maior do que os US$ 2 bilhões registrados em 2016.

Em 2018, os americanos investiram US$ 1,3 bilhão no Brasil, mas economistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que esse ano não é relevante como comparativo, já que a disputa eleitoral altamente polarizada e imprevisível afugentou investidores do Brasil.

Os dados são da FDI Markets, o monitor de investimentos internacionais do jornal Financial Times e foram compilados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pedido da reportagem (veja gráfico).

Já os números da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), subordinada ao Ministério da Economia, são ainda mais desanimadores. No primeiro semestre de 2019 não se chegou nem à metade do que foi investido pelos EUA em 2018, já um ano atipicamente ruim, que representou menos da metade do fluxo de investimentos em relação a 2017(veja no gráfico).

A reportagem pediu à B3 (antiga Bovespa) informações sobre o aporte de investidores americanos em ações no Brasil, mas a Bolsa informou que não divulga o investimento estrangeiro discriminado por país.

Só clima bom não aumenta investimentos

"Sem dúvida há um clima muito bom entre os dois países, uma janela de oportunidades, mas vai ser muito difícil que os dois países ultrapassem os patamares atuais de investimentos sem que medidas mais robustas sejam tomadas", afirma Diego Bonomo, gerente executivo de comércio exterior da CNI.

A avaliação de Bonomo coincide com a de Cássia Carvalho, diretora executiva do Conselho de Negócios Brasil-Estados Unidos da Câmara de Comércio Americana. "Há um potencial de comércio e investimento muito maior do que a realidade e há ambição política dos dois lados para que isso avance. É um momento único e oportuno, mas a gente sente que está sendo devagar, talvez devagar demais. Certamente poderia andar mais rápido", afirmou Carvalho à BBC News Brasil.

Os Estados Unidos já são o país que mais investe diretamente no Brasil. De acordo com dados da Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham), em 2015, empresas americanas eram responsáveis por 654 mil empregos no país e por uma fração de US$ 37,2 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que à época era de US$ 1,8 trilhão.

Ainda assim, o Brasil é apenas o 17º destino de dinheiro americano no mundo. Além das projeções de crescimento ainda magras do país, isso se deve, de acordo com os especialistas, à ausência de três mecanismos capazes de destravar o potencial de negócios bilaterais: um acordo de livre-comércio entre os dois países – que retire as barreiras protecionistas e subsídios aplicados pelos governos, um acordo que evite a bitributação de lucros e dividendos do comércio de produtos e serviços e um acordo de investimentos, que unifique as regras nos dois países.

"A verdade é que os dois setores privados dos países já estão muito mais avançados em termos de negócios do que os dois governos. Os dois lados privados da história já concordam com os termos para facilitação dos negócios, falta os governos concretizarem isso", afirma Bonomo.

Em condição de anonimato, um executivo do setor petroleiro que assistia à palestra de Troyjo em Washington D.C. afirmou à BBC News Brasil que "os negócios vão bem apesar dos dois governos, e não por causa deles".

Irritantes de comércio

Investidores dos dois lados da linha do Equador têm pressionado os governos para que ao menos anunciem a abertura de negociações, tanto em relação a tributos, quanto ao comércio. Há, no entanto, algumas dificuldades no horizonte.

Embora o governo brasileiro já tenha deixado claro às autoridades americanas a intenção de firmar acordos comerciais e tributários, os Estados Unidos têm condicionado as negociações a mudanças na posição brasileira em relação aos chamados "irritantes comerciais": etanol e trigo.

No primeiro caso, Bolsonaro já aceitou, durante visita aos EUA em março, aumentar a importação de etanol americano sem impostos em 150 milhões de litros . O decreto com a alteração foi publicado em setembro, e acabou mal recebido por parte dos usineiros brasileiros, especialmente os do Norte e Nordeste, que chegaram a tentar a derrubada da medida no Congresso. Já Trump comemorou a conquista com um tweet:

"O Brasil vai permitir que mais etanol norte-americano entre no país sem tarifas, uma decisão que está sendo comemorada por usinas brasileiras. Essa reação, aparentemente contraintuitiva, vem do tom das negociações entre a nação sul-americana por um tratado comercial. Estamos fazendo grandes progressos por nossos fazendeiros. Uma grande lista adicional será submetida e aprovada dentro de duas semanas. Será ainda melhor para o etanol e vamos salvar nossas pequenas refinarias", escreveu o presidente americano.

Em contrapartida, há entre os ruralistas brasileiros a expectativa de uma maior abertura comercial ao açúcar brasileiro e a retomada da importação de carne bovina nacional pelos EUA. Concretamente, no entanto, a gestão Trump não fez nenhum movimento que indique se e quando isso ocorrerá.

No segundo caso, Bolsonaro aceitou criar uma cota isenta de imposto de exportação extra Mercosul de 750 mil toneladas de trigo. Hoje, o principal vendedor do grão ao Brasil é a Argentina, parceira comercial do Mercosul. A medida representará um duro golpe à já combalida economia do país.

"Essa cota ainda não está totalmente implementada por conta do delicado timing, em meio ao processo eleitoral conturbado dos argentinos. O Brasil está estudando como colocá-la em vigor", afirmou Abrão Árabe Neto, vice-presidente da Câmara Americana de Comércio no Brasil e ex-secretário de comércio exterior no governo Temer.

"Mas a gente espera que a discussão bilateral não fique concentrada apenas em questões específicas. A pauta precisa ser mais ampla", afirma Árabe Neto.

Acordo bilateral ou em bloco?

A Argentina e o Mercosul estão ainda no centro de outro entrave para a negociação bilateral entre Brasil e Estados Unidos. Pelas regras do bloco sulamericano, a negociação de tarifas de comércio com um país de fora do grupo só pode ser feita conjuntamente pelos membros da união aduaneira.

Assim, a negociação entre Brasil e Estados Unidos depende da anuência da Argentina ou de sua disposição de abrir mão de participar de um acordo, o que não tem precedentes na história.

Integrantes do governo brasileiro admitem que havia uma boa oportunidade de negociação enquanto Maurício Macri esteve sentado na cadeira presidencial na Casa Rosada. No entanto, o peronista Alberto Fernandez acaba de ser eleito e tomará posse em dezembro, mudando consideravelmente as relações políticas e de força no Mercosul. Bolsonaro já disse que os argentinos "escolheram mal" e adiantou tempos difíceis para o bloco:

"Não digo que sairemos do Mercosul, mas podemos juntar ali com o Paraguai, não sei o que vai acontecer nas eleições do Uruguai, e decidirmos se a Argentina fere alguma cláusula do acordo ou não. Se ferir, podemos afastar a Argentina. Mas a gente espera que nada disso seja necessário. Que a Argentina não queira, na questão comercial, mudar seu rumo", disse o presidente.

Contra o Mercosul conta ainda a indisposição dos Estados Unidos de fazer negociações com blocos. Desde o início do governo Trump, os americanos têm dado preferência a negociações bilaterais, nas quais podem fazer valer seu peso econômico. Os EUA preferiram, por exemplo, fechar um acordo comercial com o Japão a negociar com os demais países do Pacífico em bloco. E reviram seu principal acordo em bloco, o antigo Nafta, com México e Canadá. O Novo Acordo Estados Unidos – México – Canadá ainda depende da aprovação do Congresso americano para ser implementado.

Prioridade de quem?

Se, para o Brasil, a relação com os Estados Unidos é uma prioridade absoluta, para os americanos a urgência em fechar acordos com os brasileiros é relativa. Hoje, os negociadores americanos estão dedicados a finalizar o acordo com seus vizinhos, em fechar o miniacordo com o Japão, em encontrar soluções para a guerra comercial com a China – que tem provocado instabilidade na economia global – e rever suas posições em relação ao Reino Unido pós-Brexit e à própria União Europeia.

"O que estamos fazendo é tentar encaixar o Brasil em primeiro lugar na fila, logo depois de todas essas prioridades. É irreal achar que teremos algum grande avanço nos próximos um ano e meio a dois anos", diz Carvalho.

Ela nota, no entanto, que os dois países poderiam tomar medidas de menor complexidade que já trariam alterações relevantes ao cenário: finalizar o acordo de facilitação de entrada de executivos brasileiros na imigração americana, simplificar os tributos sobre produtos estrangeiros, reduzir a burocracia para exportadores – hoje, uma empresa americana leva até 36 horas para ser certificada e poder fazer a transação comercial com o Brasil, com a mudança, o trâmite levaria apenas 4 horas.

"Eu sei que essas medidas não são politicamente sexy, mas são mais viáveis no curto prazo", diz Carvalho.

Embora o discurso político sugira grandes mudanças de patamar entre os dois países muito em breve, dentro do governo há o entendimento de que não se avançará em uma agenda de livre comércio antes de 2021, quando talvez nem mesmo Trump esteja mais na Casa Branca. O Republicano tentará reeleição no ano que vem, no que deve ser um pleito acirrado. Se vencer um democrata, toda a negociação atual poderá retornar à estaca zero, daí a urgência dos brasileiros em ver algo concreto no horizonte.

"Precisamos aproveitar o momento para tentar arrancar resultados concretos. Defendemos que os dois países lancem uma negociação estruturada, ainda que a conclusão desses acordos leve tempo, mas vá trabalhando em conjunto o que já pode ser decidido", diz Árabe Neto.

Análise

Em meio a um amplo descontentamento devido à crise econômica na Argentina, Alberto Fernández venceu a eleição presidencial e consagrou o retorno da centro-esquerda peronista à Casa Rosada. Em discurso de vitória, o presidente eleito adiantou que os tempos que virão "não serão fáceis".

Enquanto isso, aqui no Brasil, o excelentíssimo senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, demonstrou que óleo de peroba continua sendo importante produto de nossa pauta de exportação ao reclamar que o recém-eleito próximo mandatário argentino afrontou a democracia brasileira por ter publicado uma foto apoiando o movimento pela liberdade do ex-presidente Lula.

"É uma afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro. Ele está afrontando o Brasil de graça", afirmou Bolsonaro sobre uma fotografia de Alberto Fernandéz, fazendo o gesto de apoio, com seus apoiadores, no último dia 27 – mesmo dia em que ganhou as eleições de seu país em primeiro turno e na qual Lula celebrou 74 anos.

Relações internacionais são regidas por princípios, como o da reciprocidade. Como é que um presidente que interferiu várias vezes no processo eleitoral de um país vizinho, fazendo ameaças veladas caso o resultado não fosse a reeleição de seu preferido, o hoje presidente Maurício Macri, tem a pachorra de reclamar de afronta à democracia?

Bolsonaro chegou a promover "terrorismo eleitoral", afirmando que o caos se instalaria na Argentina com a vitória da oposição e indicando que cidadãos desse país viriam para o Brasil como "refugiados" e não com o turistas. Logo após as primárias das eleições, disse aos gaúchos que o Rio Grande do Sul poderia se tornar "um novo Estado de Roraima" – o que repercutiu, negativamente, em Roraima e na Argentina. Pediu para empresários brasileiros "colaborassem" a fim de que a "velha esquerda" não voltasse à Presidência por lá. Fez ameaças quanto à permanência do Brasil no Mercosul, para tentar influenciar o voto por lá, como se o bloco fosse comercialmente útil apenas para os argentinos e não aos brasileiros.

Sem citar o vizinho, chegou a declarar que estava trabalhado contra a vitória de Fernandéz e sua vice, Christina Kirchner: "Ernesto Araújo quando chegou, muito criticado, era diferente daqueles que ocuparam sua cadeira anteriormente, tem aberto portas. Tem sido um herói na questão de busca de solução para a Venezuela. Como também temos trabalhado para que outro país, mais ao sul, não volte para as mãos daquelas pessoas que no passado botaram esse país numa situação bastante complicada", afirmou no dia 10 de outubro.

A democracia argentina, que conta, historicamente, com um povo mais politizado e que enfrentava mais tensões no debate público, prova-se muito mais saudável que a brasileira. Mesmo tendo flertado em sua campanha com elementos da extrema-direita, não se tem notícia que Maurício Macri fez uma ameaça velada como a de Bolsonaro no ano passado: "não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição". E, ao contrário do que aconteceu aqui, com Fernando Haddad se negando a ligar para reconhecer o resultado após sua derrota, Macri telefonou a seu sucessor. E convidou-o para um café da manhã para dar início à transição de governo.

Bolsonaro não é o primeiro presidente brasileiro a tentar interferir de forma tosca na eleição de outros países sul-americanos. A diferença é que, além de ficar "afrontado" com um misto de solidariedade e provocação, é ele quem se mete na política de outro país, de forma escrachada e com muita cara de pau.

O presidente, emburrado, disse que não vai falar com Alberto Fernandéz para parabenizá-lo pela vitória. Mas, acha normal falar com Queiroz, a fim de discutir exoneração de funcionários, mesmo após ter sido eleito.

Pras cucuias

A pluralidade de interlocutores faz da diplomacia algo extremamente singular. A atividade é feita de tradição e princípios. Nela, a regra é sempre menos perigosa do que a improvisação. Sob Jair Bolsonaro, porém, subverteu-se até o mais trivial dos princípios. Foi para as cucuias o princípio da não intervenção em assuntos internos de outros países. Ao meter-se na disputa presidencial da Argentina, Bolsonaro conseguiu a proeza de se tornar inimigo de um presidente antes mesmo de sua posse. Isso pode ser péssimo para os negócios. Por uma razão singela: a Argentina é a terceira maior parceira comercial do Brasil.

Em 2018, a soma de exportações e importações revela negócios de US$ 25,6 bilhões. As operações foram superavitárias para o Brasil em US$ 3,86 bilhões. Em 2017, o saldo positivo foi ainda maior: US$ 8,18 bilhões. Num cenário assim, a animosidade de Bolsonaro pode custar caro. O preço ficará ainda mais amargo se o prejuízo alcançar o acordo firmada entre Mercosul e União Europeia.

O presidente brasileiro não decide quem os argentinos vão colocar na Casa Rosada. Cabe-lhe definir apenas a melhor estratégia para se relacionar com o eleito, seja quem for. O diabo é que, em matéria de política externa, Bolsonaro diz uma coisa e pratica o contrário. Diz promover relações internacionais "sem viés ideológico". Na prática, idealizou com Macri um relacionamento do tipo Dilma-Kirchner ou Lula-Chávez. Em vez de aprender com os erros dos antecessores, Bolsonaro mimetiza-os. Sofre da mesma patologia: a soberba da infalibilidade.

Quanto mais erra, mais Bolsonaro persiste na dissimulação. Nos Estados Unidos, declarou-se apaixonado por Donald Trump, agora às voltas com um pedido de impeachment. Em Israel, o capitão encostou sua imagem na figura do primeiro-ministroBenjamim Netanyahu, que comunicou há uma semana  que não conseguirá formar um governo de coalizão, abrindo espaço para que o rival Benny Gantz o substitua no comando do país.

Achegando-se a Trump, Bolsonaro inquietou a China, maior parceira comercial do Brasil. Aproximando-se de Netanyahu, irritou árabes e muçulmanos, grandes clientes do agronegócio brasileiro. Agora, percorre a Ásia e o Oriente Médio num esforço para reduzir danos, preservar negócios e atrair investimentos.

Bolsonaro demora a perceber que, nas relações internacionais, o pragmatismo é melhor conselheiro do que o ódio o amor. Na diplomacia, nenhum sentimento deve estar acima do interesse nacional. Personalismo e ideologia são os dois caminhos mais curtos para o brejo. Sobretudo num instante em que o Itamaraty opera sem bússola. Nesse ambiente, não poderia haver pior solidão do que a companhia do chanceler Ernesto Araújo —ministro da cota do polemista Olavo de Carvalho. Não há o risco de dar certo.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *