25/04/2024 - Edição 540

Poder

Ministro Ricardo Salles aumentou patrimônio em mais de 500% em cinco anos

Publicado em 18/10/2019 12:00 -

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A quebra do sigilo fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já tem um dos três votos necessários entre os desembargadores da 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Após o relator Antonio Celso Aguilar Cortez acatar parcialmente o pedido, Ricardo Cintra Torres de Carvalho pediu vista do recurso do Ministério Público estadual (MP-SP). O caso deverá ser retomado em 25 de novembro.

Com a quebra, o MP-SP pretende saber como o ministro de Jair Bolsonaro (PSL) conseguiu aumentar seu patrimônio em cerca de 504% no período em que atuou como secretário do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). As informações responderão a diversas questões feitas no inquérito civil que apura um possível ato de improbidade administrativa por meio de enriquecimento ilícito.

Salles foi secretário particular do governador tucano e secretário estadual do Meio Ambiente no período de 2012 a 2017. Segundo os promotores, sua fortuna passou de cerca de R$ 1.456.000,00 para aproximadamente R$ 8.800.000,00.

“É no mínimo curioso que alguém que percebeu a média de R$ 1.500,00 de rendimentos mensais da advocacia em 2013, antes de assumir o cargo de secretário particular do governador, que não possuía rendimentos superiores a cerca de R$ 12.445,00, líquidos em agosto de 2014, possa ter tido uma variação patrimonial de 604% entre 2012 e meados de 2018, tendo passado 13 meses e meio ( 16/07/2016 a 30/08/2017) exercendo cargo público no qual percebia uma remuneração média de R$ 18.413,42 e estava impedido de advogar”, diz um dos trechos do recurso do MP-SP.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estimam que o patrimônio aumentou seis vezes no período em que Salles participou da gestão tucana.

No último dia 30, o desembargador Aguilar Cortez rejeitou recurso do ex-chefe de Salles, que tramita na mesma Câmara. Alckmin apelou contra o bloqueio de bens decretados pela 13.ª Vara da Fazenda Pública da Capital em abril, em uma ação promovida pelo Ministério Público por improbidade administrativa por recebimento de vantagens.

Além do tucano, que teria recebido da Odebrecht R$ 7,8 milhões para sua campanha em 2014, são citados seu ex-tesoureiro de campanha, Marcos Monteiro, a empreiteira e quatro de seus ex-executivos envolvidos no suposto. No total foram bloqueados R$ 39,7 milhões dos investigados.

Como no recurso do ex-secretário, o desembargador Torres de Carvalho também pediu vista no recurso do ex-governador.


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