29/03/2024 - Edição 540

Brasil

Representantes de 16 povos do Xingu repudiam indígena pró-Bolsonaro: “Desrespeito à autonomia”

Publicado em 26/09/2019 12:00 -

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Integrante da comitiva oficial do presidente Jair Bolsonaro durante sua viagem a Nova York para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, a indígena Ysani Kalapalo, moradora do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, foi alvo de uma nota de repúdio assinada por representantes de 16 povos do Xingu.

“O governo brasileiro mais uma vez demonstra com essa atitude o desrespeito com os povos e lideranças indígenas renomados do Xingu e outras lideranças a nível nacional, desrespeitando a autonomia própria das organizações dos povos indígenas de decisão e indicação de seus representantes em eventos nacionais internacionais”, diz a nota.

O documento foi assinado por líderes dos povos Aweti, Matipu, Mehinako, Kamaiurá, Kuikuro, Kisedje, Ikpeng, Yudjá, Kawaiweté, Kalapalo, Narovuto, Waurá, Yawalapiti, Nafukuá e Tapayuma, todos localizados no Parque do Xingu, considerado uma das maiores reservas indígenas do mundo. 

De acordo com a nota, a escolha de Ysani é ofensiva por “dar destaque a uma indígena que vem atuando em redes sociais com o objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil”. Ainda no documento, os caciques afirmam que Bolsonaro usa a convidada “com o objetivo de convencer a comunidade internacional de sua política colonialista e genocida”.

A nota termina reafirmando a autonomia dos povos e o seu direito à indicação dos próprios representantes para eventos oficiais: “Não aceitamos e nunca aceitaremos que o governo brasileiro indique por conta própria nossa representação indígena sem nos consultar através de nossas organizações e lideranças reconhecidos e respaldados por nós”.  

No final de agosto, Bolsonaro já havia sido alvo de outra nota de repúdio, dessa vez assinada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, que condenou suas políticas ambientais: “Enquanto a Amazônia arde em chamas, o presidente anti-indígena Jair Bolsonaro segue destilando sua ignorância e racismo contra os povos indígenas do Brasil”, começa a nota. De acordo com o comunicado, Bolsonaro também estaria usando sua plataforma política para pregar uma “política genocida, etnocida, anti-ecológica e anti-indígena”.

'Ofensivo', 'racista' e 'paranoico'

"Lamentável", "ofensivo", "racista" e "paranoico" foram alguns dos adjetivos com que lideranças de algumas das principais organizações indígenas brasileiras classificaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU.

Líderes da Associação do Território Indígena do Xingu (Atix), da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), da Associação Floresta Protegida (AFP) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) — entidade que agrega associações de todas as regiões do país e representa os 305 povos indígenas brasileiros se manifestaram.

Todos repudiaram o discurso de Bolsonaro, defenderam o cacique Raoni Metuktire de críticas feitas pelo presidente e afirmaram que Ysani Kalapalo — jovem indígena que integrou a comitiva presidencial na ONU — não tem representatividade no movimento indígena brasileiro.

Líderes indígenas brasileiros que estavam em Nova York para a Cúpula Climática da ONU convocaram uma coletiva de imprensa para se pronunciar sobre a fala do presidente.

Bolsonaro se referiu várias vezes aos indígenas brasileiros ao defender as políticas de seu governo em relação à Amazônia e ao criticar o que ele considera uma ingerência indevida de estrangeiros na região.

Ele fez a primeira menção aos grupos ao se referir às queimadas na Amazônia, tema que ganhou o noticiário global nos últimos meses. Bolsonaro disse que "o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas" nesta época do ano, e que "existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de sobrevivência".

Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara diz que comunidades nativas fazem, sim, pequenas queimadas para abrir roças, mas que "o incêndio florestal (de larga escala) não é uma cultura dos povos indígenas".

"Ele utiliza essa informação sobre nossas queimadas para esconder todo o desmonte da política ambiental autorizado por ele", afirma Guajajara, que foi candidata a vice-presidente na chapa liderada por Guilherme Boulos (PSOL) na eleição de 2018, vencida por Bolsonaro.

A maioria dos incêndios que consomem florestas brasileiras nos últimos meses tem ocorrido fora de terras indígenas. Por estarem mais preservadas, essas áreas retêm mais umidade e estão menos sujeitas a queimadas descontroladas.

Dados imprecisos

Ao citar os indígenas brasileiros na ONU, Bolsonaro usou dados que destoam de informações de órgãos do governo. O presidente disse que existem no Brasil "225 povos indígenas, além de referências de 70 tribos vivendo em locais isolados". Segundo o IBGE, porém, há 305 povos indígenas no Brasil, e, segundo a Funai, há registros de 107 povos isolados.

Bolsonaro disse ainda que "o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estados gostariam que acontecesse" — mas não citou quais líderes teriam esse interesse, nem disse de onde tirou a menção aos 20%.

Um dos trechos do discurso que causaram mais revolta entre os entrevistados foi a crítica que Bolsonaro fez ao cacique Raoni Metuktire, líder do povo caiapó reconhecido como um dos maiores ativistas da causa indígena no Brasil e no mundo.

Nas últimas semanas, um grupo de antropólogos, ambientalistas e indígenas brasileiros propôs a indicação de Raoni ao Prêmio Nobel da Paz por sua atuação em prol da defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas.

Segundo Bolsonaro, porém, Raoni é um exemplo de líderes que são usados "como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia".

"O discurso do presidente é uma ofensa muito grave aos povos indígenas. Ofende o reconhecimento e o trabalho que Raoni vem fazendo durante mais de 40 anos na defesa de direitos dos indígenas", rebate Yanukula Kaiabi Suiá, presidente da Associação Terra Indígena do Xingu (Atix).

A associação representa os 16 povos indígenas que habitam o Território Indígena do Xingu (MT), entre as quais a etnia kalapalo, à qual pertence a indígena levada por Bolsonaro à ONU.

A presença de Ysani Kalapalo na comitiva presidencial foi duramente criticada pelo representante da Atix e pelos outros líderes entrevistados, que destacaram a falta de representatividade da convidada no movimento indígena brasileiro.

Em carta divulgada após o anúncio de que Ysani integraria a delegação presidencial, a Atix disse que "o governo brasileiro ofende as lideranças indígenas do Xingu e do Brasil ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil".

Ysani, que nasceu no Território Indígena do Xingu e hoje passa a maior parte do tempo em São Paulo, ganhou notoriedade com um canal no YouTube no qual expõe visões políticas de direita e o apoio a posições de Bolsonaro.

O presidente citou diversas vezes a indígena em seu discurso, mas errou a pronúncia de seu nome: ele a chamou de Yzaní, embora o correto seja Yssâni.

Ao mencioná-la, Bolsonaro leu uma carta do Grupo de Indígenas Agricultores, única organização indígena a se manifestar publicamente em favor da presença de Ysani na comitiva.

O grupo disse que "o ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos indígenas representam o atraso, a marginalização e a completa ausência de cidadania".

A carta é assinada por supostos líderes de comunidades favoráveis a mudanças na legislação sobre terras indígenas e a abertura dos territórios para a exploração econômica em larga escala.

Todos os líderes ouvidos pela BBC dizem que as posições chanceladas pelo Grupo de Indígenas Agricultores são minoritárias entre os povos indígenas brasileiros, a maioria dos quais defende a preservação da floresta e os modos de vida tradicionais dos grupos.

Para O-é Kayapó, representante da Associação Floresta Protegida (AFP), entre as dezenas de milhares que indígenas que vivem na bacia do Xingu, Ysani só tem o apoio de sua própria família.

"Ysani tem um pensamento muito ao contrário da maioria do povo que vive nas aldeias. Por ela ter crescido na cidade, acabou confundindo ou se perdendo entre as duas culturas branca e indígena", afirma.

Ela diz ainda que o Grupo de Indígenas Agricultores é desconhecido pela grande maioria das comunidades.

'Homens das cavernas'

Em seu discurso, Bolsonaro disse ainda que "algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas".

Para O-é Kayapó, ao se referir aos indígenas como "nossos índios", Bolsonaro assume a mesma postura de tutela que ele atribui às ONGs. "Nós não somos posse do presidente Bolsonaro."

Sônia Guajajara, da Apib, diz que a relação que Bolsonaro estabelece entre indígenas e homens das cavernas é "racista e revela seu desrespeito quanto aos diferentes modos de vida dos povos indígenas".

Para Marivelton Baré, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), entidade que representa 23 etnias no Amazonas, "é Bolsonaro quem ainda parece viver nas cavernas".

"Ele diz que nós queremos ingressar na sociedade, mas a gente já faz parte da sociedade, mas sem esquecer nossa cultura e sem buscar uma integração total. Nós lutamos pelo nosso modo de ser", afirma.

ONGs e riquezas minerais

Ao criticar as ONGs, Bolsonaro exaltou os depósitos minerais que estão nas terras indígenas e disse que a demarcação dessas áreas atenderia a interesses estrangeiros por impedir o Brasil de explorar essas áreas.

Ele disse que "o índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terras ricas" e afirmou, sem citar fontes, que as terras indígenas Yanomami e Raposa/Serra do Sol são "as mais ricas do mundo".

"Isso demonstra que os que nos atacam não estão preocupados com o ser humano índio, mas sim com as riquezas minerais e a biodiversidade existentes nessas áreas", disse o presidente.

Para Baré, da FOIRN, o discurso do presidente é "paranoico". "As riquezas minerais sempre estiveram nos nossos territórios sagrados", afirma ele.

Marivelton diz ainda que as ONGs "são parceiros de trabalho que nos ajudam a desenvolver atividades e respeitam nossa forma de existência".

"Bolsonaro deveria respeitar nossas escolhas sobre os grupos com quem queremos trabalhar. Ele só critica as organizações filantrópicas e não mostra nenhuma proposta alternativa para implementar políticas públicas para os povos indígenas", diz o representante dos povos indígenas rio-negrinos.

Quem também se manifestou foi Dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Arcebispo de Porto Velho (RO). “Em nome do Cimi manifesto solidariedade aos povos indígenas do Brasil frente ao discurso agressivo feito pelo presidente Bolsonaro contra os mesmos durante a abertura da Assembleia Geral da ONU”, afirmou.

Dom Roque também fez um desagravo a Raoni: “Manifestamos um desagravo especial ao líder Raoni Metuktire Kaiapó, que teve a sua dignidade humana afrontada internacionalmente pelo presidente da República. Ao tratar Raoni e demais lideranças indígenas como manipuláveis, o presidente exala seu pensamento e sentimento preconceituoso e o racismo calcado na falta de conhecimento em relação aos povos indígenas no Brasil ou na sua má fé relativamente ao tema. A agressividade nos discursos do presidente da República e de membros do seu governo servem de combustível para a violência cometida contra os territórios e a vida dos povos originários, cidadãos e cidadãs de primeira hora de nosso querido Brasil. Ao cacique Raoni Kaiapó e às demais lideranças e povos indígenas do Brasil, nossa mais profunda solidariedade”.

Ascensão como liderança

Ysani se divide desde os 12 anos de idade entre a vida na aldeia Tehuhungu no parque do Xingu e a vida urbana em São Paulo. Como uma jovem voz indígena, ela conseguiu sucesso no YouTube. Seu canal tem 270 mil inscritos. Nos vídeos, ela fala sobre os mais variados temas com a câmera em posição de selfie. A popularidade pode tê-la convertido em digital influencer, mas sua posição como uma líder indígena no sentido tradicional da palavra é questionada.

"Ao contrário do homem branco que (na maioria das vezes) elege um político sem preparo como liderança, os indígenas recebem orientações e treinamentos desde muito cedo até o momento de se tornarem líderes e assim representar seu povo", afirmou em texto o Instituto Raoni.

Para o antropólogo Estevão Fernandes, da Universidade Federal de Rondônia, para além das questões políticas, o conflito entre lideranças e Ysani tem um aspecto de choque geracional.

"Por conta da ampliação do ensino nas aldeias e da incorporação cada vez maior de indígenas em escolas de ensino médio fora das aldeias e nas universidades, esses jovens indígenas vão se articulando. Eles funcionam como 'embaixadores' de suas próprias culturas nos grandes centros e não querem apenas ser vistos como 'embaixadores', mas sim como líderes, pois entendem ter a articulação e o conhecimento necessários para buscarem, eles mesmos, os benefícios para suas comunidades. No entanto, a maneira pela qual eles agem não é a mesma a partir da qual opera a liderança no âmbito dos povos indígenas no país", diz Estevão.

Ela diz apenas que estudou política e entendeu que se reconhece mais nos ideários da direita. Em 2018, ela afirma ter ido à casa de Bolsonaro e ter sido convencida por ele a dar seu voto. Para Ysani, muitos dos seus parentes são de direita, apenas "não sabem disso".

Única organização indígena a apoiar explicitamente a ida de Ysani à ONU, o Grupo de Indígenas Agricultores saudou, em carta, a iniciativa de Bolsonaro e afirmou em nota que "o ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos indígenas representam o atraso, a marginalização e a completa ausência de cidadania".

Um dos líderes desse movimento é Arnaldo Paresi, da etnia de mesmo nome. Em fevereiro desse ano, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou a tribo, uma das poucas que expressam interesse em mudanças na legislação para áreas indígenas. Os Paresi defendem o uso de sementes transgênicas nas reservas, hoje proibido por lei.

Para o antropólogo Fernandes, a questão crucial para os indígenas não é ser "de esquerda"ou "de direita". Para explicar o seu ponto de vista, ele recorre às palavras do cacique Ailton Krenak: "No ano passado, Krenak disse que não se preocupava com a mudança de governo, que eles resistem há 500 anos e vão seguir resistindo — que a ele preocupava se os brancos, sim, resistiriam. Então é isso. Os indígenas existem e resistem muito antes dessas divisões e vão seguir lutando quando elas já forem passado".

O que pensa o Cacique Raoni

O cacique do povo caiapó tem 89 anos e é, há décadas, considerado um dos líderes indígenas de maior influência internacional. Em 1978 foi tema do documentário 'Raoni', indicado ao Oscar na categoria no ano seguinte.

Em maio, ele fez um giro europeu em busca de apoio para a defesa da Amazônia e passou por vários países. Além da visita ao presidente francês Emmanuel Macron, esteve com o papa Francisco e passou também pelo Festival de Cannes.

Na semana passada, a Fundação Darcy Ribeiro propôs a candidatura do chefe indígena ao Prêmio Nobel da Paz de 2020 por sua luta pelos povos e pela preservação da Amazônia. "A iniciativa reconhece os méritos de Raoni Metuktire enquanto líder de renome mundial, que, do alto de seus 90 anos, dedicou sua vida à luta pelos direitos dos indígenas e pela preservação da Amazônia", justificou a Fundação em um comunicado.

O regulamento do Prêmio Nobel da Paz estipula que a indicação pode ser feita por membros de Assembleias Nacionais e alguns professores de universidades.

Em um artigo de opinião publicado em 2 de setembro no jornal britânico "The Guardian", o cacique fez duras críticas à atual política ambiental do Brasil e à forma como a Amazônia vem sendo tratada.

"Há muitos anos nós, líderes indígenas e povos da Amazônia, temos alertados vocês, nossos irmãos que trouxeram tantos danos às nossas florestas", afirma o cacique, dizendo que o que vem sendo feito nas florestas "vai mudar todo o mundo, destruir nossa casa e a sua casa também".

Segundo Raoni, depois de muitos anos lutando entre si, as comunidades indígenas atualmente têm um inimigo comum: aqueles que invadiram suas terras e "agora estão queimando mesmo as pequenas partes de florestas que nos restaram", escreve no "The Guardian".

O líder indígena avalia que o presidente Jair Bolsonaro "estimula os fazendeiros próximos de nossas terras a derrubar a floresta – e ele não está fazendo nada para prevenir que nosso território seja invadido".

Raoni afirma, ainda, que a população ocidental "perdeu o rumo", e caminha somente em direção "à destruição e à morte".

Em um vídeo publicado na internet com seu nome, em 26 de agosto, Raoni diz que "os incêndios estão se alastrando, transformando a floresta Amazônica em cinzas". Dirigindo-se a "todos os líderes do país", ele pede que o governo brasileiro encontre caminhos para "acabar definitivamente com os incêndios florestais".

No vídeo, Raoni lamenta que o presidente Jair Bolsonaro não queira se encontrar com ele pessoalmente. "Eu conheci muitos chefes de estado, por mais de 60 anos. Eles falaram comigo, eles me consideraram. A gente pôde discutir", afirma em sua língua nativa, conforme descreve a legenda do vídeo.

Trajetória

O cacique Raoni nasceu na década de 1930, mas não se sabe precisamente em que ano. Na infância, começou sua vida no vilarejo de Krajmopyjakare, no Mato Grosso. Raoni tem como uma de suas marcas registradas o "labret", adorno que carrega no lábio inferior – um símbolo de seu compromisso com a terra que nasceu. Veja abaixo alguns dos momentos mais importantes de sua vida.

No fim da década de 1950, Raoni se encontrou com o então presidente Juscelino Kubitschek, o qual se comprometeu com a causa indígena. Foi o primeiro encontro do cacique com um governante.

Em 1973, o cineasta belga Jean Pierre Dutilleux, iniciou a produção de um documentário para contar a história do cacique. O longa 'Raoni' foi exibido no Festival de Cannes em 1977 e concorreu ao Oscar em 1979.

Em 1989, o cacique conheceu Sting, ex líder da banda The Police, eles se encontraram em uma visita do cantor no Brasil. Após o encontro, os dois saíram em turnê mundial para denunciar a destruição da floresta e o descaso do governo brasileiro com a população indígena.

A partir de 1989, Raoni se torna um dos principais nomes nos protestos contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na bacio do Rio Xingu.

Em maio deste ano, o cacique visitou novamente a Europa e, passou por diversos países em busca de apoio de lideres governamentais em ações de defesa da floresta Amazônica e dos povos indígenas do Brasil.


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