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Países que garantem direitos das mulheres tendem a crescer mais

Publicado em 06/08/2019 12:00 -

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Nações que asseguram os direitos das mulheres tendem a crescer mais rápido e a ter uma população com mais saúde, aponta um novo estudo publicado na revista BMJ Open. E isso vale mesmo para países mais pobres. 

De acordo com a pesquisa, apesar de muitas nações estarem progredindo economicamente, os direitos das mulheres têm sido negligenciados em muitos lugares. E os cientistas queriam descobrir se haveria uma ligação entre a proteção dos direitos das mulheres e melhorias na saúde e no desenvolvimento sustentável.

Eles analisaram bancos de dados com informações sobre saúde, direitos humanos e direitos econômicos e sociais de 162 países no período de 2004 a 2010. As nações foram agrupadas de acordo com o número de direitos econômicos e sociais assegurados às mulheres. Entre os países selecionados, 44 foram classificados como alta adesão; 55 em nível moderado; e 63, baixo. 

No geral, os países com direitos de mulheres assegurados têm melhor saúde do que aqueles onde esses direitos foram moderadamente ou pouco respeitados. Os indicadores de saúde incluem prevenção de doenças, como vacinação, saúde reprodutiva, taxas de mortalidade e expectativa de vida.

Em lugares onde os direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres, são respeitados, mas o acesso a leitos hospitalares e médicos está abaixo da média, os resultados de saúde ainda eram consistentemente melhores do que a média. "Os resultados confirmam que, mesmo com a falta de recursos, se um país tem uma forte estrutura de direitos humanos, os resultados de saúde são melhores", escreveram os pesquisadores.

Nos países onde apenas os direitos civis e políticos eram mais valorizados, os níveis de saúde são variados. Segundo os autores da pesquisa, mais estudos são necessários para entender melhor essa relação. "Hoje, o valor dos direitos humanos tem sido frequentemente questionado do ponto de vista econômico; no entanto, nossos dados mostram que, em vez de limitar o progresso, os direitos humanos e os direitos econômicos e sociais das mulheres, em particular, só podem trazer benefícios", afirmam os pesquisadores, em nota à imprensa.


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