25/04/2024 - Edição 540

Saúde

Obesidade registra aumento nos últimos três anos, indica pesquisa do Ministério da Saúde

Publicado em 30/07/2019 12:00 -

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A prevalência da obesidade volta a crescer no Brasil, é o que aponta a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde. Sobre esse índice, houve aumento de 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. A taxa manteve-se estável até 2015, com 18,9%.

O Vigitel também registrou crescimento considerável de excesso de peso entre a população brasileira. No Brasil, mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso. Um aumento de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006, quando o Ministério da Saúde começou a realizar a pesquisa.

A pesquisa telefônica é realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. Assim, entre fevereiro e dezembro de 2018, foram entrevistados por telefone 52.395 pessoas.

A pesquisa detectou que a prevalência da obesidade é maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%. Quando verificado o sexo, os homens apresentam crescimento de 21,7% e as mulheres 40%.

Por outro lado, a pesquisa indica o crescimento de 15,5% no consumo regular de frutas e hortaliças, no período de 2008 e 2018, passando de 20% para 23,1%. A prática de atividade física no tempo livre também aumentou 25,7% (2009 a 2018) e o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 53,4% (de 2007 a 2018), entre os adultos das capitais.

Outro dado interessante é que ao receber o diagnóstico de diabetes (40%), entre 2006 e 2018, os entrevistados demonstraram maior conhecimento sobre sua saúde, para buscar o atendimento na Atenção Primária, receber o diagnóstico e iniciar o tratamento.

“Nós temos um aumento maior da obesidade em decorrência do consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, de alto teor de gordura e açúcar. Então, o incentivo ao consumo de hortaliça entre as crianças e os adultos é fundamental. Está acontecendo uma mudança de comportamento, de paradigma importante no Brasil. E também, compete a nós, a gestão, ampliarmos o incentivo ao consumo de alimentos mais saudáveis e também promover a economia local, com o consumo de hortaliças. Quanto mais próximo de casa eu compro o alimento, mais saudável ele é, e mais fresco eu vou consumi-lo”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira.

Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, a pesquisa leva em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC). O parâmetro possibilita classificar um indivíduo em relação ao seu próprio peso, bem como saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde.

Investimento em hábitos saudáveis

A prática de alguma atividade física no tempo livre, pelo menos 150 minutos na semana, aumentou 25,7% (de 2009 a 2018) no Brasil, saindo de 30,3%, em 2009, para 38,1% em 2018. São os homens que mais realizaram alguma atividade física no tempo livre, 45,4% ante 31,8% das mulheres. Com relação à faixa etária, o aumento é mais expressivo na população de 35 a 44 anos, com crescimento de 40,6% nos últimos dez anos. A inatividade física entre os brasileiros caiu 13,8% em nove anos.

Os organizadores da pesquisa atribuíram o interesse pela prática de uma atividade física aos investimentos do governo federal. O Ministério da Saúde lançou, em 2011, o Programa Academia da Saúde, para aumentar o hábito da prática de atividades físicas e reduzir as doenças relacionadas ao sedentarismo entre os brasileiros. Atualmente existem 4.838 polos habilitados e 1.475 funcionando em 1.100 municípios.

Se as mulheres não foram as primeiras na prática de atividade física, foram elas que optaram por alimentação mais saudável. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a população consuma cinco porções diárias de frutas e hortaliças pelo menos cinco vezes por semana. A pesquisa telefônica identificou que, entre 2008 e 2018, cresceu de 20% para 23,1% a quantidade de brasileiros que segue essa orientação. Considerando apenas as mulheres, esse número foi de 27,2% frente a 18,4% dos homens.

O Guia Alimentar para a População Brasileira é o principal orientador das ações de promoção da alimentação adequada e saudável e traz recomendações para promover a saúde e evitar enfermidades. As informações também são úteis para a prevenção e controle de doenças específicas, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes.

“Outra importante mudança”, diz a Vigitel é a queda expressiva de consumo regular de refrigerante e suco artificial entre adultos, que caiu para cerca da metade entre 2007 e 2018. No ano passado, 17,7% dos homens ingeriam as bebidas regularmente, contra 11,6% das mulheres.


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