29/03/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Com Evo Morales, Reinaldo Azambuja alinha projeto da Ferrovia TransAmericana

Publicado em 05/06/2019 12:00 -

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Considerado estratégico para o desenvolvimento logístico do Brasil, o projeto da Ferrovia TransAmericana foi debatido entre o governador Reinaldo Azambuja e o presidente da Bolívia, Evo Morales. Os dois trataram do assunto na cidade de Santa Cruz de La Sierra, em encontro marcado para oficializar o fornecimento de gás e ureia bolivianos para Mato Grosso do Sul.

O governador Reinaldo Azambuja explicou que o traçado da TransAmericana, também conhecido como Corredor Ferroviário Bioceânico, encurta distância das exportações brasileiras até a Ásia e dá “enorme” competitividade à produção. “Esse modal é uma extensão das ferrovias brasileiras, adentrando ao território boliviano e chegando aos portos peruanos e chilenos”, destacou Reinaldo Azambuja.

Ao unir os oceanos Atlântico e Pacífico, a Ferrovia TransAmericana integra Brasil, Bolívia, Argentina, Chile e Peru. O traçado do projeto inicia em Santos (SP) e passa por Três Lagoas e Corumbá. “Esse é o destino que todos nós do Brasil sonhamos: adentrar ao Oceano Pacífico com competitividade dos nossos produtos (…) passando pelo território boliviano, gerando oportunidades e fazendo uma integração cultural, turística e econômica”, afirmou o governador.

Evo Morales definiu o projeto importante para a economia da Bolívia, informou Reinaldo Azambuja. Para as autoridades, a TransAmericana vai fomentar a integração e o desenvolvimento econômico dos cinco países. Em Mato Grosso do Sul, o trecho da ferrovia é conhecido como Malha Oeste e tem 1,7 mil quilômetro. Administrado pela Rumo Logística, o modal deve ser contemplado com investimentos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo federal.

Também participaram do encontro o secretário Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), o diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade, e o ministro de Hidrocarburos do governo boliviano, Luis Alberto Sánchez.

Termelétrica

O acordo assinado em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, rompe uma etapa importante para viabilizar a termelétrica na região de Ladário/Corumbá, investimento de US$ 300 milhões da Camaçari RJ Participações.

A produção de energia elétrica será feita com o gás natural e para isso foi assinado nesta terça-feira documento em que a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos S/A (YPFB) se compromete a fornecer 1,1 milhão de metros cúbicos por dia para a Termelétrica Fronteira.

Ao participar da solenidade de assinatura do Termo de Compromisso de Fornecimento de Gás Natural pela YPFB, junto com o presidente da Bolívia, Evo Morales, e do ministro de Hidrocarburos, Luis Alberto Sanches, o governador Reinaldo Azambuja destacou a importância desse ato. “Vamos poder juntos, governo boliviano, governo de Mato Grosso do Sul, a Global e a Camaçari, gerar energia, então vocês, além de fornecer o gás, vão ser sócios de um empreendimento que vai poder gerar energia e irrigar as linhas de transmissão no Brasil”, afirmou.

O governador de Mato Grosso do Sul falou também do fortalecimento da integração do Estado com o governo boliviano, que vem abrindo caminhos para importantes parcerias comerciais. “Poder fazer essa parceria na importação de uréia e do potássio é importante. O Brasil importa todo o potássio consumido de outros países e hoje podemos ter outra oportunidade que é a compra do potássio produzido na Bolívia para a produção agropecuária no Brasil. Então, mais do que a assinatura de um termo de compromisso, é firmar realmente uma integração também nas áreas cultural, turística”, afirmou Reinaldo Azambuja.

“O ato hoje do governador com o presidente Evo Morales é a garantia de demanda de gás para esse projeto, para que ela (a Camaçari) possa participar do leilão, então esse é um fato concreto que vem sendo negociado há mais de dois anos com o governo boliviano. Temos que lembrar que para o governo de Mato Grosso do Sul é extremamente importante essa parceria com o governo boliviano, principalmente em função do gás natural, não é só para essa termelétrica, mas hoje a Bolívia é a principal fornecedora de gás natural para o Brasil e consequentemente de ICMS para o Mato Grosso do Sul”, afirmou o secretário Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar)

A Termelétrica Fronteira

Nesse empreendimento a ser erguido entre Ladário e Corumbá, a Camaçari prevê investir US$ 300 milhões. De acordo com o projeto, a unidade terá capacidade instalada para produzir 266,462 megawatts de energia elétrica.

Esse acordo comercial firmado com a YPFB faz parte da estratégia de negócio da Camaçari. A empresa pretende participar do Leilão de Energia Nova A-6 de 2019, previsto para ser realizada no dia 29 de setembro deste ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com as regras publicadas pelo Ministério das Minas e Energia, para participar do leilão é necessário que a Camaçari apresente documentação comprovando que terá disponibilidade de gás natural para manter a termelétrica funcionando continuamente.

Outra ação que o Governo do Estado trabalha é para que a UFN3, de Três Lagoas, também passe a fazer a compra direta do gás boliviano quando entrar em atividade. A fábrica começou a ser construída em 2011 e foi paralisada em 2014. Já recebeu investimentos de R$ 4 bilhões e está com 81% da obra já executada. O consumo de gás natural estimada na unidade é de 2,2 milhões de metros cúbicos por dia.

Reinaldo Azambuja convidou as autoridades bolivianas a fazerem uma visita a Três Lagoas, para que eles possam conhecer o potencial de produção de celulose no município. Para o governador, o setor é um potencial consumidor também de gás natural da Bolívia. Acompanharam Reinaldo Azambuja na agenda na Bolívia, além do secretário Jaime Verruck,  e o presidente da Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul (MSGÁS), Rudel Trindade.

Na Bolívia o governador Reinaldo Azambuja e o presidente Evo Morales assinaram o Termo de Cooperação entre Mato Grosso do Sul e a Bolívia nas áreas de gás natural e uréia. E o governador apresentou ao presidente, o projeto da ferrovia TransAmericana, importante para melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, com a exportação via portos do Chile e Peru, com custos mais baixos.


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