24/04/2024 - Edição 540

Poder

Miliciano preso no Distrito Federal é tio de Michelle Bolsonaro

Publicado em 31/05/2019 12:00 -

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Uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal, prendeu na quarta-feira (29) sete policiais militares por fazerem parte de uma milícia que atua na região do Sol Nascente, em Ceilândia. Um dos milicianos é tio de Michelle Bolsonaro, esposa do presidente e primeira-dama do Brasil.

De acordo com informações de Ana Viriato e Helena Mader, do Correio Braziliense, João Batista Firmo Ferreira, 1º sargento reformado, é irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle. A família dela reside no Sol Nascente.

O miliciano foi um dos alvos da Operação Horus, que apura a participação de policiais militares em crimes de loteamento irregular do solo, extorsão e homicídio, relacionados à grilagem de terras.

Todos os presos são lotados ou já atuaram no 8º e no 10º Batalhão da Polícia Militar, unidades responsáveis pelo policiamento ostensivo no Sol Nascente.

Além do tio de Michelle Bolsonaro, foram presos e denunciados pelo MP os sargentos Jorge Alves dos Santos, Agnaldo Figueiredo de Assis, Francisco Carlos da Silva Cardoso, José Deli Pereira da Gama, Paulo Henrique da Silva e Jair Dias.

Reunião muito suspeita

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu na quinta-feira (30) o ministro Humberto Martins, que é corregedor nacional de Justiça, acompanhado de seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Questionada sobre o assunto tratado na agenda, a assessoria de imprensa do governo informou que se tratou "da entrega de convite ao presidente para participação no 1º Fórum Nacional das Corregedorias – Fonacor, no dia 26 de junho".

A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) não deu detalhes sobre os motivos que levaram à participação do senador, já que o evento é organizado pelo Judiciário. O encontro ocorreu às 16h, no Palácio do Planalto.

O encontro entre o parlamentar, o presidente e o corregedor ocorre em meio a tentativas de Flávio de frear as investigações das quais é alvo na Justiça.

Sendo corregedor nacional de Justiça, cabe ao ministro Humberto Martins, que integra o STJ (Superior Tribunal de Justiça), "receber reclamações e denúncias de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários auxiliares, serventias, órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados".

Flávio propôs a terceira medida judicial contra a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre supostas práticas de crimes em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

A defesa do filho do presidente apresentou na semana passada um pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, que determinou as quebras de seus sigilos bancário e fiscal.

A Folha apurou que a O encontro entre o parlamentar, o presidente e o corregedor ocorre em meio a tentativas de Flávio de frear as investigações das quais é alvo na Justiça.

Sendo corregedor nacional de Justiça, cabe ao ministro Humberto Martins, que integra o STJ (Superior Tribunal de Justiça), "receber reclamações e denúncias de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários auxiliares, serventias, órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados".

Como mostrou a Folha, Flávio propôs a terceira medida judicial contra a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre supostas práticas de crimes em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

A defesa do filho do presidente apresentou na semana passada um pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, que determinou as quebras de seus sigilos bancário e fiscal.

A peça da defesa, mantida sob sigilo, tem argumentos semelhantes aos apresentados pela defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e pivô da investigação.

Segundo o Ministério Público do Rio, há indícios robustos dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio de 2007 a 2018, período em que Queiroz trabalhou com o então deputado estadual como uma espécie de chefe de gabinete.

A investigação do Ministério Público foi aberta após um relatório do governo federal ter apontado movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.

Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma como as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo, em data próxima do pagamento de servidores da Assembleia.

Queiroz já admitiu que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado. O senador nega todas as alegações do Ministério Público.

Segundo o Ministério Público do Rio, há indícios robustos dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio de 2007 a 2018, período em que Queiroz trabalhou com o então deputado estadual como uma espécie de chefe de gabinete.

A investigação do Ministério Público foi aberta após um relatório do governo federal ter apontado movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.

Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma como as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo, em data próxima do pagamento de servidores da Assembleia.

Queiroz já admitiu que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado. O senador nega todas as alegações do Ministério Público.


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