16/04/2024 - Edição 540

Brasil

Quase 70% dos acidentes aéreos no Brasil têm apenas três causas

Publicado em 19/08/2014 12:00 -

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Apenas três tipos de ocorrências foram responsáveis por quase 70% dos acidentes aéreos ocorridos no Brasil, que já tiveram investigações concluídas desde o ano 2000, segundo levantamento feito com base nos dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica responsável por apurar acidentes e elaborar relatórios apontando os principais motivos.

De acordo com o banco de dados do órgão, há 617 acidentes aéreos com causas já apontadas pela Aeronáutica. As ocorrências de perda de controle da aeronave (em voo ou em solo) são as mais frequentes com 33% do total (204 casos).

Em seguida, aparece a falha do motor em voo com 24% (147 casos). A outra causa de destaque são os acidentes provocados por colisão em voo, que representam 10% do total (63 casos).

Essas três causas, portanto, correspondem a 67% do total. Além delas, a Aeronáutica lista mais de 50 tipos de ocorrências que, juntas, respondem por 33% do total –dessas, a pane seca (falta de combustível) é a que aparece com maior frequência: 5%.

Colisões em voo

As colisões em voo, contudo, são bem mais frequentes do que mostram os números dos acidentes já apurados. Em um relatório específico sobre colisões com animais, o Cenipa aponta que em 2013 houve 1.739 ocorrências deste tipo, o maior número da série histórica contabilizada pela Aeronáutica desde 1996.

De acordo com esse relatório, mais de 90% das ocorrências são choques com aves. O quero-quero e o carcará são as espécies no topo da lista de ocorrências registradas. A maior parte dos choques (26%) ocorre no pouso ou na decolagem (25%).

O motor é a parte mais atingida nos acidentes reportados, com 13,5% dos casos, seguido da fuselagem com 11%. Em números absolutos, o aeroporto de Guarulhos (SP), lidera o número de ocorrências no país com 125 eventos em 2013, seguido pelo de Porto Alegre (RS), com 101 casos; e Brasília (DF), com 98.

Até alguns anos atrás, o aeroporto do Galeão (RJ) liderava esses números. Mas com o fechamento do aterro sanitário da cidade, que ficava próximo à cabeceira da pista, o número de ocorrências está diminuindo.

O Cenipa usa um índice internacional que mede a quantidade de acidentes em relação ao movimento nos aeroportos (pousos e decolagens). Por esse índice, os aeroportos brasileiros com maior risco desse tipo de colisão são os de Joinvile (SC), com 35 colisões a cada 10 mil movimentos, seguido do de Juazeiro do Norte (CE), com 24, e Bagé (RS), com 23.

Eduardo Campos

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu no dia 13 de agosto em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial. A Aeronáutica investiga a queda.

Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente foram para a unidade do IML (Instituto Médico Legal) em São Paulo. Na noite de sábado (16), o corpo de Campos chegou ao Recife. Os filhos dele carregaram o caixão usando camisetas com a frase "Não vamos desistir do Brasil", dita pelo candidato na TV.

Cerca de 130 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, acompanharam no domingo (17) o cortejo com o corpo de Eduardo Campos no Recife, após o velório no Palácio do Campos das Princesas. O ex-governador foi enterrado sob gritos de "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro", aplausos e fogos de artifício. No velório, Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Lula receberam vaias da multidão, depois abafadas por aplausos. O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) também participou da cerimônia.

Marina Silva ficou ao lado de Renata Campos, viúva do candidato, durante o velório e o enterro. No cemitério, a ex-senadora foi seguida por pessoas que gritavam seu nome e tentavam tocá-la. Os corpos das outras vítimas do acidente foram enterrados em Recife, Aracaju, Maringá (PR) e Governador Valadares (MG).

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.

Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *