29/03/2024 - Edição 540

True Colors

God Save the Queen

Publicado em 15/08/2014 12:00 - Guilherme Cavalcante

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Neste 16 de agosto uma das maiores artistas do mundo desde que a música se tornou uma indústria completa 56 anos. Sim, mesmo sem ter visto a foto e o título da matéria, você saberia bem de quem estou falando.

Com mais de 30 anos de carreira e sem previsão para se aposentar, Madonna é a popstar do mundo, com direito a nome no Rock and Roll Hall of Fame. Você sabe muito bem, ela é conhecida não só pelos louros – que somam recordes de vendas de discos e de arrecadação em shows -, mas também pelas polêmicas que coleciona mundo a fora.

Durante toda a carreira, ela desafiou simbolicamente forças de opressão que nivelam por baixo direitos fundamentais: dos mais frugais aos mais complexos e urgentes; do orgasmo feminino à união civil entre pessoas do mesmo sexo; do imperialismo estadunidense à paz na palestina.

As polêmicas têm função fundamental para o gás que uma carreira com mais 30 anos necessita. Só para relembrar: por conta de sua postura “inadequada” para uma mulher e por profanar cruzes e crucifixos em protesto ao conservadorismo cristão, foi excomungada pela igreja católica. Na sequência, deixou muita gente sem chão por lançar um livro artístico com fotografias cultuando o hedonismo e a liberdade sexual de forma pouco ortodoxa e ao mesmo tempo ser um dos discos do seu filho adolescente na estante da sua casa. Atualmente, é persona non grata na Rússia por desafiar a lei local que proibia militância LGBT (acima).

Se essas polêmicas são autênticas ou não, é o que menos interessa. Mesmo possivelmente fazendo parte de um marketing pesado sobre a própria imagem, o fato é que a partir delas Madonna consegue emplacar debates mais que necessários. Até mesmo a partir das discussões em torno de seus filhos adotados, a visibilidade para questões humanitárias na África foi bem sucedida.

Recentemente, a cantora de “Vogue” e “Open your Heart” lançou, em parceria com o fotógrafo Steven Klein, uma espécie de curadoria de iniciativas artísticas que colocarão em debate assuntos polêmicos da sociedade, o Art For Freedom. A partir do filme-manifesto Secret Project (player acima), que versa sobre liberdade de expressão e direitos fundamentais, ela deu o maior exemplo de como esse debate poderia acontecer.

Madonna também é a rainha dos gays, e sabemos muito bem porque. A discussão sobre direitos fundamentais de LGBTs é um dos temas recorrentes em todo seu trabalho. Pela primeira vez, uma artista trazia a cultura gay de gueto para o mainstream. Vogue, uma dança de periferia nova-iorquina, foi a grande protagonista na música homônima, um de seus maiores sucessos. Foi o tiro de misericórdia, um caminho sem volta na relação entre a própria figura e sua adoração por parte dos gays.

Neste ano, por sinal, durante a cerimônia do Grammy, Madonna apresentou a música Open Your Heart como trilha sonora de um casamento comunitário de 34 casais – vários deles, gays. Em entrevista, a cantora revelou que foi um dos pontos mais gratificantes de sua carreira, já que ela também se engajou na campanha "support equality", nos EUA, que tem o objetivo de aprovar nacionalmente o casamento entre pessoas do mesmo gênero.

E numa indústria onde a juventude é o principal fator para se questionar a data de validade dos que a compõem, Madonna é subversiva. Sua carreira ainda é estável e não dá qualquer indício de enfraquecimento. Pelo contrário, ela está em estúdio, onde prepara um novo disco e uma nova turnê mundial, no qual haverá parcerias com o produtor/DJ Diplo e com a cantora Miley Cyrus.

A True Colors tem Madonna como uma grande referência de engajamento político no mundo do entretenimento e por isso deseja vida longa e promissora à “Material Girl”. Aliás, nesta data em que comemora 56 anos, você também pode prestar sua homenagem à cantora. A turma do Madonna Online preparou um post com imagens lindas para você compartilhar nas redes sociais e deixar o seu recado para a rainha. Basta clicar AQUI. Feliz aniversário, rainha!

No vestiário

Sim, o Brasil já tem sua primeira banda gay, digo g0y. Sim, uma banda composta por aqueles homens que fazem pegação com outros homem (sem penetração), mas que negam o rótulo de gay: Backstreet G0ys! É claro que é brincadeira, tudo coisa dos gaúchos (ui!) que fazem o canal de vídeos Hilarius.tv, que por sinal está cheio de vídeos hilários, com o perdão do trocadilho. A propósito, o primeiro sucesso da banda, “No vestiário”, já tem videoclipe e pode ser contemplado no player logo acima. Se joga!

Melhor mashup

Já pensou como seria a mistura entre Ariana Grande (nova promessa do pop internacional), Iggy Azalea (a rapper branca) e a rainha internacional do rebolado, Gretchen? Foi o que o Dj Boss in Drama fez: pegou o hit “problem”, de Ariana, e acrescentou Azalea e Gretchen, o que resultou num super hit pra você sair escutando na rua, na chuva e na fazenda. Ah, dá pra fazer o download gratuito da música (e de várias outras) pelo facebook do Dj, clicando AQUI.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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