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Para OMS, epidemia de ebola foi subestimada

Publicado em 15/08/2014 12:00 -

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A atual epidemia de ebola, a mais grave desde o surgimento desta febre hemorrágica, em 1976, já matou 1.145 pessoas e registra 2.127 casos em quatro países: Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.

Os números se referem aos casos reportados até o dia 13 de agosto e foram divulgados nesta sexta (15) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta quinta (14), a OMS revelou que a amplitude da atual epidemia de ebola no oeste da África foi "amplamente subestimada".

Diante desta situação, "a OMS coordena uma ampliação massiva da resposta internacional, por meio da ajuda de diversos países, das agências de controle de doenças e dos órgãos pertinentes das Nações Unidas".

"Antecipando que a epidemia vai durar um certo tempo, o plano operacional de resposta da OMS se estenderá pelos próximos meses", assinala o comunicado.

Os quatro países se encontravam em estado de emergência sanitária nesta quinta-feira para tentar frear a propagação do vírus.

Tratamento Experimental

Diante do avanço da febre hemorrágica, a Libéria, que recebeu doses de um soro experimental americano para tratar dois médicos, começou a fazer obras para ampliar o único centro de tratamento da capital. "Temos de ampliar este local porque a cada dia chega mais gente", declarou à AFP Nathaniel Dovillie, que dirige esse centro.

Além do centro de Monróvia, a Libéria só tem outro centro em Foya, na província de Lofa, uma das três regiões do país postas em quarentena.

O vice-ministro liberiano da Saúde, Tolbert Nyensuah, confirmou à AFP que o país recebeu o soro experimental americano ZMapp.

Este soro, que teve resultados positivos em dois americanos contaminados no país, mas que não conseguiu salvar um padre espanhol morto na terça-feira (12) após ser repatriado para Madri, será administrado unicamente em dois médicos liberianos.

Na última terça-feira, 12 de agosto, a OMS autorizou tratamentos experimentais desse tipo.

Emergência

A Guiné foi o último a decretar, na noite de quarta-feira (13), "urgência sanitária nacional" por causa dessa febre hemorrágica.

Em consequência desta urgência, implanta-se "um cordão sanitário, mantido pelos agentes de saúde e pelos serviços de segurança e de defesa em todos os pontos fronteiriços de acesso à Guiné", ficam restritos os movimentos de pessoas e se reforçam os controles sanitários em diferentes pontos de passagem.

Também se proíbe transportar cadáveres "de uma localidade para outra até o fim da epidemia" e se decreta a tomada de amostras e a hospitalização sistemática "em todos os casos suspeitos" até contar com os resultados dos exames.

No âmbito econômico, segundo a agência classificadora de risco Moody's, "a epidemia pode ter um efeito financeiro direto nos orçamentos do governo, por meio de um aumento dos gastos de saúde que pode ser importante".

A Libéria, onde mais de 300 pessoas morreram, gastou US$ 12 milhões para combater o ebola entre abril e junho, e a expectativa é de queda no crescimento econômico do país.

Segundo a Moody's, em Serra Leoa não será possível repetir "o índice de crescimento recorde de 16% em 2013".

 


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