19/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Saúde orienta população a se proteger após casos de morcegos com raiva na Capital

Publicado em 08/05/2019 12:00 -

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Para orientar corretamente a população, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou o protocolo de atendimento para casos de ataques de animais com suspeita de raiva ou que estejam efetivamente infectados pela doença. A intenção é divulgar o esquema de profilaxia, elaborado pelo Ministério da Saúde, e os cuidados a serem adotados com os animais infectados.

No último dia 3, um morcego hematófago (que se alimenta de sangue) foi encontrado com diagnóstico positivo para raiva em Campo Grande, no bairro Miguel Couto. A SES está acompanhando os trabalhos de vistoria e atendimentos que são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

No último dia 29, viralizou nas redes sociais o caso do morcego infectado com raiva, encontrado no bairro Vilas Boas, também na Capital, o que gerou preocupação de moradores da região, em especial dos donos de animais de estimação.

Além dos cuidados com morcegos, é importante estar atento a possíveis ataques de cães e gatos. Aos donos de animais domésticos, a vacinação deve ser prioridade. Conforme o “Esquema para Profilaxia de Raiva Humana com Vacina de Cultivo Celular- Via Intramuscular” do Ministério da Saúde, existem várias orientações que variam de acordo com o ferimento e com o estado do animal, além de ser válida para cães, gatos e morcegos.

A SES ressalta que a população precisa procurar imediatamente as Unidades de Saúde em caso de ataques. Acompanhe abaixo as orientações.

Para situações onde NÃO há suspeita de raiva no momento da agressão:

  •  Acidente leve com ferimentos superficiais, poucos extensos, que surgiram em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha; ou ainda lambedura de pele com lesões superficiais, é preciso:
  1. Fazer a higiene do local com água e sabão;
  2. O animal precisa ser observado por até 10 dias após o ferimento. Se o mesmo estiver saudável, encerrar o caso;
  3. Se o animal desaparecer, morrer ou se tornar raivoso é preciso fazer imediatamente a administração da vacina em quatro doses, em quatro dias diferentes;

Para situações onde NÃO há suspeita de raiva no momento da agressão:

  • Acidente grave com ferimento profundo na cabeça, face, pescoço, mãos, polpas digitais ou planta do pé; ou ainda lambedura de mucosas, lambeduras onde há lesões graves ou ferimento profundo causado pela unha do animal, é preciso:
  1. Fazer higiene do local com água e sabão;
  2. O animal precisar observado por até 10 dias após o ferimento;
  3. É preciso iniciar o esquema profilático com duas doses da vacina, em dias alternados;
  4. Se o animal permanecer sadio no período de observação, encerrar o caso. Mas se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, será necessário dar continuidade ao esquema profilático, completando o esquema até quatro doses.

Para situações onde HÁ suspeita clinica de que o animal esteja infectado:

  •  Acidente leve com ferimentos superficiais, poucos extensos, que surgiram em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha; ou ainda lambedura de pele com lesões superficiais, é preciso:
  1. Fazer a higiene do local com água e sabão;
  2. É preciso iniciar esquema profilático com duas doses da vacina;
  3. Observar o animal durante 10 dias após a exposição.
  4.  Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso. Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar o esquema até quatro doses.

Para situações onde HÁ suspeita clinica de que o animal esteja infectado:

  •  Acidente grave com ferimento profundo na cabeça, face, pescoço, mãos, polpas digitais ou planta do pé; ou ainda lambedura de mucosas, lambeduras onde há lesões graves ou ferimento profundo causado pela unha do animal, é preciso:
  1. Fazer a higiene do local com água e sabão;
  2. Iniciar o esquema profilático com soro/imunoglobulina e mais quatro doses de vacina;
  3. Observar o animal durante 10 dias após a exposição. Se a suspeita de raiva for descartada após o 10º dia de observação, suspender o esquema profilático e encerrar o caso. Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar o esquema até quatro doses.      

Para situações onde o animal ESTÁ raivoso, podendo estar desaparecido ou morto (incluindo animais          mamíferos silvestres e silvestres domiciliados, e ainda os de interesse econômico ou de produção):

  • Acidente leve com ferimentos superficiais, poucos extensos, que surgiram em decorrência de mordeduras ou arranhaduras causadas por unha; ou ainda lambedura de pele com lesões superficiais, é preciso:
  1. Fazer a higiene do local com água e sabão;
  2. Iniciar imediatamente o esquema profilático com quatro doses de vacinas.
  • Acidente grave com ferimento profundo na cabeça, face, pescoço, mãos, polpas digitais ou planta do pé; ou ainda lambedura de mucosas, lambeduras onde há lesões graves ou ferimento profundo causado pela unha do animal, é preciso:
  1. Fazer a higiene com água e sabão;
  2. Iniciar imediatamente o esquema profilático com soro/imunoglobulina e quatro doses de vacina.

 

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, as medidas precisam ser imediatas:

  1. É necessário orientar o paciente para que ele notifique imediatamente a Unidade de Saúde se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias novas intervenções de forma rápida, como a aplicação do soro ou o prosseguimento do esquema de vacinação;
  2. Se o animal for procedente de área de raiva controlada, recomenda-se, a critério médico, não iniciar o esquema. Manter o animal sob observação durante 10 dias e somente iniciar o esquema indicado (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso nesse período;
  3. Nos casos em que se conhece só tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico ou quando o mesmo não se encontra disponível no momento, aplicar a dose de soro recomendada antes da aplicação da 3ª dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo o soro não é mais necessário;
  4. É preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e do gato e os cuidados recebidos. Podem ser dispensadas do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão ou gato que, com certeza, não têm risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do domicilio (exclusivamente), que não tenham contato com outros animais desconhecidos; que somente saiam à rua acompanhados de seus donos e que não circulem em área com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicado.        
  5. O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda dose, aplicar o máximo possível e a quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que aplicou a vacina. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas a dose do soro a ser infiltrada pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas.                                   
  6. Nas agressões por morcegos deve-se indicar a soro-vacinação independentemente da gravidade da lesão, ou indicar conduta de reexposição.

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