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Viver Bem

Brasil quer reduzir 144 mil toneladas de açúcar em alimentos até 2022

Publicado em 15/01/2019 12:00 -

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Depois de medidas para diminuir a gordura trans e o sal nos alimentos, chegou a vez do açúcar sair de fininho do cardápio dos brasileiros. No fim de 2018, após cerca de um ano de negociações, o governo assinou um acordo com a indústria alimentícia para eliminar 144 mil toneladas de açúcar até 2022.

Segundo o Ministério da Saúde, os brasileiros consomem diariamente em média 80 gramas de açúcar, cerca de 18 colheres de chá. Embora a maior parte seja adicionado deliberadamente à comida, 36% está presente em alimentos industrializados.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo diário não ultrapasse 50 gramas por dia — o ideal mesmo era ficar com 25 gramas, ou 5% das calorias diárias. É que, de acordo com a organização, as doenças não transmissíveis como obesidade, hipertensão e diabetes, são as principais responsáveis por mortes no mundo. A má alimentação e a falta de exercícios físicos estão entre os fatores de risco para as doenças.

A ideia do governo é eliminar o produto aos poucos nas cinco categorias de doces mais consumidos pela população: até 2022, bolos deverão reduzir até 32,4% da quantidade de açúcar; misturas para bolos, 46,1%; bebidas açucaradas, 33,8%; produtos lácteos, 53,9%; achocolatados, 10,5%; e os biscoitos, 62,4%.

A redução deve ser monitorada a cada dois anos, mas por enquanto as metas parciais não foram divulgadas. Entre as preocupações é que a medida dê margem para que produtos sejam anunciados como saudáveis, embora o consumo excesso seja prejudicial.

Experiências passadas com outros nutrientes têm se mostrado bem sucedidas. Em 2011, um acordo parecido ajudou a reduzir 17 mil toneladas de sódio entre 2012 e 2016. A nova meta agora é ultrapassar 28 mil toneladas nos próximos cinco anos.

Com a iniciativa, o Brasil se torna um dos primeiros países no mundo a criar uma parceria com a indústria para a redução no uso de açúcar. Em outros países, como Inglaterra, Chile, Barbados, França, México, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, África do Sul, Tailândia e algumas cidades dos Estados Unidos, a estratégia adotada tem sido estipular taxas extras em bebidas açucaradas e refrigerantes. O objetivo final, porém, é o mesmo.


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