19/03/2024 - Edição 540

Comportamento

Ter uma filha faz com que os homens sejam menos machistas, diz estudo

Publicado em 18/12/2018 12:00 -

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Pesquisadores da London School of Economics and Political Science (LSE), no Reino Unido, apontam que a paternidade de meninas protege os homens contra o sexismo. Isso porque eles ficam menos propensos a acreditar em "papéis tradicionais" de gênero, tais como que os homens devem sair para trabalhar, enquanto as mulheres devem ficar em casa cuidando das crianças. Este fenômeno é chamado de "The Mighty Girl Effect" (o poderoso efeito feminino, em tradução livre).

Na análise, enquanto pais de filhas que estavam na escola primária eram 8% menos propensos a acreditar que os rapazes deveriam ser os chefes da casa, no momento em que elas alcançaram a escola secundária, esse número foi para 11%. 

Os cientistas especularam que os pais de meninas podem desenvolver uma melhor compreensão das desvantagens que as mulheres sofrem na sociedade, resultando em mudanças de suas próprias ações. “O estudo mostra que as atitudes, em vez de fixas ao longo do tempo, podem mudar mais tarde na vida", disse Joan Costa-Font, do Departamento de Política de Saúde da LSE. "Esta é uma descoberta muito promissora que sugere que a exposição a outras circunstâncias pode ajudar a moldar o comportamento."

A pesquisa, publicada pela Oxford Economic Papers, analisou os efeitos de ter uma filha para homens e mulheres, com dados de nascimentos do Reino Unido entre 1991 e 2012. Os resultados mostraram que ambos, mãe e pai, são afetados de maneiras distintas. 

As mães foram menos impactadas, por exemplo. Os pesquisadores acreditam que isso é porque elas já foram expostas a situações de desvantagem ao longo da vida. 

Segundo a avaliação, o comportamento do pai muda logo após o nascimento da bebê. Contudo, quando a garotinha atinge idade escolar, coincidindo com o período em que as crianças experimentam uma pressão social mais forte para se adequar às normas de gênero, os homens alteram ainda mais seus pensamentos e ações. 

“As atitudes tradicionais em relação aos papéis de gênero podem ser uma barreira para alcançar a igualdade de gênero", comentou Julia Philipp, do Departamento de Política Social da LSE. "Mudar ao longo do tempo é muito encorajador.”


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