19/03/2024 - Edição 540

Ponte Aérea

A Cannabis medicinal e os indigentes do bolsonarismo

Publicado em 19/05/2021 12:00 - Raphael Tsavkko Garcia

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Assisti ontem a esse vídeo do deputado do meu estado Pernambuco, Daniel Coelho, defendendo de forma heróica a cannabis medicinal numa comissão cheio de indigentes Bolsonaristas.

Emocionante. A esposa dele, com câncer, voltou a ter vida com a cannabis. Sua família voltou a poder ter alguma alegria por causa da cannabis medicial.

E eu descobri recentemente que também preciso do remédio. Mas ele também é ilegal aqui na Bélgica. Vou ter que esperar fronteira abrir pra comprar na Holanda e sem ajuda do plano de saúde.

Rivotril, que é o que é receitado para meu problema de espasmos hemifaciais (basicamente meu lado direito do rosto treme incotrolavelmente, do olho à boca e dormir é um desafio), está acabando comigo – sonolência, dificuldade pra acordar, depressão, até vontade de chorar do nada – e cannabis é a alternativa.

O meu diagnóstico ainda não é definitivo, falta ainda o resultado final do exame que fiz (que ao menos não detectou nenhum dano cerebral), mas é provável que seja realmente espasmo hemifacial ou algo semelhante a ser controlado com rivotril ou, a seu tempo, cannabis.

Eu posso cruzar fronteira (eventualmente) e creio que possa pagar pelo remédio, mas e o brasileiro? Não. Porque temos um congresso formado por negacionistas, fundamentalistas e muitos que são francamente estúpidos e não dão a mínima pras necessidades da população, mas tão somente para seus própriso interesses obscurantistas.

Meus parabéns ao deputado por colocar seu mandato na reta e defender uma causa tão importante – que ele conhece em primeira mão.

Em tempo, eu escrevi dois textos sobre o tema, um sobre a dificuldade de acesso à cannabis medicinal.

E outro é uma entrevista com duas especialistas sobre a cannabis medicinal e as dificuldades atuais.

E o Gabriel Leão escreveu outro ótimo texto sobre como a extrema-direita dificulta a legalização definitiva da cannabis medicial.

JACAREZINHO

Meu texto para o Latino Rebels sobre o #Massacre do #Jacarezinho com comentários da Cecília Olliveira e do Pablo Nunes.

"At around 6 a.m. on Thursday, May 6, Rio de Janeiro was waking up to yet another massacre. Twenty-seven residents of the Jacarezinho favela in Rio’s North Zone were killed during an operation with over 200 police officers, armored vehicles and two helicopters that ended with photos and videos of a bloodbath.

Bodies scattered in various parts of the favela, blood everywhere while locals tried to hide, children crying and houses unceremoniously invaded by police officers armed to the teeth and in rage after one of their colleagues was killed once the operation was starting—making a total of 28 dead in Rio de Janeiro’s largest massacre amid a police operation and the second-largest massacre as a whole in the state.

Not that massacres, known in Portuguese as chacinas, are uncommon. Cecília Olliveira, executive director of the Fogo Cruzado Institute, a data lab on armed violence, explained that “In the last 5 years, there has been one massacre per week in Greater Rio de Janeiro.”

STALKING

[PT] Conversei com os advogados Túlio Vianna, Túlio Duarte e Alexsander Carvalho sobre a nova legislação brasileira que trata do stalking e suas possíveis repercussões online – junto com algumas dicas para se proteger do cyberstalking.

[EN] I spoke with lawyers Túlio Vianna, Túlio Duarte and Alexsander Carvalho on the new law on Stalking in Brazil, international repercussions as well as some tips on how to protect oneself for CyberNews.

"Only a handful of countries have legislation on cyberstalking – Australia, India, the UK, and Poland, as well as a few US states – even though it is becoming a common crime on the internet, with severe consequences in real life.

Brazil is now one of the countries that recognize this problem. Stalking, or rather “the persecution of someone, repeatedly and by any means,” became a crime in Brazil on April 1, 2021, with the publication of a new law, with a penalty of 6 to 24 months in prison and a fine."

Leia outros artigos da coluna: Ponte Aérea

Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *