28/03/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Brizola deve estar se revirando com o Odilon

Publicado em 11/05/2018 12:00 - Victor Barone

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Vivemos mesmo tempos bicudos de retrocesso. Os autoritários, que antes guardavam para si seus arroubos ditatoriais, hoje sentem-se muito à vontade para arrotar tiradas dignas dos mais negros tempos dos anos de chumbo. Em Mato Grosso do Sul não é diferente. Pré-candidato ao Governo do Estado pelo PDT, o ex-juiz Odilon de Oliveira – que tem tentado surfar na onda da moralidade jurídica, tipo um Moro torto – tropeça na língua quando tenta dizer a que veio. Em recente entrevista concedida ao jornalista Joel Silva, no programa Capital Meio Dia da rádio FM Capital de Campo Grande, disse, respondendo a uma pergunta de um ouvinte, que não existiu ditadura militar no Brasil… "Segundo a minha conceituação, nós não tivemos ditadura. Nós tivemos um governo militar. E um governo militar que fez muito pelo Brasil". Pois é… Leonel Brizola deve estar se revirando. Ouça abaixo a partir do minuto 56.

Murro em ponta de faca

Reunida em São Paulo, a Construindo um Novo Brasil (CNB) — maior corrente do PT— resolveu insistir na reafirmação da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Pelo menos por enquanto. A avaliação é que este não é o momento para discussão de um nome alternativo ao de Lula —preso há mais de um mês em Curitiba, após ser condenado pelo caso do tríplex.  A ideia é manter o cronograma pelo qual a candidatura de Lula seria registrada no dia 15 de agosto, deixando a cargo do ex-presidente a indicação de um substituto, o chamado plano B.

Candidatíssimo… Tá…

Enquanto a esquerda tenta se unir contra a ameaça de retrocesso apresentada pelo doidivanas Jair Bolsonaro, o PYT continua dançando o samba do crioloco (e do branquinho) doido. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua candidatura por meio de recado transmitido pelo teólogo Leonardo Boff. "Lula mandou recado dizendo que é candidatíssimo e que só vai renunciar à candidatura no dia em que o Moro trouxer uma única prova de que ele é dono do tríplex", disse o companheiro.

Mais uma derrota

Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello colocou mais uma pedrinha no túmulo político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi dele o último dos cinco votos na Segunda Turma da corte contra o recurso da defesa do ex-presidente para tirá-lo da cela especial em que cumpre pena, desde 7 de abril, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PF).

Sabatinado como?

UOL, Folha e SBT decidiram realizar um ciclo de sabatinas com os seis presidenciáveis mais bem-postos no Datafolha. Como o favorito, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está atrás das grades, os organizadores foram compelidos a convidar Alvaro Dias, o sétimo colocado na preferência do eleitorado. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), não gostou.

Passando pra avisar que Lula não está com seus direitos políticos suspensos. Será candidato. Excluir sua representação de entrevistas só evidencia o caráter antidemocrático desses veículos de comunicação. Lembrem-se que ele está em primeiro nas pesquisas, assim como o PT! pic.twitter.com/BSHinaga92

— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 4 de maio de 2018

Gleisi nervosinha

Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes rebateu declarações da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e disse ter “pena” da congressista pela rejeição a uma aliança entre os partidos e por ter afirmado de que ele “não passa no PT nem com reza brava”. “Vou ter paciência, respeito e compreendo o drama do PT. E tenho pena de uma pessoa da responsabilidade da presidente nacional do PT dizer uma coisa dessas. Para se ver como é questão de dar pena, meu partido, o PDT, portanto, eu, estou apoiando quatro dos cinco dos principais candidatos a governador do PT. Minha crença é que a população brasileira não é um eleitorado de cabresto, nem meu nem de ninguém. Eu vou tocar o meu bonde”, disse Ciro

Na verdade

Apesar das bravatas pró Lula, a verdade é que dirigentes do PT começam a manifestar preocupação com o tom de integrantes do partido que, para interditar debate sobre um plano B na eleição presidencial, constrangem Ciro Gomes (PDT-CE). A cúpula da sigla vetou projeção de cenário que não se restrinja a Lula, mas uma ala entende que o pedetista não deve ser tratado como desafeto nem exposto de maneira desnecessária, inclusive para não prejudicar alianças nos estados ou em um segundo turno da disputa pelo Planalto. “Não se cogita outro candidato. Nossa prioridade é libertar o Lula e finalizar o plano de governo. Agora, Ciro não é inimigo e não deve ser tratado como tal”, disse Emidio de Souza, tesoureiro do PT.

Instrumentalizado

Considerado o guru de Ciro Gomes (PDT-CE), o filósofo Roberto Mangabeira Unger não vislumbra no cenário atual a chance de o PT participar da coalizão vencedora caso não apoie o PDT. Ele afirmou que o pré-candidato não servirá de "instrumento do PT" e disse acreditar que, mesmo com a atual resistência dos petistas, a sigla deve chegar a um momento de "realismo político".  Na área econômica, o professor da Universidade Harvard, que lançará em breve dois livros no Brasil, prega mudança no controle de gastos, taxação de lucros e dividendos e alterações na legislação trabalhista.

Golpista salafrario

"Eu gostaria que ele fosse candidato para ver o tamanho da repulsa que o povo brasileiro tem a um golpista salafrário que, na prática, é o que ele é", disse o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) sobre o presidente Michel Temer (MDB).

Stalinistas com Ciro?

O pré-candidato presidencial do PDT, Ciro Gomes, iniciou articulação para tentar compor uma aliança com o PC do B, partido tradicionalmente aliado do PT. No último dia 10, em um gesto de aproximação, o pedetista se reuniu com a pré-candidata do PC do B, Manuela D'Ávila. No encontro, falaram sobre o cenário eleitoral, mas não trataram de uma composição no primeiro turno. A estratégia do PDT tem sido a de, neste momento, tentar aglutinar o PC do B e o PSB em uma espécie de frente de esquerda, facilitando um eventual acordo, em julho, em torno de Ciro Gomes.

Boulos e a frente

O coordenador do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato do PSOL à Presidência, Guilherme Boulos, disse que uma frente ampla de esquerda no país se limita ao campo das ideias e não extrapola para a questão eleitoral. O recado que Boulos quis dar é que não haverá acordos no primeiro turno entre os diversos candidatos de esquerda, diferentemente do que havia sugerido Manuela D'Ávila, pré-candidata do PC do B.

Alckmin, o blindadinho

O santinho do PSDB e candidato do ninho ao Planalto, Geraldo Alckmin parece estar blindadinho da silva no que se refere ao mar de lama que insiste deixar seus coleguinhas só com o nariz de fora. A questão é: quando é que vai vir à tona os R$ 10,3 milhões que a Odebrecht diz ter transferido do seu departamento de propinas para a campanha do coroinha em 2010 e 2014? Na campanha, caros…

Criminosos de gravatinha

Principais protagonistas da política brasileira nas últimas décadas, MDB, PSDB e PT também lideram a relação dos partidos no Senado com mais problemas na Justiça. O PSDB é a legenda com mais senadores investigados em proporção ao tamanho da bancada (69%). Dos 13 tucanos com assento no Senado, incluindo-se o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (SP), 9 são alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal. Na sequência vêm o MDB, com 12 de seus 18 integrantes com pendências judiciais, e o PT, com 6 de seus 9 representantes – ambos com 67% de seus nomes pendurados na mais alta corte do país. Juntos, PSDB, MDB e PT somam 27 dos 44 senadores que estão sob investigação. O número representa mais da metade dos 81 integrantes da Casa.

Hipócritas!

Após reunir-se com o presidente Michel Temer (MDB-SP) e outros integrantes do partido, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) chamou de hipócritas pré-candidatos de partidos que trabalharam pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) e agora tentam disputar a eleição sem defender o legado do governo que ajudaram a construir. Hipócrita Marun não é… ele morre amarradinho com os bandidos que escolhe defender.

Isso aí sem um foro…

O ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun (MDB-MS) é conhecido por sua empáfia e marra. Nesta semana, voltou a detonar o Poder Judiciário e defendeu que seja encerrado o inquérito dos portos, no qual o presidente Michel Temer (MDB-SP) é investigado por supostamente favorecer a empresa Rodrimar por meio de decreto. Marun questionou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso de negar o pedido da defesa do presidente para arquivar o inquérito. Para ele, o processo está “completamente contaminado” devido ao “vazamento seletivo” de informações para a imprensa. E insinuou que órgãos da imprensa poderiam estar pagando para receber os dados do inquérito e publicar denúncias contra Temer.

Não me deixem só!

O presidente Michel Temer (MDB-SP) apelou aos militantes de seu partido para que saiam às ruas para defender o legado de seu governo. ”Não vamos para a eleição em São Paulo e no plano nacional sem termos o que dizer. Nós temos o que dizer e peço que vão às ruas sustentar o nosso governo pelo que fizemos pelo país”, pediu o emedebista durante encontro estadual do MDB, em Jaguariúna (SP), no último dia 5. Como legado, Temer falou sobre avanços na economia, disse ter promovido crescimento de postos de trabalho com carteiras assinadas e  ressaltou a perspectiva de o Produto Interno Bruto (PIB) ficar em torno de 2,5% e 3% – valor quase igual a aprovação de seu governo.

Indignidade

O presidente Michel Temer (MDB-SP) afirmou que seria uma indignidade se ele fosse preso em 2019, logo depois de deixar o cargo. Em entrevista à rádio CBN, Temer disse não ter medo de ir para a cadeia após o fim do mandato. "Não temo, não temo, não temo. Eu acho que seria uma indignidade. Eu lamento estarmos falando [sobre isso]", disse. A pergunta foi feita ao presidente com base em informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha, que apontam que setores do Ministério Público já falam na aplicação de medidas cautelares a Temer após o exercício da Presidência. "Eu prezo muito a instituição [Ministério Público], mas critico membros que agem politicamente", afirmou. O emedebista é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura irregularidade no decreto dos portos. A Polícia Federal apura se ele lavou dinheiro de propina por meio da reforma de um imóvel. Temer também é alvo de duas denúncias pelos crimes de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção. Esses dois casos estão suspensos por decisão da Câmara até que se encerre seu mandato como presidente.

De tucano, nem o bico

Em conversa com os partidos de centro que tentam disputar a Presidência da República, o senador e presidenciável Alvaro Dias (Pode-PR) descarta qualquer aliança com o PSDB ou possibilidade de se tornar vice na chapa do ex-governador paulista Geraldo Alckmin. “O PSDB é sustentáculo do sistema que eu estou contestando”, disse o paranaense.

Foro no dos outros é refresco

A Câmara dos Deputados instalou a comissão especial para discutir a proposta de emenda à Constituição que prevê o fim do foro privilegiado para autoridades. Desde dezembro paralisada, a constituição foi retomada como uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do último dia 3, de restringir o foro especial de deputados e senadores. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 333/17 é mais ampla na restrição do foro por prerrogativa de função e vale para crimes cometidos por deputados, senadores, ministros de estado, governadores, prefeitos, ministros de tribunais superiores, desembargadores, embaixadores, comandantes das Forças Armadas, integrantes de tribunais regionais federais, juízes federais, membros do Ministério Público, procurador-geral da República e membros dos conselhos de Justiça e do Ministério Público.

Rábulas nervosos

A Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público, composta por mais de 40 mil juízes e membros do Ministério Público em todo o país, emitiu nota de repúdio sobre as críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a juízes e procuradores durante o julgamento que restringiu o foro privilegiado a deputados e senadores. Para as entidades, as declarações do ministro foram “desrespeitosas” e “descontextualizada”, com “nítido objetivo de desestabilizar o sistema de Justiça”. Durante o julgamento, Gilmar disparou contra os dois meses de férias por ano a que magistrados e membros do MPF têm direito, além de outros benefícios como licença-prêmio. “Nós temos falta de juízes e falta de promotores. Mas devemos ser talvez o único país no mundo que temos dois meses de férias para juízes. Dois meses de férias para promotores. Nós temos seis meses de licença prêmio para promotores e procuradores. Só na equalização aqui, acabar com a férias de dois meses, nós já ganharíamos 10% de força de trabalho”, fustigou o magistrado.

Mergulho fatal

Uma agente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi deslocada de sua função depois de não ter ajudado a primeira-dama, Marcela Temer, a salvar seu cachorro, que mergulhou no Lago Paranoá durante um passeio no Palácio da Alvorada. Marcela entrou de roupa na água para retirar seu cão, que foi salvo. De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, ela chegou a pedir a ajuda da segurança, mas não foi atendida. Picoly, o cão (raça jack russell), continua no mesmo posto.

 

Desejo um ótimo fim de semana a todos!! E deixo aqui um registro do Thor e do Picoly.

Uma publicação compartilhada por Marcela Temer (@marcelatemer) em 1 de Set, 2017 às 2:35 PDT

 

Tucano preto

 

Pouco mais de um mês após ser nomeado diretor de engenharia da Dersa, em 24 de maio de 2007, Paulo Vieira de Souza, considerado operador do PSDB, abriu quatro contas no banco Bordier & Cie, em Genebra, segundo documento sigiloso que as autoridades suíças enviaram ao Brasil. Entre 2007 e 2009, durante o governo de José Serra (PSDB), as contas receberam “numerosas entradas de fundos”. No começo de 2017, quando Paulo Preto decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, as quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões. O valor equivale a R$ 121 milhões. Que tal?

Deixa o Chico

A atriz Marieta Severo lamentou as críticas que o cantor e compositor Chico Buarque, seu ex-marido, e sua família recebem pelas ligações históricas que têm com o PT e o ex-presidente Lula. “Ler que minha família é canalha dói no meu coração. Que isso? Tenho orgulho dela”, disse a artista em entrevista ao Globo. A declaração se refere a um ataque feito pelo antiquário João Pedrosa em foto postada pela também atriz Silvia Buarque, filha de Marieta e Chico. “Mas esse a gente já processou, ele perdeu, se ferrou. Menos um!”. Em janeiro, Marieta virou alvo de uma publicação mentirosa que ainda hoje circula nas redes sociais. O texto atribuído a ela fala de uma decepção da atriz com o ex-presidente Lula. Com o título “Os erros de Luís!”, faz diversas acusações e críticas. Começa dizendo que o petista teve a oportunidade de “fazer diferente, mas escolheu fazer igual, escolheu piorar o que sempre criticou”. A mensagem começou a circular após a condenação do petista pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Batman

O ex-presidente e ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa anunciou no Twitter que não será candidato à Presidência da República em 2018: "Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal". Em abril, o ex-ministro anunciou sua filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Indicado para ministro do STF pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa permaneceu no STF de 2003 a 2014, e assumiu a presidência da Corte entre 2012 e 2014. Relator do processo do mensalão, levou o caso a julgamento em 2012 com voto pela condenação da maioria dos acusados.

Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal.

— Joaquim Barbosa (@joaquimboficial) 8 de maio de 2018

Aliviados

O desembarque de Joaquim Barbosa da corrida presidencial (leia a nota acima) causou alívio entre políticos. Em geral de forma reservada, parlamentares das mais diversas correntes políticas. Alegavam que o temperamento difícil do ministro, que tem uma personalidade explosiva e demonstrou grandes dificuldades para se relacionar com autoridades e mesmo com advogados e jornalistas durante sua passagem pelo STF, era um fator de preocupação. Na verdade, temiam o alto potencial eleitoral que Joaquim demonstrava nas pesquisas presidenciais.

Muda nada

Para o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, este pleito não irá mudar o Brasil. "Não acredito que esta eleição mude o país. O Brasil tem problemas estruturais gravíssimos, sociológicos, históricos, culturais, econômicos", disse em entrevista ao jornal Valor Econômico. Barbosa disse temer que a escolha do novo mandatário brasileiro aprofunde as desigualdades sociais. "Meu temor é que os grupos que são indiferentes a isso vão se unir para dominar esse processo eleitoral. Se uniriam contra mim, não tenho dúvidas". Barbosa também apontou, em entrevista ao jornal O Globo, três preocupações que o afligem sobre o futuro do Brasil: Jair Bolsonaro (PSL) ser eleito presidente, Temer continuar no poder e a instauração de novo regime militar. 

Milicos de olho no trono

O general da reserva Antonio Hamilton Mourão filiou-se ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e pode ser candidato da legenda ao Palácio do Planalto. Ee provavelmente dividirá com Jair Bolsonaro (PSL) uma parte do eleitorado mais conservador, e que prioriza temas ligados à segurança pública. Bolsonaro, que é ex-capitão do Exército, tem boa relação com Mourão. Uma aliança entre os dois não está descartada, o que poderia levar a uma situação inusitada: um general do Exército como candidato a vice na chapa de alguém de patente mais baixa.

Cláudia na cruz

Dois desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) votaram pela condenação da jornalista Cláudia Cruz, esposa do deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), em um dos processo da Operação Lava Jato que tramitaram em Curitiba (PR). A decisão contraria a sentença do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na capital paranaense, que havia absolvido a ré. Na sentença, o magistrado fez uma advertência e ordenou confisco em conta bancária em nome de Cláudia. Mas, tem água ainda a rolar debaixo desta ponte. A conferir.

Excessos no Judiciário

Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL) fizeram manifestações contra excessos ba atuação do Poder Judiciário. Ciro defendeu que o país precisa sair das eleições ganhando da mão do povo a "simples e pura premissa da democracia". "Quem manda no país não é Judiciário extrapolando lei, não é jovem do Ministério Público, por melhor que seja sua intenção. Quem manda no país é o povo e a sua representação". Boulos afirmou que o Judiciário tem interferido no jogo político e partidário. "O Poder Judiciário é fundamental para a República, mas tem suas competências e não pode extrapolá-las. Não pode se colocar acima do voto popular. Na democracia o povo decide em última instância."

Um merece o outro

A aliança entre o MDB e o PSDB para a eleição presidencial este ano enfrenta resistência entre emedebistas. Levantamento feito pelo Palácio do Planalto mostra que o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin é rejeitado por 20 dos 27 diretórios estaduais do MDB. Se a convenção do partido fosse hoje, a coligação com Alckmin seria reprovada por 508 dos 629 delegados da cúpula do partido do presidente Michel Temer.

Mauricinhos do Judiciário

Para o professor de sociologia Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os integrantes da Lava Jato (incluindo magistrados, procuradores e advogados) operam em um circuito que chama de “fechado” e que funcionaria “em rede”. O professor comanda um grupo de pesquisa chamado “República do Nepotismo”, que utiliza a técnica da prosopografia (biografia coletiva de determinado grupo social ou político) para demonstrar que pessoas como Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e advogados ligados às delações são herdeiros de figuras do Judiciário e da política paranaenses. O estudo será apresentado na segunda quinzena deste mês. “Eles se conhecem muitas vezes desde a infância, porque os pais já se conheciam. Frequentaram as melhores escolas, universidades, têm sociabilidade em comum. Quer dizer, vivem na mesma bolha. Têm as mesmas opiniões e gostos políticos e ideológicos. E todos têm conexão com a indústria advocatícia, com os grandes escritórios jurídicos”, afirma.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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