19/04/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Candidato a santinho

Publicado em 05/09/2018 12:00 - Victor Barone

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Em um vídeo gravado no hospital, em Juiz de Fora (MG), em sua primeira aparição pública após o ataque que sofreu na quinta-feira (6), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse que "nunca fez mal a ninguém". Não é verdade. Jair Bolsonaro tem feito mal constante à democracia brasileira.

Depois de despejar ódio pelo país, Bolsonaro foi alvo de um atentado. O fato, em si, é lamentável e revela o enfraquecimento da democracia no Brasil. Sob um Estado democrático saudável, atos como este não deveriam ocorrer. Mas, não vivemos em um Estado no qual a democracia seja valorizada como fundamento…

E Bolsonaro é exemplo disso.

Foi ele quem homenageou um torturador que introduzia ratos vivos na vagina de mulheres como parte de seus “interrogatórios” na ditadura.

Ele afirmou que o maior erro da ditadura foi ter torturado e não matado.

Ele disse que é a favor da tortura

Ele disse que filho gay tem que levar “porrada”

Ele promoveu a violência interagindo com crianças.

Ele convocou a turba a metralhar os petistas do Acre.

Seus filhos, no mesmo caminho, não se furtam de promover a violência

Os Bolsonaro são a antítese da democracia.Bolsonaro foi esfaqueado. Surpreso? Eu não.

Exército democrata…

O comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, publicou nota repudiando "veementemente o ato de violência extrema" contra a vida do deputado Jair Bolsonaro. Na nota, além de solidarizar-se com a família do candidato, desejando "pronta recuperação", Villas Bôas defende "a manutenção da serenidade, o combate aos radicalismos e a confiança nos órgãos de segurança pública, para que todos juntos ultrapassemos esse desafio à nossa democracia e à paz social". Leia a íntegra no link abaixo postado pelo general no Twitter.


OAB faz seu papel

Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB, divulgou nota de repúdio ao "ato de violência praticado contra o candidato Jair Bolsonaro", esfaqueado em Minas Gerais. "A democracia não comporta esse tipo de situação" diz a nota, informando que a "OAB acompanha atenta o desdobramento deste fato". E frisa: "Neste momento, cabe a reflexão a respeito do momento marcado por extremismos, por discursos de ódio e apologia à violência. Tudo isso apenas estimula mais violência, numa situação que prejudica a todos". Leia a íntegra no Facebook de Lamachia.

Presidenciáveis lamentam

Em seu Twitter, Ciro Gomes (PDT) disse que se solidariza com seu opositor. "Exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie", disse.


Comentando a agressão, o candidato ao Planalto Guilherme Boulos (PSOL) também se manifestou pelo Twitter declarando que "violência não se justifica" e cobrou uma investigação sobre o fato.


Alvaro Dias (Podemos) repudiou o ataque e afirmou que "violência nunca deve ser estimulada". 


Para Marina Silva, a violência configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia.


Para Geraldo Alckmin, política se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio.


João Amoêdo afirmou que é lamentável e inaceitável o que aconteceu com Jair Bolsonaro. Para o candidato, "independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência".


O candidato Fernando Haddad deseja pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro e também repudia qualquer ato de violência.


Henrique Meirelles desejou pronta recuperação a Jair Bolsonaro e afirmou que o Brasil precisa encontrar o equilíbrio e o caminho da paz.


Cabo Daciolo também repudia o ato de violência e pede para que todos fiquem em oração.


O presidente Michel Temer classificou como lamentável o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O presidente disse também que o episódio demonstra a falta de tolerância da sociedade brasileira.

Truculentos

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse na terça (4) que o eleitor de Jair Bolsonaro (PSL) é o "lado mais truculento e mais egoísta da sociedade" e que a elite brasileira está produzindo Bolsonaro.

"Lembre-se que quem está puxando o Bolsonaro são os ricos, os brancos e os machos -ou os homens-, e é basicamente esse lado mais truculento e mais egoísta da sociedade", disse Ciro em sabatina promovida pelo Estadão e a FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).

Bolsonaro e Chávez

Em peça para a internet, a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) compara a trajetória do venezuelano Hugo Chávez, escolhido presidente para "pôr ordem no país, em meio à maior crise de sua história".  "Votar em alguém só porque é militar deu ruim na Venezuela", diz o vídeo para então mostrar uma foto de Jair Bolsonaro (PSL), capitão reformado do Exército e adversário de Alckmin na campanha para a Presidência.  "Vai dar ruim no Brasil", encerra a peça.

Tem graça

Marcelo Adnet estreou a série "Tutorial dos Candidatos" mostrando como se imita o candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro. Na série, Adnet fará imitações de políticos que disputam a presidência e o governo do estado do Rio de Janeiro.

Sem graça

No segundo episódio da série "Tutorial dos Candidatos", Marcelo Adnet encarnou Ciro Gomes sem muito sucesso.

Mais uma homofóbica

Antes de ser esfaqueado nesta semana, o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, respondeu a um repórter de forma homofóbica ao ser questionado sobre um post em rede social. O deputado foi indagado, em um corredor da Câmara dos Deputados, sobre o motivo de ter replicado, na terça (4), um vídeo em que uma criança conta ter ouvido da professora que meninos também podem pintar a unha, usar brinco e saia. "Qual o posicionamento do senhor. Por que o senhor retuitou isso?", questionou o repórter. "Pergunta pro teu p… [interrompido]. Você pintou a unha quando era criança?", disse Bolsonaro. Diante da negativa do repórter, ele insistiu: "Você tem cara de ter pintado a unha." O repórter então frisou que sua pergunta não foi respondida e afirmou que o parlamentar não poderia falar desta forma. "Eu não posso o que, rapaz? Você pergunta o que quer e eu respondo o que eu quero", disse.

Museu que nada

O candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse na terça-feira (4) que o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, “já pegou fogo” e que, embora tenha “Messias” no nome – ele se chama Jair Messias Bolsonaro – não tem “como fazer milagre”. “Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê? O meu nome é Messias, mas eu não tenho como fazer milagre”, ironizou. Ele deu a declaração ao ser questionado por jornalistas na saída de uma comissão na Câmara dos Deputados, onde é parlamentar, sobre as propostas para a manutenção do patrimônio histórico do país

Outro que apoia a cultura

O ministro Carlos Marun (MDB) mostrou, novamente, que não sabe separar temas de Estado de temas de fundo de quintal… Em meio à comoção nacional em relação ao incêndio no Museu Nacional, resolver fazer o que sabe fazer de melhor: pequenezas políticas. Depois, tentou se explicar: “Em relação a figura de linguagem que usei, dizendo que haviam ‘muitas viúvas apaixonadas chorando agora, mas que na verdade não amavam tanto assim o Museu’ eu me referia aos setores da mídia que depois da tragédia tentam se demonstrar grandes defensores do Museu, mas a verdade é que eu nunca consegui assistir em um horário de grande audiência uma única matéria que o exaltasse ou a outros museus brasileiros…”, e blá, blá, blá…

Muito seguro de si…

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito para investigar o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, em operação que apura fraudes no Ministério do Trabalho. Marun e uma assessora são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. No total, Fachin abriu três inquéritos para apurar fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho com envolvimento de servidores e parlamentares, todos no âmbito da Operação Registro Espúrio.

Quero nem ver…

Geraldo Alckmin encontrou uma fórmula inusitada para resolver seu problema de falta de votos. Como não consegue seduzir eleitores no volume que gostaria, quer proibir a divulgação da próxima pesquisa do Datafolha. Os advogados da coligação tucana formalizaram o pedido de censura em petição protocolada no Tribunal Superior Eleitoral.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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